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Estive pensando se seu coração ainda está aberto. E se estiver, quero saber que horas ele fecha. Se acalme e prepare seus lábios. Sinto muito interromper, é que apenas estou constantemente à beira de tentar te beijar. Mas não sei se você sente o mesmo que eu sinto. Mas poderíamos ficar juntos se você quisesse. - Do I Wanna Know?

 - Do I Wanna Know?

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Lyan Ashford

Observar você parado em frente à porta da minha casa era a coisa mais surreal que poderia acontecer comigo. Nunca, em toda a minha vida, eu iria esperar por algo assim.

— Eu moro aqui — você respondeu, simplesmente. — Na fraternidade da frente, sendo mais específico.

Você apontou em direção onde a festa estava acontecendo e, outra vez, avistei os garotos que haviam me chamado para sair minutos antes. 

Eles seguravam uma lata de cerveja em uma das mãos e, na outra, a lanterna dos seus celulares estava acesa.

— Ah... — murmurei, sem saber o que falar. — Nunca tinha visto você aos arredores, e moro aqui há anos o suficiente para saber que nenhum vizinho novo havia chegado na vizinhança repleta de fraternidades e bagunças diárias. Nunca vi você pela rua.

— Geralmente eu chego tarde em casa — explicou, apontando para a lanterna do meu celular. — Será que pode apagar essa coisa? Não consigo ver você com isso.

— Esse era o objetivo.

— Me deixar cego?

— Exatamente. Estou conseguindo? — provoquei.

— Por Deus, Lyan.

Por alguma razão, você soltou um sorriso e eu me vi sorrindo também.

Mesmo que eu repetisse para mim mesma que não deveria esperar nada de bom vindo de você, era um sorriso não belo. Um sorriso tão... real. Eu não sabia explicar.

— Ainda não me falou o motivo de estar aqui.

— Imaginei que a senhora Kellen estivesse em casa.

— Conhece a minha mãe?

Confusão passou por seu rosto por breves segundos e, então, você disse:

— Mais ou menos. Nós conversávamos algumas vezes quando eu passava pela rua. Ela sempre me dava um sermão e mandava eu largar o cigarro.

— Você deveria mesmo, caso contrário, não conseguirá viver por muito tempo.

— Eu não sabia que você era filha dela — você disse, ignorando meu comentário.

Dei de ombros.

— Eu não sabia que você era da vizinhança.

Cruzando seus braços, você me analisou por alguns segundos e quase estremeci. 

Tinha desligado a lanterna do celular momentos antes de vê-lo sorrir e, agora, era um pouco difícil observá-lo, mesmo que a lua cheia estivesse iluminando um pouco as casas ao nosso redor.

— Não vai me convidar para entrar? — perguntou.

— Não — respondi.

Mas você não se importou e deu um passo para frente, aproximando seu rosto do meu. No mesmo segundo, meu coração só faltou sair pela boca. 

Você me deixava nervosa. Nervosa de verdade. 

Não era aquele tipo de nervosismo que ia embora logo, como apresentar um trabalho ou começar um jogo novo. O nervosismo que você causava em mim era diferente e se intensificava cada vez mais.

— Preciso de uma vela — explicou. — Pode me emprestar uma?

Quis responder que não, mas não consegui. 

Ao invés disso, mordi o lábio inferior e disse:

— Espera aqui, vou ver se tenho algumas lá dentro.

— Eu só preciso de uma.

— Quanto mais velas você tiver, menor a possibilidade de voltar aqui outra vez — eu disse, ao entrar dentro de casa e caminhar até a bancada. 

Você me seguiu. Soube disso porque escutei seus passos atrás de mim.

— Eu não deixei você entrar — comentei, enquanto abria as gavetas e procurava por uma vela. 

Meu celular havia descarregado por completo, o que significava que eu não era capaz de observar as coisas com nitidez. Então, apenas tateava minha mão entre as coisas, enquanto rezava para reconhecer uma vela quando a pegasse.

— Eu sei.

— Então por que não espera lá fora?

— Não tem nada de interessante lá fora. Só alguns colegas bêbados e escuridão.

— Aqui dentro também não há nada de tão espetacular.

— Claro que tem — quando você disse isso, escutei sua voz atrás de mim. Ela era baixa, mas intensa, e arrepiou cada centímetro do meu corpo. — Tem você.

I did not want to get close to youWhere stories live. Discover now