CAPÍTULO 1 - Laços.

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POV OLÍVIA

Meus pais sempre faziam viagens juntos, ou em família. Já tínhamos viajado para muitos países, mas um em específico era obrigatório, Paris. Aos meus quatorze anos, meus pais e eu viajamos para Paris, como sempre fazíamos em nossas férias de verão, em seu aniversário de casamento. Mas essa foi uma das viagens mais legais que fizemos, foi marcante. Por incrível que pareça, meu pai sempre foi mais emocional enquanto minha mãe era mais racional. Lembro quando paramos na frente da torre Eiffel, já de noite, enquanto ela brilhava como em todas as noites, meu pai então virou pra mim e começou a falar.

- Liv, minha querida. - Ele olhou em minha direção com o olhar amoroso de sempre - Esse é o lugar preferido do papai, por isso sempre viajamos para cá. Conheci sua mãe aqui. - Ele me deu um sorriso, com um olhar nostálgico.

- Mamãe comentou uma vez, foi amor à primeira vista? - Perguntei animada, querendo saber detalhes.

- Foi... Mas acho que pra ela não foi, eu tive um pouco de trabalho pra conquistar ela, umas piadas tiveram que ser contadas. - Ele disse rindo enquanto olhava pra minha mãe que estava tirando fotos e então ela olhou pra ele rindo.

- Eu só não queria ser fácil, mas amei ele na primeira vez que o vi também, Liv.

Eles sempre contavam sua história de amor com muito carinho. Papai dizia que todos queriam a mamãe, e ele morria de ciúmes. Eles se casaram apenas um ano depois de se conhecerem e eu nasci no ano seguinte, quinze anos juntos. Eles fundaram a própria empresa, a imobiliária Donfort, que ficou famosa no país inteiro em apenas alguns anos, e se consolidou rapidamente. Quando qualquer pessoa queria um imóvel ou casa, eles sempre recorriam a Donfort.

Tudo o que eu queria, era me dado por ser filha única, aos poucos meu pai e minha mãe começaram a me ensinar algumas coisas sobre a empresa com dezesseis anos. Eu sempre quis agradar meus pais, em tudo. Eles sempre foram compreensíveis e atenciosos, eu tinha o privilégio que muitos não tinham.

Ainda em frente a torre Eiffel, meu pai continuou.

- Liv, quando você tiver a idade certa pra se apaixonar, busque alguém que te ame como eu amo sua mãe, incondicionalmente. Uma pessoa que te trate bem e aceite quem você é, que não se importa se você errou ou... simplesmente está chateada... que ele esteja lá, sempre por você. Se case apaixonada, amando intensamente e eu estarei lá pra te levar até o altar, chorando um pouco - ele riu, já com os olhos marejados - Mas feliz por você, minha princesa. E claro, que te trate como uma princesa que você é, e mate por você se necessário... - Ele fez uma pausa, como se estivesse escolhendo as palavras certas. - Que lute por você, que te ame com alma, corpo e mente... Mas lembre-se: Estarei aqui se um dia precisar voltar pra casa.

Ouvimos minha mãe fazer um som de desaprovação.

- Pare de dizer essas coisas pra ela, ela só tem quatorze anos, Tom. Não encha a cabeça dela com isso.

Meu pai apenas me abraçou e beijou o topo da minha cabeça e disse.

- Não se esqueça disso, e principalmente que te amo, Liv.

Eu nunca me esqueci.

**********

Dias atuais...

Acordei sentindo o meu corpo pesado, meu celular estava tocando sem parar e eu procurava ele pela cama, querendo desligar o despertador. Eu não devia ter ido aquela festa em pleno domingo quando sabia que teria que trabalhar com a minha mãe hoje, e ela me queria lá cedo. E antes que eu pudesse achar meu telefone pra desligar e voltar a dormir, Rosa, a governanta da casa, que já foi minha babá quando mais nova, entra no meu quarto me chamando e abrindo a cortina e as janelas.

Promessa PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora