¹¹𝗘𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗮 𝗳𝗿𝗶𝗲𝘇𝗮 𝗲 𝗮 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗮𝗶𝘅𝗮̃𝗼

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Após o incidente com a poção da morte, Snape se viu em uma posição delicada. Embora sua prioridade ainda fosse manter Emma sob controle e usar suas habilidades, ele também estava começando a perceber o impacto emocional devastador de suas ações. Tentando equilibrar sua própria natureza fria com a necessidade de cuidar de Emma, ele começou a fazer alguns ajustes em sua abordagem.

Nos dias que se seguiram, Snape fez um esforço consciente para ser um pouco mais compreensivo. Ele começava a oferecer mais feedback positivo em relação ao trabalho de Emma, reconhecendo suas conquistas de forma mais regular, embora sempre com uma voz de autoridade.

— A poção está adequada desta vez — disse Snape uma manhã, seu tom menos severo do que o habitual. — Continue assim.

Emma, ainda abatida e sem ânimo, apenas murmurou um agradecimento. Os elogios de Snape, embora genuínos, não conseguiam restaurar a alegria que uma vez ela sentira ao criar poções. A sua resposta era automática, uma resposta treinada que não refletia um verdadeiro sentimento de satisfação.

Snape também fez um esforço para permitir a Emma alguns momentos de pausa durante o dia. Ele concedia a ela breves períodos de descanso, longe do laboratório, e permitia que ela passasse um pouco de tempo em áreas menos opressivas de Hogwarts, como o jardim ou a biblioteca, sem sua constante vigilância.

Embora esses momentos de liberdade fossem uma pequena melhoria em sua situação, eles não conseguiam reverter o desânimo profundo de Emma. Ela passava esses períodos com um olhar vazio, como se estivesse tentando encontrar algum significado em um mundo que parecia ter perdido a cor.

Durante uma dessas breves pausas, Emma se sentou sozinha em um canto da biblioteca, cercada por livros que antes a inspiravam. Ela folheava as páginas sem realmente ler, seu coração pesado com uma tristeza que não parecia ter fim. Cada livro era um lembrete da paixão perdida que uma vez a impulsionara.

Snape, em suas visitas a esses momentos de pausa, tentava se conectar com Emma de maneira menos formal. Ele conversava com ela sobre assuntos que não estavam diretamente ligados às suas tarefas, tentando proporcionar alguma forma de interação humana que fosse mais genuína.

— O que você achava dos livros sobre encantamentos antigos? — Snape perguntou em uma de suas visitas. Seu tom era mais curioso do que instrutivo.

Emma, sem muita vontade de conversar, respondeu com um tom monótono. — Eu gostava deles. Sempre achei fascinante como antigos encantamentos podiam influenciar a magia moderna. Mas agora... parece irrelevante.

Snape a observava com uma expressão pensativa, percebendo a profundidade do desânimo em suas palavras. Ele não conseguia entender completamente a magnitude de sua dor, mas estava começando a perceber que meros gestos de consideração não eram suficientes para aliviar o sofrimento dela.

Emma continuava a se sentir como uma peça descartável. Seus esforços para se adaptar a uma nova forma de interação e aos pequenos privilégios que Snape lhe concedia não conseguiam restaurar a alegria que ela havia perdido. A falta de propósito e o sentimento de estar presa em uma vida sem perspectiva continuavam a dominar seus pensamentos.

Cada tarefa era uma luta diária, e embora Snape tentasse ser menos severo, as demandas ainda eram implacáveis. As pequenas melhorias não eram suficientes para aliviar o fardo de Emma. Ela realizava seu trabalho com uma eficiência automática, mas sem o brilho que uma vez acompanhava suas ações.

Quando a noite chegava, Emma voltava ao seu quarto, onde a solidão e o vazio eram palpáveis. As paredes pareciam se fechar ao seu redor, e o quarto tornou-se um símbolo de sua situação interminável. Ela se deitava na cama, olhando para o teto com um sentimento de desolação.

Snape, por outro lado, lutava para entender como lidar com a situação. Seus métodos, embora um pouco mais suaves, não estavam conseguindo atingir o resultado desejado. A verdadeira cura para a dor de Emma parecia além de suas capacidades, e a frustração e impotência se misturavam à sua própria abordagem rígida.

Enquanto o tempo passava, Emma se encontrava em um ciclo contínuo de desânimo e resignação. O esforço de Snape em melhorar sua situação era visível, mas não conseguia substituir a profunda tristeza e a sensação de falta de propósito que ela carregava. Ela continuava a buscar um sentido em meio à dor, mas o caminho para recuperar a alegria parecia cada vez mais distante.




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