I did not want to get close to you

15

Eu gosto quando você assume o controle. Mesmo que você saiba que não é meu dono, eu deixo você interpretar esse papel. — Bad guy.

Lyan Ashford

Quando você entrou na lanchonete, meu coração quase saiu pela boca com tamanha surpresa. Nunca o tinha visto aqui antes.

Fiquei inerte alguns segundos, até seu olhar analisar ao redor e parar em mim. No mesmo instante, você retirou o cigarro do bolso de sua jaqueta jeans e novamente olhou para frente, onde seus amigos encontravam-se conversando.

E eu, que havia virado brevemente apenas para olhar em seus olhos, voltei minha atenção para minha melhor amiga também.

— Não pode fumar aqui, garoto, conhece as regras — informou o dono do lugar, Bile.

— Não posso fumar na parte da frente — você falou, tão desinteressado que fez meus ossos doerem. — Estou indo para as últimas cadeiras, Bile.

Era muito fácil para você descartar alguma coisa ou alguém. Era muito fácil para você ter tudo o que queria.

Então por que diabos eu ainda continuava me envolvendo com você?

Louca. Eu realmente era louca.

O que estava esperando? Que você mudasse?

Pensar nisso era absurdo demais, assim como imaginar meus míseros sentimentos por você, Ezra. Assim como a maldita possibilidade de um dia me sentir confiante o suficiente ao ponto de não sofrer.

Como se aquilo ocorresse sempre, seus amigos foram primeiro para a mesa de trás e você conversou um pouco mais com Bile.

Suspirando, o homem tirou do balcão um isqueiro, entregando-o a você, que agradeceu, sorriu e caminhou lentamente pelo corredor.

E desejei, com todas as forças, que você me ignorasse enquanto passava. Que você simplesmente me ignorasse, assim como quando adentrou a lanchonete, mas era óbvio que isso não iria acontecer.

Ao passar por nossa mesa, você tranquilamente piscou para mim e passou reto. Se esse era seu jeito de demonstrar estar interessado em mim, Ezra, devo dizer, não deveria funcionar.

— O que foi isso? — Ely indagou, me encarando. — Quero dizer... ele olhando para você.

— Eu não sei. Talvez tenha nos reconhecido da faculdade.

— Não, não foi isso — minha amiga disse. — Por acaso... aconteceu algo entre vocês?

— Do que está falando? — perguntei, me fazendo de desentendida.

Queria tanto contá-la tudo, mas me sentia tão insegura. Quase ao ponto de surtar, pois coisas que envolviam sentimentalismo eram tão confusas, torturantes, insanas. Deus!

— Talvez eu esteja ficando louca, mas percebo o modo como ele olha para você, Lyan — ela respondeu.

— Como um pedaço de carne? É, eu sei disso — retruquei, dando de ombros. — Ele olha assim para todo mundo.

— Como alguém interessante o suficiente para ele não querer se aproximar — ela alertou. — E assim como ele, percebo o modo como você o encarava.

— Eu não tenho um jeito específico.

— Você o olha com empatia.

— Eu não... eu não faço isso — neguei.

Então meu olhar foi em direção à mesma mais afastada e notei que, sentado de forma tranquila e já com seu cigarro em mãos, você havia sentado de frente para mim.

E isso iria lentamente me torturar.

— Sei que pareço soar como uma idiota por estar falando coisas assim, mas só quero que você seja sincera comigo. Sou sua amiga, não sou? Você deveria me contar as coisas quando não se sente bem ou está incomodada com algo. Ou até mesmo quando algo muito interessante rolou entre você e o veterano.

Encarando você, Ezra, que também mantinha o olhar em mim e sorria, foquei nos olhos de minha amiga quando ela estava prestes a se virar.

— Não é tão fácil assim — disse.

— Então aconteceu algo? Realmente? — sussurrou, aproximando-se de mim.

— Bem... sim. Eu só não posso contar.

Erguendo uma sobrancelha, Ely afastou-se outra vez e concordou.

— Tudo bem, tudo no seu tempo — comentou. — Mas caso precise de mim, estarei aqui para ajudar.

— Obrigada.

— De nada — ela sorriu. — E não se esqueça da festa, nós iremos, não é?

— Sim, nós iremos.