Capítulo 20

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JUNGKOOK 

Passei a manhã preparando um pequeno terreno atrás da nossa casa, pois Jimin resolveu cultivar ervas para usar nas nossas refeições, tem se aventurado na culinária, e seus dons lhe permitem ser um excelente cozinheiro, visto que mentalmente rouba as receitas das pobres das lobas.

Contudo, também é uma presença frequente nas cozinhas das lobas, gosta de conversar e ouvir histórias enquanto estou no trabalho.

Desde que concretizamos a ligação, ele se mostrou atencioso com os meus irmãos evidenciando um ser gracioso de se ter a companhia e confiança.

— Vou plantar muitas espécies e podemos usar coletivamente. — Me contou. — E terá uma horta para os coelhos.

— Coelhos? — Enxuguei a testa, estava um dia quente.

— Gostaria de criar coelhos, não para me alimentar. Isso não, sempre tive profunda dor ao matá-los. — Me contava sem prestar atenção em mim, pois caminhava pela área já limpa.

— Coelhos são belos animais, mas acredito que se assustarão com a nossa éspecie. — Ele parou e refletiu, depois mostrou seus lindos dentes.

— Verdade, canino, como eu pude esquecer?

— Me sinto usado, sanguessuga, só se lembra que eu sou lobo quando deseja me usar.

— Não seja tão orgulhoso. — Se locomoveu para perto de mim e cobicei seus lábios rosados. — Posso te acompanhar até a cidade?

— Ousaria te negar esse pedido?

Mexeu a cabeça que não.

Ele finalmente confia em mim, não só no lobo, mas em mim.

— Não me olha assim, vou acabar te arrastando para o nosso quarto e preciso trabalhar. — Passou suas unhas pelo meu peito e mordeu os lábios...

— Você disse que eu poderia dizer quando estivesse com tesão. — Caminhou ao meu redor e cheirou o meu pescoço, a ereção surgiu imediatamente. — Está gostoso assim, todo molhado de suor e… Luna. — Não entendi quando ele ficou atônico. — A Luna, JungKook, ela desapareceu. Não a sinto mais entre o nosso povo.

— O que você está falando, Jimin. — Me preocupei com seus olhos arregalados e assustados. — Estão todos bem, eu saberia se algo tivesse acontecido com ela.

— Não, JungKook. Ela é tão pequenina e vive correndo ao meu redor que me conectei a ela, ela se afastou da alcateia e não consigo identificar com quem.

— Talles, sua filha, cadê? — Sussurrei, ele tomou um susto, estava na colheita e eu não entrava em contado com eles dessa forma, nunca.

Em casa com a mãe… Eu... — Ele se silenciou — Eu não a sinto. Ela devia estar com a mãe.

— Vá na casa dela e veja com a Lupita e... — Pedi ao Jimin que se moveu tão rápido que não esperou eu terminar a frase.

Sozinho farejei toda a alcateia, não havia nada diferente.

— Ela não está, JungKook. — Jimin surgiu na minha frente.

— Vamos procurá-la... — Meus irmãos vieram todos e esperaram minha ordem.

— Não! — O Ancião os deteve. — Ela está com o povo do Norte.

— Não! — Lupina choramingou.

— Eu vou buscá-la, se a levaram foi minha culpa. — Segurei o braço do meu companheiro.

— Você não sai da alcateia, é uma armadilha. Eu irei.

— Não. — Me disse angustiado. — Eu morrerei se te perder.

— Jimin, trarei a pequena de volta...

— Não! — Sacudia a cabeça. — Eu não deixo, não se atreva, JungKook. — Molhou a bochecha com suas lágrimas. — Eles não vão me matar, não se atreverão, mas você sim.

— Já enfrentei vampiros, eu sei me cuidar.

— Não! — Estava irredutível e meus irmãos assustados pela criança.

— Tudo bem, vamos nós dois, então. 

— A gente vai…

— Não, fiquem e cuidem da alcateia, não podemos confiar no clã do Norte. Traremos a pequena loba para casa. — Ordenei para que eles não me desobedecessem. — Vamos? Corri para a floresta e antes de me transformar segurei as mãos do meu Jimin e toquei suas bochechas.

— É tudo minha culpa.

— Não ouse se culpar. Não deveria ter vindo, é uma armadilha para você, se eu precisar escolher entre o meu povo e você...

— Escolha a pequena e viva com os chás do ancião.

— Não! Eu não consigo escolher ninguém acima de você. — Admiti.

Grudei nossas testas e rocei nossos narizes. 

— Eu também não. — Ele me envolveu nos seus braços. — JungKook, eu te amo, pode ser coisa da nossa ligação, mas eu realmente te amo muito. — Beijei todo o seu rosto com ternura.

— Nada acontecerá, trarei você e a pequena a salvo. — Jurei.

Ele beijou os meus lábios e suspiramos juntos e no minuto seguinte minhas garras perfuraram o solo e meus pelos se eriçaram com a brisa que atravessava as árvores e partimos para o clã do Norte.

Predestined for the WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora