Volto para casa exausta, ainda com o coração acelerado pelo que aconteceu no parque. Não consigo tirar da cabeça o mascarado e as sensações contraditórias que senti, o medo e a excitação misturados. Entro em casa em silêncio, indo direto para o meu quarto, deixo as flores em um vaso qualquer com água e vou tomar banho.
Me sinto observada, e a sensação é horrível, mal consigo relaxar no banho, muito menos fechar os olhos um pouco enquanto a água quente cai em mim, mesmo não tendo câmeras no banheiro, olhos para todos os cantos, com medo de que, em algum lugar, ele esteja me espionando.
Decido distrair a mente, organizando as fotos que tirei no parque. Me sento em minha escrivaninha, conectando a câmera ao laptop. À medida que as fotos começam a carregar, foco nos detalhes das imagens: as luzes, as sombras, os ângulos que capturam o terror do parque. Porém, conforme passo as fotos, noto algo estranho. Em algumas fotos, há uma figura borrada no fundo.
O mascarado.
Ignoro, pode ter sido apenas uma coincidência, uma aparição acidental, afinal, o parque estava cheio de gente. Mas, à medida que reviso mais fotos, a presença dele se torna mais nítida.
Aperto meus lábios e aumento o zoom em uma das imagens, capturada no momento em que eu tirava uma foto de uma das atrações. Atrás, na escuridão, vejo a silhueta do homem com a máscara de caveira. Meu estômago se revira. Passo para a próxima foto, e lá está ele de novo, de longe, mas visível, sempre observando. O pânico começa a se infiltrar em mim.
Como não reparei nele antes?
Foto após foto, percebo que ele esteve a poucos metros de mim o tempo todo. Seja nas multidões, à margem dos brinquedos, ou até escondido nas sombras, ele estava lá, me perseguindo silenciosamente.
Que cara doente.
Chego na última foto, uma das primeiras que tirou antes de entrar nas catacumbas. Ao ampliar a imagem, percebo algo ainda mais inquietante: o mascarado não está apenas ao fundo. Ele está olhando diretamente para a câmera, e, ao examinar mais de perto, seus olhos brilham de forma sinistra. É como se ele soubesse que eu o encontraria mais tarde, através dessas fotos.
Sinto um arrepio na espinha, ele pensa em tudo. Que ótimo, estou vivendo meu próprio filme de terror.
Me assusto com um barulho vindo lá de baixo, todos estão dormindo, ou talvez seja minha mãe ou Owen que levantou para tomar água, certo?
Não tem como ele entrar aqui de novo, tem pessoas aqui em casa, os seguranças do lado de fora. É impossível.
Impossível, mas mesmo assim, pego um taco de beisebol e desço as escadas em silêncio. Maldita hora que minha mãe quis comprar uma casa tão grande, totalmente sem necessidade.
Aperto o taco de beisebol em minhas mãos enquanto desço os degraus um a um, com o coração batendo forte contra meu peito. Ando pela casa tentando ser o mais silenciosa possível. Tento me convencer de que estou exagerando. Que não há nada ali. Que o barulho foi só uma cadeira arrastada ou talvez Owen levantando para ir ao banheiro.
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NOITE DO HORROR
RomanceDália adora sentir a adrenalina do terror, mas nunca esperava que sua paixão pelo medo a levasse a um encontro com o verdadeiro horror. Na "Noite do Horror", um parque temático de terror, ela se depara com Dante, um artista enigmático e mascarado c...