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Eu vou te encontrar aqui dentro do escuro. Irei atravessar. Não importa aonde você esteja, eu vou te encontrar - Find you.

 Não importa aonde você esteja, eu vou te encontrar - Find you

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Lyan Ashford

A aula terminou às exatas duas horas da tarde e aproveitei meu tempo livre para passar na biblioteca. Não era sempre que tínhamos a oportunidade de sair da universidade tão cedo, e eu precisava aproveitar.

Além disso, eu sempre visitava a biblioteca quando precisava dar um descanso à mente. Escolhia um livro aleatório de química e mergulhava nas teorias. Às vezes, até respondia exercícios. Mas hoje, em especial, eu só queria ler.

E o livro não era sobre química, mas poesias.

De algum modo, isso soava tão clichê para mim.

Nunca tinha me interessado pelos paradidáticos do colégio; achava-os chatos. Mas aqui estava eu, lendo poesias e romances.

Joguei minha mochila no sofá e subi para o meu quarto. Comecei a me despir, precisava de um banho gelado.

Quando Ely começou a me contar todos os boatos estranhos sobre você, Ezra, uma parte de mim ficou verdadeiramente preocupada. Parte de mim sentiu medo. E parte de mim, a que era lógica demais, ou talvez covarde demais, desejou se afastar.

Eu sabia, desde sempre, que você era uma maldita encrenca.

E não fazia questão de esconder isso.

Ainda assim, não parece certo — falei, ao sair do banho.

Seu comportamento nunca pareceu violento, e eu definitivamente não queria me envolver com alguém assim. Aqueles que estão sempre se metendo em encrenca sem motivo algum. Aqueles com uma masculinidade frágil e abusiva.

Desci as escadas enquanto me arrumava e resolvi tomar um pouco de ar. Não que ficar do lado de fora por alguns minutos fosse sinônimo de "um pouco de ar", mas ajudava, mesmo que um pouco.

E era melhor do que ficar dentro de casa sem fazer nada.

Observei a rua por alguns minutos, enquanto estava sentada do lado de fora. Então me lembrei de algo que sempre fazia minha ansiedade diminuir: correr.

Algumas pessoas aprendem a nadar quando estão crescendo, outras tocam piano. No meu caso, especificamente, o que aprendi antes do meu pai morrer foram reações químicas e, ironicamente, como manter uma vida saudável com exercícios físicos diários.

Tudo começou quando papai tentou parar de fumar. A médica disse que ele precisava encontrar outra coisa para fazer, algo que ocupasse seu tempo, então ele decidiu se exercitar.

Dez minutos por dia, vinte minutos por dia, meia hora. Com o tempo, ele conseguia correr por horas. Mas isso não foi capaz de tirá-lo do vício, embora tentasse. E embora tentasse também, acima de tudo, fingir que estava indo bem.

Abri a porta de casa e peguei meu tênis de corrida, que estava encostado ao lado da porta. Calcei rapidamente e, enquanto fechava a porta novamente, pensei na possibilidade de desistir.

Desde a morte do meu pai, havia se tornado difícil correr. Ser saudável. Era quase como uma negação para mim. Como se eu quisesse entrar em decadência também.

Na verdade, não sei de onde estou criando forças para fazer isso — falei, enquanto encarava o chão. Estava caminhando em direção à rua.

Mas não quero ficar para trás.

Não quero ficar para trás e preciso de alguma adrenalina.

Uma que não tenha riscos de me machucar futuramente, é claro.

I did not want to get close to youWhere stories live. Discover now