Não se apaixone

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Quando mais você fala, menos eu sei
Aonde quer que você vaguei, eu te seguirei
Estou implorando para você pegar a minha mão
Arruinar meus planos, esse é meu homem
— Willow, Taylor Swift

Palm Springs, Califórnia
Julho de 2022

Meu irmão sempre foi péssimo com a atenção a detalhes, mas Jimin e Taehyung sempre foram o tipo de pessoa que lembra até a cor exata da roupa de alguém em um determinado dia, então vencer uma discussão contra eles sempre foi quase impossível.

E foi Taehyung que me contou sobre aquele dia. Com riqueza de detalhes.

Taehyung que, diga-se de passagem, sempre foi alguém cuja vida pessoal era uma bagunça muito maior do que a que ele deixava na própria mesa no escritório ao longo do dia, era alguém que costumava achar que o ditado “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher” uma tremenda baboseira.

E sou grato a ele por ter se metido muito no relacionamento de Jimin e meu irmão. Ele sabe disso.

A verdade é que Taehyung viveu um relacionamento que o traumatizou o suficiente para ele não querer nem ao menos pensar em ir a um encontro ou conhecer a família de alguém.

Ele nunca me disse o nome dela apesar de eu ter insistido muito nisso, mas tenho certeza quase absoluta que a mãe do Baeyun era Bora, uma modelo coreana.

Motivos pelos quais eu creio nisso?

Ele tinha uma coleção de revistas com fotos dela na capa, vi uma vez quando ajudei a carregar a mudança dele. Sei que a essa altura essas revistas devem ser cinzas na lareira, mas me esclareceram muitas coisas.

Mas voltando ao assunto.

Taehyung, naquela manhã, acordou com um problemão.

— Não podem negar atendimento se estou disposto a pagar? Que merda de política podre é essa? Vão deixar uma criança sem atendimento por causa da porra de um protocolo?! — Talvez gritar e bater no balcão da recepção do terceiro hospital que ele procurava naquela manhã não fosse a melhor alternativa de fazer alguém ter compaixão, mas quem pode culpar um pai desesperado? — Eu não estou pedindo nada além de um pediatra pra ver ele. Só isso. Eu só quero que examinem meu filho e me deem a receita de um remédio!

O seguro de saúde que Taehyung tinha feito para aquela viagem tinha tido um problema no processamento do pagamento e isso resultou em nenhum hospital na região querendo prestar atendimento a Baeyun mesmo que ele se oferecesse para passar o cartão ali mesmo.

Baeyun estava vomitando e com uma febre altíssima desde a madrugada, e quando Tae percebeu que nada que fazia estava funcionando, decidiu procurar um hospital e teve uma sequência infeliz do mesmo discurso que dizia: houve problema de processamento, entre em contato com a seguradora.

— Senhor, não podemos atender estrangeiros sem a autorização do seguro de saúde do seu país. Precisamos de uma confirmação que vocês…

— Que não somos o que? Terroristas? Acham que tem a porra de uma bomba no estômago do meu filho? — Tae disse que bateu tão forte na mesa que a mulher se encolheu atrás do balcão.

Era uma palhaçada.

A grande verdade era que fazer com que estrangeiros se sentissem mal recebidos talvez fosse o lema de qualquer lugar nos Estados Unidos.

E os hospitais da Califórnia tinham um preço muito mais alto do que o limite do cartão dele, então não ligavam se Baeyun estava chorando de dor encolhido em uma cadeira na recepção, se Tae não podia pagar um leito e uma consulta caríssima, não iam atendê-lo.

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⏰ Última atualização: Oct 20 ⏰

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