¹⁰𝗢 𝗱𝗲𝘀𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗼 𝗲 𝗮 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝘃𝗲𝗻𝗰̧𝗮̃𝗼

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Os dias se tornavam cada vez mais sombrios para Emma. A opressão constante e a sensação de inutilidade estavam se acumulando até que ela não conseguiu mais suportar o peso da sua existência sob o controle de Snape. A falta de propósito e a perda de alegria transformaram seus dias em uma sequência interminável de tarefas desoladoras e uma tristeza esmagadora.

Em uma noite particularmente difícil, enquanto estava em seu quarto, Emma encontrou-se olhando para um pequeno frasco de poção empoeirado que havia encontrado entre os itens deixados para ela por Snape. Era uma poção da morte, um líquido escuro e venenoso que prometia um fim pacífico e definitivo. Emma havia estudado essa poção anteriormente, e sabia exatamente o que ela faria.

Sentada na borda da cama, Emma olhava fixamente para o frasco, seu coração pesado com a sensação de que não havia mais saída para sua situação. A ideia de encontrar alívio na morte parecia cada vez mais atraente, um escape do tormento constante e da sensação de ter se tornado uma sombra de quem ela realmente era.

Ela pegou o frasco nas mãos, o tremor visível em seus dedos. Olhar para o líquido fez seu coração bater mais rápido, e a ideia de finalmente se libertar da dor e da submissão se tornou irresistível.

No entanto, enquanto Emma estava prestes a abrir o frasco, a porta de seu quarto se abriu de repente com um estrondo. Snape entrou com uma expressão de pânico que não era comum em seu semblante normalmente imperturbável. Ele havia sentido uma perturbadora conexão mágica que indicava o perigo iminente e sabia exatamente o que estava acontecendo.

— Não! — exclamou Snape, avançando rapidamente em direção a Emma e tirando o frasco de suas mãos. — Não faça isso, Emma!

Emma olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas e uma expressão de desespero. — Eu não aguento mais, Snape. Não há esperança, não há alegria... só dor e submissão.

Snape, com o frasco agora seguro em suas mãos, sentiu uma onda de culpa e medo. Ele sabia que sua manipulação e controle haviam levado Emma ao limite, e agora estava diante da necessidade de salvá-la de si mesma.

— Você não entende o que está pedindo — disse Snape, sua voz mais suave do que o normal. — Há mais em jogo aqui do que você pode perceber.

Emma, lutando contra as lágrimas, olhou para ele com uma mistura de raiva e desespero. — E o que há além disso? O que mais eu tenho além da dor e da sensação de ser uma peça descartável em seus planos?

Snape, percebendo a profundidade do sofrimento de Emma, sentiu um pang de remorso. Ele se aproximou lentamente, tentando encontrar as palavras certas. — Eu... eu não posso mudar o que já foi feito, mas o que você está pensando em fazer agora não é a resposta. Há coisas que podem mudar, há possibilidades que você ainda não explorou.

Ele se ajoelhou diante dela, segurando o frasco com firmeza. — Eu entendo que você esteja com raiva e triste, mas acabar com tudo assim só te fará desaparecer sem deixar uma marca. Há algo que você pode fazer ainda, algo que talvez possa dar um novo significado à sua vida.

Emma, com a respiração acelerada e os olhos cheios de lágrimas, não sabia o que pensar. O contraste entre o que Snape estava dizendo e a realidade dura que ela vivia parecia quase impossível de reconciliar. A dor interna estava tão profunda que as palavras dele soavam distantes e quase irreais.

Snape continuou, tentando manter a calma e a persuasão. — Se você me der uma chance, eu prometo que farei o que for necessário para te ajudar. Há formas de mudar sua situação, mesmo que eu esteja no controle. Não tome essa decisão final. Confie em mim... ou, pelo menos, dê-me a chance de mostrar que ainda há algo que pode ser feito.

Emma olhou para ele, a dor e a confusão em seus olhos misturando-se com a hesitação. A ideia de confiança, que uma vez foi fácil de dar, estava agora embargada pela dor e pela sensação de traição. No entanto, a desesperada necessidade de acreditar em alguma forma de redenção a fez hesitar.

Finalmente, com um suspiro profundo e um gesto de rendição, Emma deixou o frasco cair ao chão, onde ele se espatifou em mil pedaços. Ela se levantou, com as lágrimas ainda rolando pelo rosto, e olhou para Snape, seu olhar carregado de exaustão e uma pitada de esperança.

Snape, vendo que ela não tomou a decisão fatal, a abraçou com uma força inesperada, seu tom sério e arrepiante. — Vamos encontrar uma maneira de lidar com isso. Eu vou fazer tudo o que puder para ajudar, mas você deve ter paciência e força para suportar isso um pouco mais.

Emma ficou imóvel no abraço, seu corpo tremendo, mas um pequeno glimmer de esperança começou a se formar dentro dela. A decisão de não acabar com sua vida era apenas o primeiro passo em um caminho ainda incerto, mas, por enquanto, ela estava disposta a dar uma chance a essa nova perspectiva.

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Espero que tenham gostado 🤭

Beijinhos da autora 😘

𝐓𝐄𝐀𝐂𝐇𝐄𝐑'𝐒 𝐏𝐄𝐓 Onde histórias criam vida. Descubra agora