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Você ama como me leva ao ponto de loucura, e eu adoro quando você está de joelhos e implora para mim. Você me pegou de jeito com todos esses jogos mentais... — Mind.

Lyan Ashford

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Lyan Ashford

Alguns dias se passaram, e as aulas de química estavam começando a se complicar. O professor tinha passado um trabalho para o dia seguinte, e eu precisava ir à biblioteca para pesquisar sobre o assunto.

Por isso, assim que o sinal tocou, fui uma das primeiras a sair da sala de aula e correr em direção à rua.

Diferente da maioria das pessoas daqui, eu não tinha um carro, então sempre pegava carona com alguém ou usava o ônibus. Hoje, em especial, eu estava apenas caminhando.

A biblioteca era perto, e isso já contava como exercício diário e alívio de consciência, caso eu acabasse jantando as duas últimas fatias de pizza congelada que havia na geladeira de casa.

Ao chegar lá, surpreendentemente, a primeira pessoa que avistei foi você.

Os livros estavam abertos e espalhados diante da mesa ao lado da janela iluminada. Sua jaqueta de couro preta estava jogada sobre a cadeira vazia, e seus olhos estavam completamente concentrados em algo que você escrevia com tanta atenção.

Passei direto. Não queria interromper e nem poderia, afinal, eu não conhecia você.

Não verdadeiramente, ao menos.

Fui até uma sessão mais afastada. Não sei quantos minutos passei lá, mas quando voltei, estava segurando aproximadamente seis livros grossos e pesados. Eu não queria ter que voltar lá duas vezes, então decidi aguentar a dor e encontrar um lugar para sentar, de preferência, longe de você.

O problema era que a biblioteca estava lotada de adolescentes e universitários, e as únicas cadeiras vagas eram as do seu lado esquerdo e à sua frente. Sentei à sua frente, o que me fez soltar palavrões baixinho, pois, de um modo estranho, quando você notou minha presença, começou a me observar.

A me analisar.

Mas nunca da mesma forma como olhava para as outras pessoas.

Nunca sorridente.

Você apenas me olhava, e isso estava começando a me incomodar.

Não pelo olhar em si, mas porque eu não fazia ideia do que passava pela sua mente enquanto isso.

Será que me achava uma idiota? Será que estava procurando defeitos no meu rosto e rindo de mim internamente? Será que estava interessado em mim? Eu não sabia. De todas as opções, a última parecia a menos provável.

Isso porque seu olhar era tudo, menos amigável.

Você permaneceu na biblioteca por mais alguns minutos, até que guardou todos os seus livros na mochila – inclusive aquele rascunho que, mais cedo, parecia tão importante – e foi embora.

Ouvi você murmurar um "por Deus, só posso estar louco" rapidamente, mas não entendi o significado daquela frase.

Por que você estaria louco?

E por que saiu alguns minutos depois que eu cheguei?

Era tudo tão sem sentido.

Assim como eu, você parecia querer se afastar, e isso deveria ser algo bom, mas por que isso me incomodava tanto? Por que o fato de você não estar se importando comigo parecia, lentamente, estar me afetando?

I did not want to get close to youWhere stories live. Discover now