Capítulo 11

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JUNGKOOK 

Acordei nu na cama e não me lembro de muitas coisas, só recordo que estava no plantio de batatas e o meu corpo caiu no chão em dor, até tentei controlar a transformação, mas não foi possível.

O que poderia ter acontecido para meu lobo agir assim? 

— Seu cansaço se deve a sua luta para não se sucumbir aos desejos do seu lobo. — O ancião se pôs à minha frente, eu tomava um café da manhã, precisava sair para levar o carregamento para a vila.

— O que aconteceu ontem? — Ele me avaliou me recriminando.

— Por que eu contarei, se nem seu lobo confia em você? — Suas palavras foram esmagadoras por serem verdadeiras. — Faça sua escolha, caso contrário ele fará por você. — Me decretou.

— Preciso ir à cidade. — Levantei da cadeira finalizando aquela conversa.

— Posso ir com você? — Primeiro achei que fosse aquele negócio dele falar com minha mente, até que o vi na porta da cozinha, de pé, ainda com minha camisa.

— Não saia da cama, está fraco. — Corri ao seu encontro e o segurei com ternura, não queria feri-lo mais do que já estava, agradecia pelo que fez por mim e meu povo. 

— Eu estou bem. — Sua voz era macia e baixa, tão tranquila que nem parecia a fera que atacou o seu próprio irmão.

— Então fique e descanse, chamarei alguém para lhe fazer companhia. O Tae virá...

— Não quero companhia dos seus irmãos. — Sentou-se na cadeira. — Necessito da sua, por favor, JungKook?

Seus olhos pareciam tão gentis e a face tão agradável que me vi cedendo e seu sorriso me desarmou ainda mais por ser tão lindo quanto gentil.

— Provindenciarei uma roupa. — Ainda confuso por vê-lo acordado e tecnicamente sem conflitos ao nosso redor, o deixei na companhia do ancião e fui até a casa do Taehyung, era próxima a minha e ele tinha o porte fisico do Jimin só um pouco mais alto, suas roupas serveriam, lhe pedi algumas peças e retornei para casa.

— Venha se vestir, Jimin. — O acompanhei até o quarto e lhe dei privacidade. 

— Obrigado. — Agradeceu e me virei.

Mesmo que tivéssemos a mesma idade, suas feições eram mais agradáveis e doces que as minhas e isso lhe trazia uma leveza mais jovial.

— Deseja comer algo antes de ir? — Indiquei o meu pescoço, constrangido.

Era a nossa primeira vez conversando normalmente e mesmo que parecesse que nos conhecíamos há uma vida, éramos dois estranhos.

— Não, estou bem. Podemos ir. — Me acompanhou e me senti nervoso ao seu lado. — Sua pequena Luna vai pular no seu pescoço... Agora... — Ele sorriu lindamente, seus dentes eram alinhados e brancos e havia um covinha na sua bochecha.

— Te peguei, tio... — A pequena me encurralou.

Era sua brincadeira preferida, me atacar e geralmente eu a vencia, mas tenho tido problema de me concentrar com a presença do Jimin na alcateia.

— Já lhe disse que não pode continuar fazendo isso. — O Yuta tirou a loba de cima de mim. Desde a nossa conversa na noite de lua cheia que não voltamos mais ao assunto e eu agradeci por ele compreender que nossa amizade era importante e continuaria sendo, independente da presença do meu companheiro. — Está tudo pronto, JungKook. 

Seguimos para as duas caminhonetes.

— Yuta, vá com o nosso outro irmão, levarei o Jimin comigo.

— O quê? — Ele quis reagir e o olhei duramente, pelo visto continuava enganado, ele não compreendeu ainda, por isso teria que ser mais duro com minhas ordens. — Tudo bem, JungKook.

Predestined for the WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora