Nosso Segredo

Convite

Estava na varanda e as lindas flores amarelas deixavam a vista mas bonitas já que algumas das suas pérolas caiam e pareciam pedaços do sol e ouro. O domingo não poderia ser mais esplêndido, o tio Hopper já estava melhor o que me trazia alívio, mas ainda me sentia culpada por tudo. Mas não me arrependo de ter dito tudo que eu queria para Roselin.

Peguei o remédio que estava na mini mesa de centro , o tio Hopper olhava pro remédio com desgosto - Não preciso desses remédios.
- Você precisa sim.
- Mas já estou melhor Aruna
- Só vai está melhor quando eu dizer que está melhor. Ele sorir e diz
- Como quiser médica Aruna.
Eu sorrio de volta, ouvi os gritos da minha tia me chamando do outro lado da casa
- É melhor você ir . Tio Hopper diz com aquele sorriso amarelo

Ela estava na cozinha lavando a louça, a comida já cozinhava e cheirava maravilhosamente bem.
- Aruna me ajude, ela diz amarrando o cabelo num coque - Corte as verduras e tempere a panela com elas.
- Mas eu não sei cozinhar. A cara da tia Roselin foi de total indignação os olhos dela pareciam sair do rosto - Como assim você não sabe, toda mulher tem que saber.
- Eu não sou qualquer mulher. Digo irritada
- Corte as verduras!
- Eu falei pra você não dispensar os empregados. Tia Roselin para de mexer na panela e diz
- Eles mereciam uma folga
- Eles merecem trabalhar são empregados.
- Eu vou fingir que não ouvi isso Aruna! Tia Roselin fala rispidamente ela sempre tava com aquela cara de mal humor e era difícil definir quando ela realmente estava. Eu ainda sentia raiva toda vez que lembrava o que ela havia feito, o que me lembrava o porque aqui não era o meu lugar.

Até ouvimos o barulho da campainha
- Vá abrir a porta Aruna. Tia Roselin fala naquele tom de ordem que eu odiava mas acabei sedendo. Tia Roselin vinha atrás de mim tirando o avental e limpando sua mão num guardanapo.

Quando abri a porta, a última pessoa que eu esperava encontrar era Lian. Ele estava ali, com seu habitual ar sério e composto, mas os olhos brilhando com aquela mistura irritante de ceticismo e sarcasmo. Vestia o uniforme de médico, sempre impecável, como se estivesse pronto para salvar o mundo, ou pelo menos, me julgar mais uma vez.

- Boa tarde, senhorita Aruna. Que bom ver que a porta ainda está em boas mãos - ele disse, com aquele meio sorriso que eu detestava.

Revirei os olhos, mas tentei manter a compostura. Não queria dar a ele o prazer de saber o quanto sua presença me incomodava.

- Boa tarde, doutor Lian - respondi, o mais fria que consegui.

Minha tia Roselin, que estava atrás de mim, se adiantou com um sorriso forçado. E me dando um leve empurrão para eu parar,ela já sabia que eu não gostava nenhum pouco dele.

- Entre, doutor. Imagino que veio ver Hopper - disse ela, sempre tentando manter as aparências.

Lian assentiu e deu um passo à frente, mas eu ainda estava bloqueando parcialmente a porta. Eu sabia que ele estava esperando eu sair do caminho, mas ao invés de pedir educadamente, ele me olhou com aquele mesmo sorriso cínico, como se estivesse me provocando silenciosamente.

- Vai me deixar entrar ou prefere que eu tente diagnosticar o seu mal humor antes? - Ele perguntou, levantando uma sobrancelha.
- Aruna, tia Roselin sussurra com um sorriso falso no rosto para eu sair, eu não entendia porque tia Roselin gostava tanto do Lian ele era um idiota. Mas ambos combinavam perfeitamente.

Suspirei pesadamente, dando um passo para o lado. Eu queria poder responder o que eu havia pensado , mas me segurei. Sabia que, para ele, qualquer reação exagerada da minha parte seria uma vitória.

- Pode passar, mas não pense que vou oferecer chá ou qualquer outra gentileza - murmurei, cruzando os braços. Tia Roselim me passa um olhar que parecia me matar mas a ignorei