flor no arame farpado

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Linda mulher descendo a rua
Linda mulher, do tipo que eu gostaria de conhecer
Linda mulher, não acredito, você não pode ser de verdade
Ninguém pode ser tão bela como você
— Pretty Woman, Roy Orbinson

⚠️AVISO⚠️

O capítulo contém gatilho com tópicos sensíveis como estupro, violência e pensamentos suicidas.

A história das “mulheres de conforto” será abordada de forma breve e NÃO HAVERÃO CENAS EXPLICITAS DE ESTUPRO, porém o assunto será mencionado por parte da história de Park Jihye (Jimin) e Jeon Minji (Jungkook) acontecer dentro de um bordel desse tipo.

Lembrando que as “mulheres de conforto” foram meninas (coreanas, chinesas, tailandesas e de outros países ocupados pelo Japão no período de 1910 a 1945) a partir de 12 anos de idade que  foram forçadas a se prostituírem para soldados japoneses em bordéis montados especificamente para facilitarem esses estupros.

Então é realmente um tópico sensível, ele será abordado no início da história da Jihye e da Minji, então será por pouco tempo, mas haverá essa menção.

Como todos já sabem, elas são a segunda reencarnação de Jimin e Jungkook, então esse será um romance sáfico, como sei que algumas pessoas não gostam, já aviso que haverá sim romance entre as personagens.

O motivo pelo qual eu não fiz eles como casal hétero em nenhuma das encarnações será explicado ao longo da história.

Período Imperial Japonês
Primavera de 1928

As flores estavam espalhadas no chão como um tapete colorido sobre a terra. O cheiro era doce, mas não combinava com o lugar. O arame farpado, as cercas altas, os soldados armados.

A primavera não parecia ter lugar para se encaixar ali.

Uma brisa fresca trazia cheiro de terra molhada, e a julgar pelo céu, a chuva estava próxima. Não tipo de chuva que chegava lavando tudo, mas aquela garoa fraca.

A garota estava ocupada estendendo os lençóis da forma mais desleixada, sem se importar com a repreensão das demais quando vissem seu trabalho mal feito.

Não era seu dia de executar aquela tarefa, mas Miho se recusou a sair do quarto naquela manhã por um resfriado dos piores e recaiu sobre ela substituir a garota.

Park Jihye estava entre o grupo das mais velhas, por isso, a responsabilidade de cuidado era delas. As únicas três meninas que tinham dezoito anos completos. Isso a fazia se sentir como uma irmã mais velha em alguns momentos e como uma mãe em outros.

E a assustava que no fim do dia, olhando seu reflexo no espelho minúsculo que tinha em sua gaveta de cabeceira, ela encontrasse um rosto tão jovem quanto os demais que viviam ali.

Ela estava com dor, mas isso não a impedia de cumprir as tarefas o mais rápido possível para poder desfrutar das poucas horas de paz que teria antes do jantar, o suficiente para se sentar debaixo daquela cerejeira no quintal e decidir quem seria a dona da próxima página.

Ela passou a manhã toda pensando no caderno e no pedaço de carvão na cabeceira e apenas desejando um momento para se sentar e rabiscar mais um rosto.

Todas As Nossas Histórias De Amor• PJM + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora