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Eu quero te amar, mas não sei como. — Neptune

Lyan Ashford

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Lyan Ashford

Seus dedos começaram a traçar caminhos em meus braços lentamente até encontrarem minha cintura. Foi quando eu me virei na sua direção.

— Eu não sou uma garota interessante — falei. — E você não deveria estar aqui.

Como se não tivesse compreendido o que falei, ou ignorado totalmente tal ato, você se aproximou de mim, juntando nossos corpos. 

Seu toque era calmo, mas me fazia sentir um êxtase sem igual. Me fazia querer continuar perto de você, o que era insano.

Eu era ciente de que estava louca por pensar coisas assim, mas não conseguia evitar. Esse era o efeito que você causava em mim, Ezra. E ele se intensificava a cada dia mais.

Senti sua respiração perto de mim. Ela era regular.

Muito possivelmente, você não estava nervoso.

Não como eu estava.

— Por que tenho a sensação de que você tem medo de mim, Lyan? — você perguntou. Sua voz saiu apenas alguns centímetros dos meus lábios e o calor emanado pela mesma me fez estremecer.

Então suas mãos desceram em direção à parte de trás das minhas coxas e você apertou-a um pouco, antes de me levantar e apoiar-me em cima do balcão velho, onde as velas deveriam estar. Mas não estavam. 

Ao invés disso, tudo que havia ali era eu e você.

— Não deveria supor coisas tão idiotas assim — disse, tentando manter a calma.

Estar sozinha com você era uma coisa inimaginável.

Era loucura.

— Isso quer dizer que não tem medo de mim?

— Não, eu não tenho.

— Então saia comigo — comentou, encostando o abdômen no tecido fino do meu pijama.

Você era forte. Tinha ótimos músculos e estava tentando me provocar com isso. E embora não fosse capaz de ver, um pequeno sorriso surgiu em meus lábios. Não de felicidade, mas sim de medo.

Era assim que eu reagia quando estava nervosa.

E não medo por estar com você, ou de você, mas medo de mim mesma. Eu tinha medo de dizer não e me arrepender. Tinha medo de dizer sim e você me iludir.

Meu único objetivo desde que adentrei a universidade era focar nas minhas aulas. Estudar, me formar e viver uma vida normal no meu emprego dos sonhos, sendo professora. 

Mas desde que vi você, Ezra, essas coisas tinham se tornado tão irrelevantes.

Vez ou outra eu me pegava pensando em você e, sem me dar conta, isso se tornou uma maldita rotina que me torturava a cada dia, porque embora o certo fosse ficar longe, tudo girava em torno de nos deixar próximos.

E o que eu poderia fazer? Tentar ir contra?

As coisas não funcionavam assim comigo. Fugir não funcionava.

— Eu não posso sair com você, Ezra. 

— Por que não?

— Porque não tenho um motivo.

— Posso dar-lhe um motivo agora mesmo se quiser — você disse.

Particularmente, eu considerava o fato de que nada que acontecesse seria capaz de me convencer a sair com você, mas não custava tentar.

— Então tente — murmurei. — Se me der um motivo convincente, eu saio com você.

— Isso é um acordo?

— Talvez.

— Ótimo.

Um pequeno silêncio se instalou na sala e imaginei que você não fosse  dizer mais nada. Imaginei que não fosse se dar ao luxo de fazer qualquer coisa para me convencer, que apenas iria embora.

Até que você aproximou seus lábios do meu e me beijou.

Nesse momento, suas mãos foram de encontro à minha cintura outra vez e você me puxou para mais perto, tornando nosso beijo mais intenso. 

Seus lábios tinham o típico gosto de menta com cigarro, mas pela primeira vez na vida eu não me importei com isso. Eu estava focada demais na intensidade que era você. E no modo como você me tocava. 

Mas foi um beijo rápido. Daqueles que você anseia por mais e não consegue ter. Aqueles apenas para provocar.

Você — disse, ao se afastar. — O motivo é você.

I did not want to get close to youWhere stories live. Discover now