Tão preso em minha auto indulgência. Eu digo a mim mesmo que não sou sem esperança. Eu preciso de você, eu preciso de você para lutar comigo também. — Handmade Ego
Lyan Ashford
Não consegui me concentrar em mais nada depois que você foi embora e a energia voltou minutos depois. Não consegui estudar, assistir TV, fazer o lanche que estava prestes a fazer quando as luzes apagaram-se e muito menos dormir.
Droga, por que diabos você parecia estar lentamente se aproximando de mim, Ezra? E por que eu sentia que estava desejando tanto isso?
— Em todo caso, eu não sei se quero sair esse final de semana. Estou muito ocupada com a faculdade e... Lyan? Está me ouvindo? — Ely perguntou, estalando os dedos na frente do meu rosto.
— Estou — menti, ajeitando-me na cadeira do refeitório e voltando minha atenção a ela.
A verdade era que meus pensamentos estavam apenas direcionados à noite de ontem. Nas suas últimas palavras, Ezra, antes de você sair caminhando tranquilamente rumo à sua fraternidade.
Você havia dito que eu estava te devendo um encontro e que logo iria cobrá-lo.
Merda. Eu sequer havia confirmado que tinha sido convencida ou não, então por que você parecia tão presunçoso?
— Você não parecia estar me ouvindo — ela comentou. — Na verdade, você ainda não parece estar ouvindo. Por acaso aconteceu alguma coisa ontem? Desde que chegamos aqui, você tem agido meio estranha.
— Nada muito interessante. E eu não estou estranha, esse é meu eu natural.
Ely me encarou por alguns segundos, nitidamente desconfiada, até que seu olhar foi em direção a algo atrás de mim.
— O veterano faltou hoje — falou, simplesmente.
Pensei em perguntar o motivo daquele comentário, mas então observei seu grupinho passar por nós, rumo à sua típica mesa de sempre. Sem você.
— Pelo visto, aparentemente, os boatos são verdadeiros — ela completou, pondo uma batata frita na boca.
Seus olhos ainda encaravam os garotos sentando-se nas cadeiras tranquilamente, com seus lanches na mão enquanto conversavam desorganizadamente entre si.
— Como assim?
— Ele se envolveu em uma briga ontem à noite.
— Sem chances — comentei.
Como diabos ele havia se envolvido em uma briga, quando estava perfeitamente normal dentro da minha casa?
Quando eu o vi adentrando a fraternidade?
— Por que acha isso? — ela perguntou. Outra vez, seus olhos pareciam meio curiosos. Era como se Ely estivesse esperando o momento em que eu iria, enfim, contar-lhe sobre ontem.
E eu queria. Queria mesmo. Mas parecia um pouco idiota falar sobre meus sentimentos confusos e um simples beijo no escuro. Parecia irrelevante.
— Eu só... sei lá, se envolver em brigas não parece muito o estilo dele e, aparentemente, quando saímos da faculdade ontem, Ezra estava bem.
Ely deu de ombros.
— Aconteceu depois das onze — explicou. — Todos na universidade estão comentando sobre isso. Não sabem o motivo da briga, claro, mas a coisa foi feia.
— Seus amigos parecem não se importar muito com isso.
— Já estão acostumados.
— Acostumados a ignorá-lo quando ele pode estar machucado?
— Acostumados com o comportamento dele. Você sabe, aquele é um pouco problemático. Talvez o pior da universidade. As pessoas geralmente desejam se envolver com ele, mas ninguém nunca está preparado para o seu comportamento insano.
— Ele parece completamente normal para mim — falei, tentando esconder a crescente inquietação que sentia.
Ely me olhou com uma expressão que misturava descrença e curiosidade.
— Bem, você ainda é novata — Ely disse. — Ezra é bonito, simpático, atraente, mas pode perfeitamente destruir a vida de alguém se quiser. Sério, ele tem uma reputação.
Problemático. Uma má reputação.
Esse definitivamente não era o tipo de características que eu queria em alguém que estivesse próximo de mim.
É por isso que sentia esse incômodo?
Ou é porque estavam falando especificamente de você, Ezra?
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I did not want to get close to you
RomanceLyan Ashford é uma garota de dezoito anos que acabou de entrar na universidade dos seus sonhos. Em seu primeiro dia de aula, ela imaginou que tudo transcorreria de maneira suave e pacata, até receber aquele olhar. Aquele maldito olhar que tanto a in...