cap.8 - À BEIRA DO ABISMO

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O resto do dia passou em um borrão. Cada segundo parecia uma eternidade, e a ansiedade em meu peito só aumentava. A conversa com Alex na biblioteca ainda ressoava na minha cabeça, mas agora havia algo mais me puxando — algo sombrio e inevitável. Quando finalmente o dia acabou, minhas pernas me levaram automaticamente para o lugar onde eu jamais deveria ir: o abismo atrás da escola.

Enquanto eu me preparava para seguir em direção ao abismo, Louis surgiu, seu rosto marcado pela preocupação.
— Aria, por favor, não vá. Você não sabe quem pode estar lá.

Eu parei, sentindo a tensão aumentar.
— Eu preciso ir, Louis. Preciso acabar com isso de uma vez por todas.

Ele deu um passo à frente, sua expressão determinada.
— Então eu vou com você.

Senti um impulso de frustração e desespero.
— Não, Louis, você não pode. É perigoso demais. Fique aqui. Eu preciso fazer isso sozinha.

Louis me olhou, a determinação ainda nos olhos, mas com uma preocupação visível. — Não vou deixar você ir sozinha. Não vou fazer isso com você.

— Vá para casa, e eu ligo para você assim que puder.— Falo

— Ok, mas se você não me ligar daqui a duas horas, eu vou chamar a polícia. Entendeu?

Eu assentir, e eu o abracei com uma força desesperada, como se fosse a última vez que o veria. O abraço estava cheio de sentimentos não ditos e um temor profundo de que pudesse ser a última vez que nos víamos.

— Até mais, Louis. murmurei, segurando o abraço por um momento.

— Até, Aria, ele respondeu, sua voz quase um sussurro.

Com um último olhar de preocupação, ele me deixou seguir meu caminho. Eu sabia que precisava enfrentar o que estava por vir, mas as palavras de Louis ecoavam em minha mente, lembrando-me de que, por trás de cada sombra, ainda havia alguém que se importava.

O lugar era isolado e assustador, um penhasco esquecido que parecia se projetar sobre um nada infinito. O vento soprava frio e cortante, e as árvores ao redor balançavam como se tentassem me avisar do perigo. Mas eu precisava saber quem estava por trás de tudo isso. Eu precisava acabar com essa história, de uma vez por todas.

Me aproximei devagar, meus passos ecoando no silêncio. Quando mais eu me aproximava mais meu coração batia mais forte.

Enquanto eu me aproximava, uma sombra se destacou na ventania, movendo-se com uma calma sinistra. Era a mesma figura que eu tinha visto na rua, o mesmo vulto que havia estado fora da minha casa, me espionando. Ele estava lá, com o mesmo casaco escuro e capuz cobrindo a cabeça. Um frio gélido tomou conta de mim, e o suor começou a escorrer pelo meu rosto, misturado com a sensação de terror.

Ele estava de costas para mim, apreciando a paisagem ao longe, um contraste bizarro com o que estava prestes a acontecer. Quando ouviu meus passos se aproximando, ele virou lentamente a cabeça para o lado, mas ainda não consegui ver seu rosto. A sensação de que ele estava sorrindo, mesmo sem ver, me fez estremecer.

— Eu estou aqui, como o combinado, falei, minha voz tremendo, tentando manter a calma.

Ele virou a cabeça para o lado, ainda escondido sob o capuz, e eu não consegui ver seu rosto. No entanto, a sensação era inconfundível: ele estava sorrindo. Esse pensamento fez meu coração bater ainda mais rápido.

— Então, finalmente você vai saber quem realmente sou. ele disse, com uma voz carregada de um tom quase divertido.

— E quem é você?. perguntei, a voz saindo mais forte do que eu esperava, apesar do medo.

Fright Nights Where stories live. Discover now