Pegue-me pela mão e me mostre o mundo. Eu não sou nada mais que um homem, você não é nada mais que uma garota. — Outside.
Lyan Ashford
Eu estava passando por um corredor da universidade quando alguém puxou um dos meus braços rapidamente e me prensou contra a parede.
Era você.
O ato me deixou nitidamente surpresa, mas o que me surpreendeu mais foi o leve sorriso que você emitiu antes de perceber que era eu. Antes dele ser substituído pela mais pura surpresa.
Era um sorriso deslumbrante, óbvio que era, mas ele estava vazio, assim como os seus olhos.
E você parecia triste.
No mesmo instante, entendi o que estava acontecendo ali: você havia puxado a garota errada.
E tudo bem. Tudo bem porque era óbvio que você era o tipo de pessoa que aproveitava com todas. Tudo bem porque você era um mulherengo.
— Desculpe, eu não... eu não sabia que era você. Pensei que fosse uma amiga minha — explicou, se afastando e levando consigo o cheiro de perfume e cigarros. O cheiro de encrenca.
Uma amiga sua... é, nós realmente sequer éramos amigos.
— Combinamos de nos encontrar aqui e como quase todo mundo está em aula no momento... bem, eu só não imaginei que houvesse qualquer outra pessoa andando pelos corredores agora — você voltou a falar, tentando explicar a situação. Sua voz era um misto de intensidade e naturalidade, meio sexy, que conseguia deixar qualquer garota louca. Mas eu não podia me deixar levar também. Ainda mais por estar tão próxima de você.
— Não tem problema. Sinto muito se acabei destruindo seus planos — disse, pegando minha bolsa que, por conta da surpreendente puxada, caiu no chão.
— É sério, eu não teria feito isso se soubesse que era você — falou, me encarando. Seus olhos eram tão intensos... eu não conseguiria continuar fitando-os por muito tempo porque me sentia lentamente hipnotizada.
— É sério também, está tudo bem.
Pensei que você fosse ir embora após essa minha frase, que dava a entender que o assunto havia se encerrado por ali, mas ao invés de seguir sua vida e me deixar sozinha... ao invés de me ignorar como sempre, você soltou um meio sorriso e disse:
— Tem algo que posso fazer por você?
— O que? — perguntei, confusa.
— Você parecia assustada quando te puxei do nada.
— Tá, mas e daí?
— E daí que eu não quero que tenha essa impressão sobre mim.
— A impressão de que você quase me matou do coração?
— Um cafajeste — explicou. — A impressão de que sou um cafajeste.
No mesmo instante, soltei uma risada incrédula.
Não fazia sentido.
Por que diabos você estava tentando se explicar para mim?
E de que outra maneira eu poderia olhar para você, se não imaginando o quão cafajeste você era? Suas atitudes... seus olhares... tudo só caminhava em direção disso.
Ao seu espírito aparentemente livre. E as mulheres.
— Você pode sim, fazer algo para mim — eu disse, olhando-o. Nunca pensei que fosse ser capaz de dizer o que estava prestes a dizer, mas o interesse em seus olhos só me fez juntar mais coragem.
— E o que é?
— Manter distância.
Não quis esperar você falar. Primeiro porque eu não queria ver sua reação, segundo porque, se isso magoasse você, eu também me sentiria magoada. Mas caso não surtisse efeito e tudo que você fizesse fosse me encarar como se eu estivesse maluca, eu me sentiria frustrada.
E isso era o pior.
Foi por isso que apenas virei o corredor e quase, quase, me esbarrei numa garota loira que, pelo modo como parecia animada e extremamente maquiada e bonita, deduzi ser a sua "amiga".
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I did not want to get close to you
RomanceLyan Ashford é uma garota de dezoito anos que acabou de entrar na universidade dos seus sonhos. Em seu primeiro dia de aula, ela imaginou que tudo transcorreria de maneira suave e pacata, até receber aquele olhar. Aquele maldito olhar que tanto a in...