¹³𝗔𝗺𝗼𝗿 𝗲 𝗱𝗲𝘀𝗶𝗹𝘂𝘀𝗮̃𝗼

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Com o passar do tempo, Snape começou a sentir algo que nunca havia esperado: um amor genuíno por Emma. Seu comportamento, antes impiedoso e calculista, estava se transformando em uma preocupação mais profunda e pessoal. Ele estava cada vez mais ciente de suas emoções e como elas afetavam seu tratamento para com ela.

Enquanto Emma continuava sua rotina diária, a apatia e a amargura que ela sentia eram quase palpáveis. O entusiasmo por qualquer aspecto de sua vida parecia ter se evaporado, substituído por uma sensação de resignação. Ela passava o tempo com uma frieza distante, tratando as interações com Snape e com o mundo ao seu redor com uma falta de emoção que se tornara seu escudo contra a dor.

Em uma tarde fria, Snape entrou no laboratório para encontrar Emma trabalhando em uma poção complexa. Seus movimentos eram automáticos, e seu rosto estava impassível. Snape, agora mais consciente de seus sentimentos por ela, sentia um aperto no coração ao vê-la dessa maneira.

— Como você está se saindo com a nova fórmula? — perguntou Snape, tentando adotar um tom de preocupação genuína.

Emma levantou os olhos por um momento, um olhar cansado e vazio encontrando o dele. — Está indo. Não que faça diferença. O que importa mais? O amor é uma ilusão.

Snape ficou parado por um instante, sentindo o peso das palavras dela. Ele sabia que a profunda desilusão de Emma estava afetando sua visão do mundo, e isso o atingia pessoalmente. O amor que ele estava começando a sentir por ela era complicado, misturado com culpa e uma necessidade desesperada de fazê-la acreditar em algo melhor.

— Emma, — começou ele com uma voz suave, — eu sei que você está passando por um momento difícil, e sei que suas experiências podem ter deixado cicatrizes profundas. Mas não acredito que o amor seja uma ilusão. Pode ser difícil ver isso agora, mas existem formas de amor que são reais e verdadeiras.

Emma o olhou com uma expressão de incredulidade. — Como você pode dizer isso? — Ela levantou a voz, a frustração evidente. — Como você pode me convencer de que o amor é real quando tudo o que eu vejo é um mundo de dor e decepção?

Snape deu um passo mais perto dela, a preocupação em seu rosto se tornando mais visível. — Porque, apesar de tudo, eu sinto algo profundo por você. Algo que vai além da simples obrigação ou manipulação. O que eu sinto por você é mais do que isso, e é isso que eu quero que você saiba.

Emma olhou para ele, um misto de surpresa e ceticismo em seu olhar. A sinceridade na voz de Snape era inegável, mas ela estava tão marcada por suas próprias experiências que a ideia de amor real parecia quase impossível de acreditar.

— Como você pode dizer que sente amor por mim? — Emma perguntou, sua voz tremendo. — Se tudo o que você fez foi me controlar e usar? Como pode isso ser amor?

Snape hesitou, lutando para encontrar as palavras certas. Ele sabia que a percepção de Emma sobre o amor estava profundamente comprometida, e suas próprias ações passadas haviam contribuído para isso. — Eu entendo que minhas ações anteriores podem ter prejudicado a maneira como você vê isso. Mas quero mostrar a você que, apesar de tudo, eu posso ser diferente. Eu quero ser diferente para você.

Apesar das palavras de Snape, Emma continuava a se sentir incapaz de acreditar na autenticidade do que ele dizia. O amor parecia um conceito distante e quase inalcançável, enterrado sob camadas de desilusão e dor.

A cada dia que passava, Snape fazia um esforço consciente para mostrar a Emma que ele estava disposto a mudar, tentando construir uma relação mais sincera e respeitosa. Ele oferecia momentos de apoio e tentava ser mais sensível às suas necessidades emocionais. No entanto, apesar desses esforços, Emma permanecia fechada e cética.

Em uma noite tranquila, quando Emma estava sozinha em seu quarto, ela se deitou na cama, refletindo sobre as palavras de Snape. A ideia de amor verdadeiro parecia como uma luz fraca em um túnel escuro, quase impossível de ver claramente. Ela se perguntava se seria possível para alguém como ela, marcada pela dor e pela desilusão, acreditar em algo que parecia tão fora de alcance.

Snape, por sua vez, estava lutando com seus próprios sentimentos. Embora seu desejo de ajudar Emma fosse genuíno, ele também se via preso entre a necessidade de controlar e a crescente afeição que sentia por ela. O caminho para redimir sua relação era complicado, e a verdade de seus sentimentos estava se tornando um desafio doloroso.

Enquanto os dias se transformavam em semanas, a tensão entre eles continuava a crescer. Snape tentava provar a Emma que o amor que ele sentia era real e que havia uma possibilidade de redenção e cura. Emma, por outro lado, lutava contra suas próprias crenças profundamente arraigadas e o medo de se deixar enganar novamente.

A batalha entre a crença e a descrença continuava, com cada um lidando com suas próprias emoções e conflitos internos. O futuro era incerto, e o caminho para encontrar um sentido genuíno em meio à dor e à desilusão parecia ser uma jornada longa e difícil.





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