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" HELLO, HELLO. MY, MY, MY, WHAT HAVE WE HERE? " — Elton John.

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Capítulo 3

O ENTREGADOR E A SECRETÁRIA

Michael havia acabado de chegar em um de seus dois empregos. Este, era num restaurante, e ele fazia as entregas. Já no outro, que era à noite, ele era garçom em outro estabelecimento.

Eram trabalhos fáceis até demais para o Afton, que já havia tido os piores empregos. No primeiro deles, foi enganado, teve seus órgãos arrancados e encarou a morte por cinco noites. Tanto no segundo, quanto no terceiro, teve que sobreviver, trancado numa sala minúscula, até às seis da manhã, numa pizzaria com robôs assassinos. Ser entregador e garçom era infinitamente mais seguro do que ser um guarda noturno em alguma franquia da Fazbear.

Ei, Mike! — bradou o cozinheiro. — O pedido está pronto, agora é com você.

— Ah, claro. — ele pegou a sacola com a típica marmita de alumínio dentro.

Já tem o endereço anotado?

— Sim. Vou indo, até. — ele colocou seu capacete e sentou-se no banco da moto, que já estava à sua espera, na porta do restaurante. — Vamos lá. — o homem deu a partida e saiu em disparada.

[ . . . ]
(O Jefferson voltou, gente!)

Michelle estava na recepção da empresa onde trabalhava. A mulher apenas sentia um vazio em seu estômago, estava faminta e havia esquecido seu almoço. Bebia água, café, tentava mascar chicletes, mas nada resolvia.

Querida, que cara é essa? — perguntou a outra secretária.

Esqueci meu almoço...

— Oras, por que não disse isso logo? Tem um restaurante baratinho que faz entregas. A comida é maravilhosa!

— Ah, qual o número de telefone do restaurante? — perguntou, já ansiando com a chegada da refeição que ainda não fora nem sequer pedida.

Espere, acho que tenho o cartão de lá.
ela vasculhou sua bolsa e tirou um pequeno cartão de papel de lá.

Muito obrigada.

— Além do mais, tem um cara gatíssimo que faz as entregas. — ela suspirou, mordendo o lábio inferior. — Se quiser, posso ir na portaria receber o seu pedido!

— Não precisa, eu vou até lá. — respondeu.

Uma desvantagem das colegas de trabalho de Michelle: todas eram tremendas vadias. Interesseiras, que viviam em cima de diversos homens aos mesmo tempo. Às vezes, contavam, nas horas de intervalo, sobre a diversão que tiveram na cama de um homem numa noite de sábado.

Michelle detestava esses assuntos e sempre fazia questão de ficar fora deles. Dentre suas três colegas, apenas ela era virgem e ainda não tinha nenhum namorado, ou noivo, ou marido. Se sentia um peixe fora d'água a maioria das vezes. Algum tempo passou desde que a Connor ligou para o restaurante e fez seu pedido. Ela não sabia se iria aguentar esperar mais, já sentia sua glicose muito baixa e seus chicletes acabaram. De repente, o telefone tocou.

Senhorita Connor, entrega.
disse o porteiro do outro lado da linha.

— Graças à Deus! Pode mandar subir, Jordan.

Ela suspirou aliviada. Abriu sua carteira e pegou o dinheiro para pagar ao entregador. Saindo de trás do balcão, foi até a porta, onde já via uma imagem se projetar atrás da porta de vidro giratória da recepção.

Michelle Connor? — perguntou o entregador com uma sacola plástica em mãos.

Por um momento, tudo pareceu parar. Michelle sentia que seu coração parou de bater, que seus pulmões não respiravam. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo dos pés, até a cabeça. Um rubor preencheu suas bochechas enquanto os olhos azulados daquele homem exploravam cada milímetro dela.

S-Sim, sou eu.

— Aqui está... Senhorita.

Seus olhares se cruzaram por um momento, ambos contendo um brilho indescritível. Como você com certeza já deve ter adivinhado, o tal entregador era Michael. Ele, que sempre era indiferente, estava, pela primeira vez, em seus trinta anos de vida, olhando de um jeito diferente para uma mulher.

A observava de ponta a ponta. Aqueles lindos cachos dourados, os profundos olhos negros, as curvas sutis e o suave decote na blusa social branca que vestia, ele, que dava um vislumbre da curvatura de seus seios. Michael estava hipnotizado, jamais havia visto uma moça tão bela.

Aqui está o dinheiro. — falou a loira, colocando as notas verdes na mão do homem.

Acho que cometeu um engano, tem vinte dólares a mais aqui...

— É uma gorjeta para o entregador que literalmente salvou o meu dia. — ela deu uma piscadela.

Michael sentiu uma flecha acertar seu coração. Um calor subia por seu corpo lentamente. Sentia o lugar ficar gradualmente mais quente, como se estivesse em chamas.

" Socorro... " — ele pensou. — " Socorro, como ela consegue ser assim? "

— Obrigado, senhorita.

— Michelle, pode me chamar de Michelle. E não há de que.

B-Bem, é isso. Adeus! — ele pôs de volta o capacete e andou rapidamente para fora da empresa.

Subindo em sua moto, não teve coragem de olhar para trás, sentia ainda o olhar penetrante daquela mulher em cima dele. Ele respirava pesadamente, o suor escorria por sua testa.

" A Fazbear pode fazer as maiores merdas possíveis, mas, definitivamente, sabe contratar funcionárias. "

''  THIS I LOVE  '' - Michael Afton X OCOnde histórias criam vida. Descubra agora