2° Ato de "A Felicidade em Meio a Solidão".
Kalissa Vitale fugiu do Brasil ainda pequena com seus três irmãos, dos abusos de seus genitores, ao chegar na Itália o seu irmão mais velho se apaixonou e se casou com um Italiano, foi assim ambos se torna...
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“Eu te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.”
— Pablo Neruda.
Acompanhado pela lua cheia, em cima da beirada de um telhado de uma mansão, Raven acompanhava a chuva cair na madrugada fria. Vestia uma blusa justa, de algodão de mangas longas, preta, como a calça jogger, botas nos pés, lhe cobrindo da chuva uma capa longa de couro, com um capuz que cobria seu rosto, junto com a máscara, diferente das outras que usava essa era tecnológica, com design futurista, cor prata, com modulador de voz avançado embutido, cobria seu nariz e sua boca, perfeito para madrugadas congelantes como aquela, criada pelo próprio Giovanni, ela não era muito usada por si, só em momentos especiais, como o encontro com outros Dons, ou aqueles com quem ele não queria compartilhar sua voz. Com o avanço da tecnologia estava cada vez mais difícil confiar ao falar com alguém do Submundo, ele não poderia ser descoberto.
O moreno retira a máscara por alguns segundos, soltando um suspiro com um bafo gelado ao levantar o rosto para encarar a lua no topo do céu, pensativo, sem se importar com os pingos da chuva, antes de pôr sua máscara novamente. Mais cedo ele deixou seu namorado seguir para a covil secreto sem ele enquanto conversava com seu hóspede. Oskar não era idiota, era bastante perspicaz, o filho da mãe soube juntar um mais um rapidamente e descobrir a identidade do Líder dos Corvos, e o mesmo deixou passar, porque além de um ótimo torturador, ele era um exímio inventor e engenheiro elétrico, foi ele quem ajudou Raven com a máscara e parte do sistema da Crow Tech, os dois eram sócios, claro que ninguém poderia saber daquilo, pois era uma parceria mais amigável do que profissional, e o líder da guilda não pode ter envolvimento algum com nenhum Don, pois ele tinha que se manter neutro no Submundo, sem ajudar nem dar nem um privilégio há algum Clã. Mas naquele meio, Oskar era o único que ele poderia dizer que confia além de seu irmão e namorado.
Então quando o mais velho o viu beijando Mikael ele por um segundo, impulsividade sentiu medo por sua posição, por seu segredo estar tão exposto naquele momento. Afinal, sua posição não lhe permitia um relacionamento amoroso com outro homem, a máfia sempre foi muito cruel com curvas tão agressivas em seus princípios e regras, ela é ao todo muito tradicional para deixar de lado anos de preconceitos, homofobia e misoginia para aceitar um casal gay em sem meio, principalmente em algum posto de liderança. Talvez isso fosse mudar algum dia com Melissa na equação, mas mesmo com essa possibilidade, Vanitas ainda não podia sair do armário, não com tanto a perder, principalmente sua vida. Mas sinceramente, por Mikael ele não se importava em correr alguns riscos, percebeu isso com aquele beijo.
Na verdade estava farto de se esconder, há muito tempo!
Giovanni costumava ter dias solitários, noites eternas onde se perguntava até adormecer qual era o seu verdadeiro propósito naquele mundo. Será que tinha realmente nascido para ser uma arma nas mãos de seus pais, um guerreiro letal que cumpre ordens com uma lealdade cega ou algo mais?
