• Capitulo XIX •

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"Para alguns tudo o que você fizer não é o suficiente

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"Para alguns tudo o que você fizer não é o suficiente. Para outros nada além de você é necessário.”

— Autor esconhecido 

6 meses depois…

Dizem que as relações familiares nos moldam, eles constroem nosso carácter, delimitam a nossa visão do mundo ou como o interpretamos futuramente. Realmente, é um modo de se ver, mas para muitos é de dois jeitos; Ou essa relação te ajuda ou te destrói, às vezes os dois. Pois até na dor aprendemos alguma coisa.

A relação que temos com nosso pai pode ser vista como a pior delas, afinal, ele é visto como o primeiro amor de suas filhas e o herói de seus filhos, aquele que deveria estar sempre ali para proteger suas crias de todo o mal. Bom, isso só funciona na teoria para muitos casos, pois eles acabam virando na verdade o vilão das histórias de ninar, ao invés de herói ele se torna um monstro, de um grande amor para uma grande decepção, uma enorme ausência, uma ferida difícil de ser curada. Para Bárbara seu pai era isso, um grande buraco em seu peito que não sabia como tampar, um vilão de seus pesadelos do qual não sabia como vencer.

Mas como dizem por aí: Ele ainda é seu pai.

Mesmo ferida e decepcionada lá no fundo ela sempre esperou receber a atenção e o amor que ele dava ao seu irmão mais velho, sempre esperou ser vista por ele, ser compreendida e aceita pelo homem que foi sua inspiração de vida por tanto tempo. Mas saber que ele não é nem metade do homem que imaginou ser foi como quebrar a fantasia de uma criança inocente que não merecia se magoar com a pessoa que mais amava. Depois de saber tudo o que Enrico fez para estar onde está atualmente, Bárbara se distanciou dele ainda mais, e sua críticas, frieza e palavras afiadas começaram a lhe atingir com mais intensidade, lhe lembrando da dor da decepção, da mágoa, ela não queria que aquilo doesse tanto, mas ficar no mesmo ambiente que ele lhe sufocava, falar casualmente lhe enjoava e chama- lo de pai parecia uma mentira enorme, e em seu peito o que mais vibrava era a raiva.

Raiva por tudo o que perdeu, seus dias de infância que não voltavam mais, seus gostos, seus verdadeiros desejos e anseios que talvez nunca mais fosse recuperar ou reconhecer, ela não sabia realmente o que queria por causa dele, que lhe transformou em uma boneca cara, de porcelana, que tem medo de dar um passo a diante e quebrar, uma boneca que até então fez suas vontades, cumpriu com suas exigências, necessidades, e nunca lhe afrontou, ele a prendeu dentro de si, sem perspectiva de fuga, sem esperança de sair. Com a crença de atingir suas expectativas, sua imagem perfeita de modelo, de filha.

Era o seu primeiro grande desfile, com cobertura internacional, e agora sabendo de toda a verdade, ela não sentia nem um orgulho de seu pai, e sim desprezo, mas só seu irmão?
Dele sim, dele ela sentia um grande orgulho de estar vestindo uma de suas mãos novas criações, inspirado nela, um vestido que mostrava a modernidade futura, praticamente colado a pele, com a frente curta e atrás longa, com relevos parecendo que o tecido havia sido banhado em prata e ouro líquidos, seu corpo estava em glitter dourado e prata, seu cabelo em estilo sereia, com uma coroa de louros dourada, e nos pés uma sandália de salto baixo prata, com amarração até suas coxas a mostra.

Minha Principessa Inesquecível (Romance Safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora