Prólogo

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Despertei com uma sensação de leveza quase transcendental, como se flutuasse.

Adorava quando sonhava que corria por campos floridos, sentindo-me vibrante e pleno, capaz de realizar todos os meus desejos.

Os sonhos eram tão vívidos, sempre acompanhados por uma presença que corria ao meu lado.

Não era uma pessoa, mas algo animalesco que me perseguia incansavelmente enquanto eu tentava escapar, inevitavelmente caindo e sendo alcançado por ele.

Estranhamente, não experimentava medo, ao contrário, havia uma estranha segurança em sua presença.

— Ei pequeno. — Acariciei seus pelos brancos, ele dormia nas minhas pernas.

— Mimando seu alimento, Jimin? — O coelho pulou das minhas pernas ao ouvi-lo e quis também fazer o mesmo, retornar aos meus aposentos e evitar Chan. — Não cumprimenta o seu noivo? — Saí da cadeira e tentei passar por ele, mas me deteve ao segurar o meu braço, gostaria de ser forte o suficiente e colocá-lo em seu devido lugar. 

— Prefiro morrer a me casar com você. — Respondi com os olhos estreitos, saindo faíscas de fúria para aquele ser desprezível e arrogante.

— Imagina se o seu povo ouvir suas palavras... o que dirá? Seu líder fraco que mal consegue se manter sobre as pernas não aceita se sacrificar pelos seus irmãos. — Disse enojado com minha presença, como se eu fosse um animal que servia apenas para obter seus objetivos.

Não lhe respondi, corri para as escadas e, antes que eu pudesse chegar ao último degrau, minhas pernas fraquejaram e só não caí, pois me segurei no corrimão.

Ouvi sua risada, ria do meu estado, mas engoli todo meu orgulho e segui para o quarto, dessa vez me desloquei sem pressa e, ao entrar no meu aposento, respirei aliviado por estar finalmente sozinho. 

— Oi rapazinho, veio me esperar aqui? 

O coelho se encontrava dormindo na minha cama, me sentei ao seu lado e refleti no quanto era deprimente o meu estado.

Um vampiro tão fraco quanto uma criança de dez anos com leucemia.

Sou o único herdeiro do meu pai, minha mãe morreu no meu parto e mesmo com a perda da amada, ele se alegrou por ela ter deixado um herdeiro.

Bom, foi isso que ele pensou até os meus dezessete anos, quando meu corpo rejeitou sangue de animais selvagens e se tornou dependente do sangue fraco dos coelhos, me tornando uma criatura fraca fisicamente e insignificante aos olhos do nosso povo.

Eu era sua vergonha.

O filho do alfa que não conseguiria liderar o clã do Norte já que não podia nem mesmo se manter sobre as pernas.

Por isso meu pai fez um acordo com seu único irmão, eu seria o segundo esposo do ser desprezível do meu primo e assim manteríamos a nossa honra.

Honra para ele, pois para mim seria vergonha.

— Se fosse pelo menos o Nam... — Pensei em voz alta.

Namjoon era o segundo filho do meu tio.

Um homem tão feroz quanto honrado.

Ele foi embora há quinze anos e até certo tempo trocávamos cartas.

Ele me contava suas aventuras pelo mundo.

Mas ele não me manda mais cartas, soube que ainda viaja e não tem pretenção de retornar, sua presença não tem serventia para a sua família, pois seu irmão se tornará o líder apóso falecimento do pai.

Predestined for the WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora