Se eu te dissesse que isso só iria machucar
Se eu te avisasse que o fogo iria queimar
Você entraria? Você deixaria eu ir primeiro?
Faria tudo em nome do amor?
Você deixaria eu te guiar mesmo quando estivesse cego?
No escuro, no meio da noite?
No silêncio, quando não há ninguém ao seu lado
Você chamaria em nome do amor?
— In The Name of Love, Martin Garrix feat Bebe Rexha•
Dinastia Joseon
1559 d.CNão sobra muito de qualquer pessoa quando o amor deixa suas almas.
Não resta esperança por dias melhores, não resta força para continuar respirando. Só uma constante dor latente capaz de paralisar os membros e corroer o que resta de sentimento.
Jiang se sentia anestesiado.
Fazia longos minutos que tinha parado de chorar, não porque a tristeza havia passado, mas porque não restaram lágrimas em seus olhos, palavras em sua boca ou qualquer grito de dor em seus pulmões.
Ele estava vazio.
Mais vazio do que jamais esteve.
Seus cotovelos estavam apoiados naquela pedra, suas duas mãos seguravam a mão fria como gelo contra seus lábios, encarando o rosto de Junseo e vendo a falta de qualquer vida nele.
Muitas vezes o observou dormindo, com a cabeça em seu peito, ouvindo seu coração bater. Mas nunca mais poderia fazer isso.
Depois de dez anos o encontrou novamente, mas Junseo jamais saberia que ele estava ali.
Naquele momento ele só conseguia se amaldiçoar por ter desistido tão facilmente, por não ter insistido, voltado para ele ano após ano e dito que o amava, aproveitado ao menos a chance de olhar nos olhos dele a distância.
Era infernal.
Um tormento que talvez o seguisse até o túmulo.
Arrependimento talvez fosse pior que a morte.
— Quando nos casamos, ele me falou sobre um homem que servia o exército no litoral e que esse homem tinha levado seu coração quando partiu. — A rainha estava quieta no canto da sala. Tinha entrado assim que os gritos dele cessaram, quando seus soluços se tornaram um silêncio estático. Provavelmente ela imaginou que ele já tinha aceitado, mas não sabia que Jiang apenas estava morrendo por dentro e por isso parou de chorar. — Ele não falava sobre você com ninguém, mas pedia mensalmente que trouxessem informações. Junseo sabia tudo sobre sua vida mesmo estando distante. Quando soube do seu noivado com a filha do médico, ele ficou três dias sem comer e sem dormir. Eu fui vê-lo a pedido da minha sogra e o ouvi chorando enquanto chamava seu nome. Eu sempre soube de tudo.
Jiang beijou a mão de Junseo mais uma vez, colocando o dorso contra sua bochecha, sentindo aquela ausência de calor que o fazia querer chorar e gritar pessoalmente com qualquer espírito ancestral ou qualquer divindade que tenha permitido seu Junseo partir daquele jeito.
— Nunca fui capaz de entender ou questionar. Também nunca contei o segredo dele a ninguém, apesar de tudo, Junseo era meu único amigo. Eu o amava, não da mesma forma que você o amava, mas amava — ela continuou. — Ele pensou que você tivesse deixado de amá-lo. Isso o fez adoecer, como se sua falta estivesse destruindo o corpo dele aos poucos. Acredito que tenha sido o motivo de não ter conseguido vencer o irmão. Estava sozinho e… não ouviram ele gritar. Ele não pediu ajuda. Devia estar tão cansado.
Jiang sentia um gosto amargo na boca.
Sentiu-se imundo e desprezível por ter desistido de esperar por ele. Pensou em como pateticamente ele entendeu a ausência de Junseo como sinal de que o amor entre eles havia se apagado e como havia coisas mais importantes do que eles, pensou em como por várias vezes ele se odiou por ainda amar Junseo e gritou sozinho para o mar que queria esquecê-lo.
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Todas As Nossas Histórias De Amor• PJM + JJK
RomanceJeon Jungkook tem um dom. Algo tão particular e peculiar que foi mantido em segredo por toda sua vida por puro medo de ser considerado louco: ele podia ver, através dos olhos das pessoas, suas vidas passadas. Tudo estava ao alcance de seu olhar, co...