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Capítulo 19
PAI & FILHA

Se passaram seis meses desde que Michelle foi assassinada. Não encontraram o assassino até hoje, não há rastros de William Afton, ele simplesmente sumiu do mapa.

Amy passou a ter sessões de terapia, em alguns meses, ela já estava mais calma e conversava menos friamente, mas, com o seu pai, não. Ela mal falava com ele, apenas cumprimentava, como se ele fosse um estranho.

Michael não conseguia entender a própria filha. Aquilo o deixava confuso, tinham muitas coisas em sua mente. Ainda sentia a dor da perda de Michelle, um vazio indescritível tomava conta dele, fazendo que passasse noites em claro, sem conseguir parar de pensar nela. Mantinha o travesseiro que ela costumava dormir ao seu lado, o cheiro dela ainda estava ali, porém, a cada dia, mais fraco.

A única coisa que restou foi sua filha. E ela mal se importava com a existência dele. O que ele estava fazendo de errado? O que ele precisava mudar?

Depois de mais uma das sessões de terapia de Amy, ela estava sentada, desenhando, e Michael e a terapeuta a olhavam pelo vidro.

— Amy é uma criança extraordinária. E está progredindo.
— disse a doutora.

— O grande problema é que ela parece que não me conhece. É capaz de ela falar mais com o vento do que comigo. Se eu caísse morto um dia desses, ela mal notaria, porque estaria ocupada demais desenhando!

— Mike, você sabe que desenhos expressam as coisas que não conseguimos mostrar com palavras? — ele assentiu.
— E quem aparece na maior parte dos desenhos da Amy?

— Eu.

— Ela te ama, Mike. Você é o mundo dela, tudo o que ela tem, mas ela não consegue se comunicar com você, por algum motivo que ainda não sabemos, mas vamos descobrir, de alguma forma. E a melhor delas, e você persistir e passar um tempo com ela.

— É, eu vou tentar.

Michael estava determinado a conseguir se aproximar de Amy novamente. Eles entraram no carro, a menor se sentou na cadeirinha e afivelou o cinto de segurança sem a ajuda de seu pai. Ele apenas se sentou no banco do motorista e olhou para ela pelo retrovisor. Resolveu ligar o rádio, e uma música começou a tocar, Everybody, de Backstreet Boys. Em alguns segundos, Amy começou a balançar sua perna, curtindo a música. Aquela era a chance de Michael.

— Você gosta dessa música?

— Sim, é legal. — ela olhou para ele pelo espelho retrovisor. — Você também gosta?

— Sim, eu gosto. — ele sorriu. — Então, quer dar uma volta? Comer alguma coisa?

— Quero.

— Então vamos, tem alguma preferência?

— Não sei. . .

— Deixa comigo.

Ele então a levou naquele mesmo restaurante que Michelle adorava. Amy olhava tudo ao seu redor, os quadros de artistas famosos, os discos de vinil, ela então parou para observar um deles.

— Quem é esse?

— Ah, é o Alice Cooper.

— Ele parece legal. — ela esboçou um sorriso.

— Está tocando uma das músicas dele agora mesmo. Ouça.

A menina rapidamente teve afeição pela música que estava tocando, Poison. Ela balançava os pés, alegre, enquanto fazia algum desenho em seu caderno. Michael se aproximou dela, para ver o que ela desenhava. Viu o cenário que parecia o de um show, no palco, estava Alice Cooper, e no meio da plateia, a própria Amy e Michael.

— Você desenha bem.

— Obrigada! — ela notou que os olhos dele estavam lacrimejando.
— Você está chorando. Por que?

— Porque eu senti sua falta, você mal falava comigo depois. . .

— Me desculpa. — Amy se encolheu.

— Pode me dizer o por quê de ter se afastado? Eu sei que você estava e ainda deve estar assustada com tudo isso, mas eu sou seu pai, e quero ajudar você.

— É porque é tudo minha culpa. . .
— disse secando uma lágrima. — Eu fui burra, por isso a mamãe morreu.

— Amy, nada disso é culpa sua. Você é apenas uma vítima nessa história toda. Não precisa se sentir culpada.

— Eu pensei que você estava bravo comigo. . .

— Não! Nunca! — ele olhou fixamente para a menina. — Você não fez nada de errado, por que ficaria bravo? Você é minha filha, e eu te amo, Amy.

Ela não disse nada, apenas o abraçou. Michael a abraçou de volta, ainda com lágrimas nos olhos. A menor chorava silenciosamente enquanto o abraçava, mas se sentia mais leve, como se um peso tivesse sido tirado de suas costas.

— Eu também te amo, papai.

''  THIS I LOVE  '' - Michael Afton X OCOnde histórias criam vida. Descubra agora