cap.10 - MESTRES DA NOITE

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Os faróis dos carros cortavam a escuridão, um desfile luxuoso de máquinas potentes

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Os faróis dos carros cortavam a escuridão, um desfile luxuoso de máquinas potentes. À frente, eu, Dylan Finnegan, liderava com meu Dodge Charger SRT8, enquanto Tieran Moretti, em sua Ferrari vermelha, seguia próximo. Atrás de nós, Adam Abramov acelerava seu Dodge Challenger, e Hagan Charpentier, discreto como sempre, dirigia seu Porsche 911, mantendo-se à sombra. A noite era nossa.

Nossa missão havia sido rápida e letal, mais uma vida extinta, sem deixar rastros. Agora, retornávamos à mansão, um refúgio chique e moderno, nossa base de operações. Cada detalhe do lugar havia sido cuidadosamente projetado para combinar luxo e tecnologia de ponta, refletindo exatamente quem éramos: os donos da noite.

O portão automatizado se abriu diante de nós, revelando a mansão brilhando sob as luzes discretas que destacavam suas linhas minimalistas e seu acabamento impecável. Paredes de vidro gigantescas davam uma visão panorâmica do interior sofisticado, enquanto o jardim geométrico, com fontes de água e esculturas futuristas, nos recebia. A fachada de mármore negro polido e aço era um espetáculo de elegância e poder.

Estacionamos nossos carros na garagem subterrânea, um espaço organizado e imponente, cheio de supercarros. Era como um salão de exposições particular, refletindo nossa paixão pela velocidade e nossa vida de excessos. Cada veículo ali era uma extensão de nós mesmos, uma peça em nosso quebra-cabeça de poder e mistério.

Saímos dos carros, e o silêncio preenchido pelo eco de nossos passos era confortante. Adam, como sempre, foi o primeiro a falar, sua voz carregada de uma leve decepção. 
- Rápido demais. Eles não ofereceram resistência nenhuma. Esperava mais emoção.

Tieran riu, seus olhos faiscando de excitação enquanto ele passava a mão pelo cabelo. 
- Às vezes é bom assim, Adam. Menos bagunça, mais tempo para outras diversões.

Hagan, sempre meticuloso e focado nos detalhes, já estava no celular, verificando o sistema de segurança da casa e certificando-se de que todos os nossos movimentos estavam sob controle. 
- Missão concluída. Agora podemos relaxar.

Entramos na mansão, onde o ambiente moderno e acolhedor nos envolveu. O salão principal era vasto, com tetos altos e janelas que iam do chão ao teto, oferecendo uma vista deslumbrante das colinas ao redor. As paredes de vidro refletiam a piscina infinita do lado de fora, iluminada por luzes azuis suaves que realçavam o design ultramoderno do espaço.

No centro do salão, um lustre de cristal feito sob medida pendia do teto, lançando reflexos que dançavam pelo chão de mármore. Sofás de couro preto e mobília minimalista em tons neutros completavam o ambiente. Tudo era calculadamente perfeito, transmitindo uma sensação de poder, controle e luxo absoluto.

Fui direto ao bar, onde uma garrafa de whisky envelhecido me aguardava. Servi uma dose generosa enquanto os outros se acomodavam. Tieran se jogou no sofá, Adam ficou em pé, observando a paisagem lá fora, e Hagan, como de costume, mexia em seu celular.

- Precisamos de um tempo para relaxar, - Tieran sugeriu, quebrando o silêncio com um sorriso travesso. - Uma noite sem trabalho. Que tal nos divertirmos amanhã no Fright Night Park?

Eu me virei para eles com um sorriso, levantando meu copo. O Fright Night Park era o nosso parque de diversões, onde tudo estava sob nosso controle. 
- É uma boa ideia. Amanhã à noite, no parque. Precisamos de um tempo longe das responsabilidades.

Adam deu de ombros, claramente sem objeções.
- Se houver algo de interessante para manter as coisas animadas, estou dentro.

Hagan apenas acenou com a cabeça, concordando silenciosamente. Como sempre, ele já estaria cuidando de tudo nos bastidores, garantindo que a noite no parque fosse perfeita.

- Então está decidido,- eu finalizei, dando um gole no whisky.
- Amanhã será nosso dia no Fright Night Park. A diversão começa lá.

Com a decisão tomada, nos espalhamos pela mansão, prontos para descansar. O brilho das luzes da casa refletia o luxo que cercava cada detalhe de nossa vida. O Fright Night Park seria nosso playground na noite seguinte, e tudo estaria pronto para nós – como sempre.

Enquanto a noite se arrastava, a mansão permanecia silenciosa, mas a tensão no ar era quase palpável. Eu estava no meu canto, saboreando um whisky, enquanto pensava no que viria a seguir. O sucesso da missão nos dava a liberdade de relaxar, mas a sensação de que algo maior estava no horizonte nunca nos abandonava.

Adam saiu em silêncio para a academia no porão, como sempre fazia depois de um dia de ação. Ele precisava descarregar a energia, e o ringue era o único lugar onde ele se sentia em paz. Tieran, por outro lado, foi direto para o banho, se preparando para o que nos esperava no dia seguinte.

- Você acha que estamos perdendo o controle?- perguntei a Hagan, que estava mexendo no celular, provavelmente monitorando nossos sistemas. Ele sempre estava um passo à frente, antecipando problemas antes mesmo de eles surgirem.

- Não estamos perdendo o controle, Dylan, ele disse calmamente.
- Estamos apenas jogando de acordo com as novas regras.

Eu sabia que ele estava certo. O mundo ao nosso redor mudava, e nós sempre encontrávamos um jeito de nos adaptar. Amanhã iríamos ao Fright Night Park, o nosso parque, o lugar onde tudo podia acontecer. Era onde éramos mais que apenas nomes – éramos lendas.

Enquanto Hagan saiu , fiquei ali, sozinho, o silêncio apenas quebrado pela música suave ao fundo. A noite ainda estava tranquila, mas a expectativa pelo amanhã se agitava no ar. Mais um dia, mais um jogo.

Sentado na poltrona de couro macio, com a parede de vidro à minha frente, observei a vista noturna se estendendo além da mansão. A cidade, iluminada por pequenas luzes, parecia distante, como se fosse parte de um mundo ao qual eu não pertencia. Acendi um cigarro, deixando a fumaça preencher o ar enquanto meus pensamentos voltavam aos acontecimentos de horas atrás.

O som abafado do tiro ainda ecoava na minha mente, mas o que realmente me incomodava eram as palavras do nosso alvo, momentos antes de sua morte. Suas últimas frases me intrigavam mais do que eu gostaria de admitir.

— Se preparem, porque algo está prestes a acontecer... — ele havia sussurrado com um sorriso sinistro. — E quando ele descobrir seus pontos fracos, vai tirá-los de vocês. E vão sofrer, não importa quem sejam.

Então, ele morreu. Simples assim. Só que aquelas palavras ainda estavam comigo, reverberando como um alerta que não deveria ser ignorado.

Soltei a fumaça devagar, refletindo. "Pontos fracos", ele disse. Isso me fez rir, ainda que de forma seca e amarga. Eu não tenho pontos fracos. Não tenho nada nem ninguém que me consuma ao ponto de tirar minha paz. Nada que valha a minha vida. Esse tal "ele" de quem ele falava? Apenas uma ameaça vazia. Não sou o tipo de homem que se deixa abalar por palavras de um cara onde sua  vida era insignificante.

Terminei o cigarro, esmagando-o no cinzeiro de metal sobre a mesa ao meu lado. Levantei-me e caminhei em direção ao meu quarto, sentindo o peso do cansaço se aproximando. Um banho rápido, a água quente lavando qualquer resquício da noite sangrenta, e em seguida fui direto para a cama. Amanhã seria um novo dia. Novas emoções, talvez novos perigos. Mas nada que eu já não estivesse acostumado a enfrentar.

Deitado no escuro, com o leve zumbido da cidade ao longe, pensei mais uma vez nas palavras do alvo antes de me deixar levar pelo sono. Seja lá o que estivesse por vir, nós estaríamos prontos. Sempre estivemos.

Fright Nights Where stories live. Discover now