desculpas cansativas

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Porque meus pensamentos me devoram
E pensamentos sobre você me consomem
Não posso deixar de te amar
Mesmo que eu tente
Não posso deixar de te querer
Eu sei que eu morreria sem você
(War of Hearts — Ruelle)

Dinastia Joseon
1.548 d.C

Jiang decidiu que ignorar os problemas não faria eles sumirem, mas era o suficiente para não lidar com eles, pelo menos por enquanto.

Por mais torturante que fosse apenas agir como se nada tivesse acontecido, ele continuava seguindo sua vida como se tudo não tivesse passado de um mero delírio de sua mente.

Mas ele tinha suas recaídas, como na noite anterior quando estava procurando livros no acervo da família Jang e encontrou alguns romances. Romances que provavelmente eram do tipo que seriam queimados caso o pai de Junseo soubesse que estavam ali.

Depois de começar a ler, ele soube que não eram do tipo convencional.

Porque ninguém em sã consciência gastava papel escrevendo uma história fantasiosa sobre um romance entre dois homens na corte real. Com cenas muito indecentes, a propósito.

Aquilo o manteve acordado por boas horas.

A flecha cortou o ar e se prendeu ao alvo, no círculo próximo do centro. Ele tinha melhorado consideravelmente nos últimos dias e sua pontaria estava quase perfeita. Mas ele ainda não estava satisfeito.

Isso e uma cabeça cheia de pensamentos intrusivos, o fazia acordar uma hora mais cedo todos os dias, desde o fatal ocorrido no rio, para praticar tiro com arco.

Ele estava com dor nos dedos pelo manejo, e quando a última flecha escapou em direção ao arco, Jiang sentiu sua mão arder.

Ele olhou para os dedos que usava para esticar a corda e praguejou baixo ao ver o sangue. Estava tão distraído que não soube cuidar o limite. Aquilo vinha acontecendo com frequência e talvez fosse culpa da força exagerada que estava aplicando ao puxar a corda do arco.

Coisas que ocorriam sem que ele notasse.

— Você está colocando força demais, não vai conseguir acertar o alvo se estiver com tanta raiva dele. — Junseo, como costumava fazer, estava ali para criticá-lo. Não era nenhuma surpresa, mas Jiang não esperava ter que lidar com ele antes da tarde.

Jiang olhou na direção dele.

Era irritante saber que Junseo continuava agindo como se tudo estivesse dentro da mais perfeita normalidade. E ele, no entanto, ainda sentia as mãos do príncipe em sua pele quando estava sozinho, como um toque fantasma sempre que se lembrava do ocorrido.

Os olhos de Junseo pareciam cheios de algo indescritível quando Jiang olhou para ele. Ele estava com os braços cruzados, a mandíbula rígida e travada. Ele estava vestindo apenas calças e botas, o peito nu e exposto indicava que ele devia estar se exercitando.

Estava suado e com a respiração pesada.

— Falou quem destruiu uma espada treinando na semana passada — Jiang retrucou, com um sorrisinho.

Ele puxou mais uma flecha da aljava que estava no chão e colocou no arco. Seus dedos pareciam prestes a se partir quando esticou a corda, ele sentia aquela dor horrenda, mas isso o distraía.

O mantinha com o foco longe de Junseo.

Ele atirou e a flecha cruzou o ar rapidamente, se cravando mais longe do centro do que a última. Isso feriu seu ego e o deixou um pouco desanimado.

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