Judy segurou minha mão, os olhos brilhando como sempre.- Aruna, você pode ir com a gente na cafeteria? - ela perguntou, cheia de esperança.
Eu olhei de soslaio para Lian, que estava parado ali, observando a cena com seu habitual ar de superioridade. A ideia de passar mais tempo com ele era a última coisa que eu queria, mas Judy estava tão animada.
- Eu adoraria, Judy, de verdade... - comecei a explicar, escolhendo as palavras com cuidado. - Mas eu não posso. Tia Roselin e tio Hopper estão me esperando em casa.
Os olhos dela se encheram de decepção, mas antes que eu pudesse sentir o peso da culpa, acrescentei:
- Da próxima vez, prometo. Só que hoje realmente não dá.Judy sorriu, compreensiva como sempre, e meu peito aliviou um pouco. Enquanto isso, Lian apenas me observava, como se estivesse à espera de alguma atitude típica da "Aruna arrogante" que ele sempre via.
Tentando amenizar o clima, me abaixei para ficar na altura de Judy e toquei o ombro dela com um sorriso sincero.
- A cafeteria vai estar lá amanhã, certo? E nós duas vamos poder conversar bastante, só nós duas, sem o seu irmão irritante para atrapalhar.Ela soltou uma risadinha e assentiu com entusiasmo. Lian cruzou os braços, observando a cena em silêncio, como se não acreditasse que eu podia ser gentil.
Foi então que ouvi o som familiar da carruagem do tio Hopper. Ele apareceu, acenando para mim com um sorriso gentil.
- Aruna, está na hora de ir.Levantei-me e me despedi de Judy com um abraço apertado, algo que eu raramente fazia, mas que naquele momento pareceu tão natural.
Enquanto eu abraçava Judy, senti o olhar de Lian sobre mim, mas desta vez não era o habitual olhar crítico. Havia algo diferente, como se ele estivesse tentando processar o que estava vendo. Me soltei do abraço e lancei um rápido aceno de despedida para Lian, sem esperar resposta, antes de subir na carruagem com meu tio.
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Lian
Fiquei parado ali, observando Aruna se afastar. Ela tinha mesmo falado todas aquelas coisas? Era como se, por um breve momento, eu tivesse visto outra versão dela. Um lado que eu não conhecia... ou que talvez sempre estivesse ali, escondido de propósito.
No fundo, eu sabia que Aruna era mais do que aquela garota altiva que sempre parecia me odiar. Ela estava apenas me mostrando o que queria que eu visse: a arrogância, o orgulho... Mas agora, depois de vê-la com Judy, eu me perguntei se tinha sido muito rápido em julgá-la.
Ela sorriu. Ela abraçou Judy. E o tom da sua voz, tão suave, tão cheio de carinho, era completamente diferente do jeito ríspido que ela usava comigo.
No fundo, eu sempre soube. Aruna só me mostrava aquele lado frio para disfarçar algo muito mais profundo. E agora, pela primeira vez, me perguntei o que mais eu não sabia sobre ela.
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Aruna
Entendi melhor agora! Vamos reformular a cena com base no que você explicou. Vou incluir a surpresa de Aruna ao perceber que estavam indo para as terras do pai, o desapontamento inicial ao pensar que essa era a "grande surpresa" e, depois, a revelação do cavalo. Aqui está a nova versão:
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Aruna
A carruagem balançava suavemente enquanto eu olhava pela janela, observando a paisagem passar. O caminho me parecia familiar, mas algo me dizia que não estávamos indo diretamente para casa.
- Tio Hopper, para onde estamos indo? - perguntei, com a curiosidade crescendo. Ele estava sentado ao meu lado, com um sorriso enigmático nos lábios.
- Que bom que você finalmente perguntou - ele disse, rindo. - É uma surpresa, mas tenho certeza de que vai gostar.
Fiquei intrigada, mas também um pouco ansiosa. Tio Hopper sempre gostava de surpresas, mas nem todas eram exatamente do meu gosto. Fiquei em silêncio, observando o caminho até que, de repente, o cenário ficou muito mais familiar.
As terras do meu pai.
As plantações de uva, maçã e outros frutos se estendiam até onde meus olhos podiam ver. Homens e mulheres trabalhavam incansavelmente, colhendo e cuidando da vasta exploração que abastecia várias partes do mundo. Eu já havia estado ali antes, muitas vezes, mas fazia tempo que não visitava. Para mim, aquelas terras sempre foram uma grande responsabilidade que eu sabia que, um dia, teria de assumir, mas não era isso que eu esperava como uma "surpresa".
Quando a carruagem parou, desci com uma expressão de desânimo.
- É isso? - perguntei, cruzando os braços. - Você queria me mostrar as terras do papai? Já conheço tudo isso, tio.
Tio Hopper apenas riu, como se esperasse essa reação de mim.
- Calma, Aruna. Ainda não chegamos ao que eu realmente quero te mostrar. Venha, tem mais.
Revirei os olhos, mas segui seu ritmo, caminhando ao lado dele. Ao redor, as pessoas trabalhavam de forma metódica, e eu observava tudo com um certo desinteresse. As plantações eram imensas, e o cheiro doce das frutas enchia o ar. Apesar de toda a grandiosidade, aquilo não me impressionava mais.
Nós caminhamos um pouco mais até chegarmos à área onde ficavam os animais. O lugar era agitado com bois, ovelhas e cavalos, todos pastando ou descansando. Mas, mesmo ali, nada parecia tão interessante... até que tio Hopper parou em frente a um curral isolado.
- Agora, sim, chegamos à parte interessante - ele disse, com um brilho nos olhos.
Dentro do curral estava um cavalo como eu nunca havia visto antes. Sua crina era branca como a neve, contrastando com o pelo marrom vibrante, da cor de terra seca. O animal era forte, elegante, mas ao mesmo tempo tinha uma presença selvagem. Seus olhos brilhavam com uma energia indomável.
Fiquei paralisada, admirando o cavalo por alguns instantes, sem acreditar.
- Esse cavalo é seu, Aruna - tio Hopper falou, sorrindo.
- Meu? - perguntei, incrédula, me aproximando lentamente. - Você está falando sério?
- Sim, só você vai poder montá-lo. Ele é indomável, ninguém conseguiu até agora. Mas eu tenho a sensação de que ele estava esperando por você.
Me aproximei do cavalo com cuidado. Ele me observava com uma inteligência que quase me fazia pensar que estava me estudando. Toquei sua crina macia, e senti uma conexão instantânea. O cavalo relaxou levemente ao meu toque, como se soubesse que finalmente havia encontrado sua dona.
- Shiva - sussurrei, quase sem pensar. O nome veio à minha mente de forma natural.
- Shiva? - Tio Hopper repetiu, com um sorriso de aprovação. - Um nome poderoso.
- Ele é poderoso - respondi, ainda tocando o cavalo. - E indomável, como Shiva. Mas também há algo mais nele... algo sagrado, como se ele tivesse um propósito maior.
- Só não conte a sua tia ela vai nos matar se descobrir. Rir ao persebi o olhar sério dele - Tudo bem não contarei nada, esse foi o presente mas brlo que alguém na Mr deu tio. Beijo suas bochechas enrugadasTio Hopper, sorrio para mim com aquele mesmo olhar que me dizia que talvez aqui não fosse tão ruim . Montei em Shiva com facilidade, e, ao contrário de todos que haviam tentado antes, ele não resistiu. Parecia que estávamos em perfeita harmonia, como se esse momento tivesse sido destinado a acontecer.
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Algumas curiosidades— As terras do pai da Aruna ficam no Norte de Saint Jocobs e ele é um empresário renomado que transporta produtos por todo mundo.
— Shiva significa destruidora e regenerada e é originalmente um nome indiano.
— Lian e Aruna já haviam se visto antes a anos atrás quando eram crianças, mas se querem saber como? Siga os próximos capítulos.

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Nosso Segredo
RomanceAruna é uma jovem indiana de 19 anos que vai passar um tempo na casa dos tios dela no Canadá ela sofre muito preconceito por causa de suas roupas e seu jeito de ser ela odiava aquele lugar e queria voltar o mais rápido possível para casa . O que e...