Capítulo 29

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Triz bloqueou a tela do celular e se jogou de volta na pequena cama de solteiro.

A nova casa era pequena, um tanto velha e não era tão aconchegante quanto sua antiga casa. Parecia ser até mais fria, mas Triz sabia que aqueles eram os efeitos da tristeza que sentia.

Agora ela tinha um quarto só pra si, mas não se sentia feliz com isso.

Além de tudo, ela estava se odiando por ter faltado da escola. Depois de tudo, o mínimo que ela podia fazer era estudar e se dedicar ainda mais para ocupar a mente e conseguir passar no vestibular.

Vestibular.

Vestibular.

Vestibular.

Céus, ela não aguentava mais.

Depois de toda aquela discussão, seu pai apenas a apresentou a casa e não tardou para ir trabalhar longe. Ele sempre estava trabalhando em fazendas e dessa vez não foi diferente. Ele provavelmente teria que pagar pensão para Bailey e precisava levar comida para a casa.

Ou seja, com certeza Triz ficaria sozinha na maior parte do tempo naquela casa.

E ela deveria estar feliz com isso, mas não tava. Angústia tomava o seu peito e ela não sabia o que fazer para distrair. Não queria estudar, já havia comido todos os doces que tinham no armário e não tinha forças para contar tudo para as amigas, mesmo estando doida pra fazer isso.

E pra complementar, ela estava menstruada. Uns 3 dias já e até agora nada da menstruação a deixar em paz.

Estava tudo uma merda mesmo.

A campanhia tocou e Triz se levantou rapidamente, se lembrando que havia chamado John para ir até sua casa.

— Ai não acredito! — Ela quase surtou quando viu seu reflexo no espelho.

Seu cabelo tava uma bagunça, ela tava sem sutiã, o short que ela usava era um mais velho da vida e blusa parecia que tinha saído do guarda-roupa do seu pai.

Bom, ela podia trocar correndo, mas a preguiça não deixava.

— Pelo menos eu estou cheirosa... — Ela sussurrou para si mesma enquanto se aproximava da porta.

Quando a abriu, se deparou com o que ela podia chamar de Deus grego naquele momento.

John usava uma calça preta, que estava quase apertada por causa de suas coxas grossas. Uma camiseta cinza que também faltava colar em seu corpo. Ele segurava o capacete com uma das mãos e a outra estava escorada no batente da porta. Os cachinhos molhados de quem havia acabado de sair do banho e a típica correntinha de prata no pescoço.

— Oi — Triz quase caiu para trás ali mesmo. Ele sorria pra ela como se ela fosse a própria Beyoncé.

Ele a olhou de cima a baixo, mostrando as covinhas com aquele sorrisinho que parecia o de um cafajeste.

Então, como se fosse o garoto mais fofo do mundo ele  se aproximou dela e a puxou para um abraço, a pegando desprevenida.

— Eu fiquei tão preocupado com você — Ele sussurrou com o rosto enfiado no cabelo dela. — Você tá bem mesmo?

Triz percebeu que dentro do capacete havia uma sacolinha. Eram chocolates.

Ela quase chorou ali mesmo com aquela demonstração tão fofa de carinho.

Ele a apertou mais contra o seu peito.

— Fala alguma coisa, Bea. Por favor.

— Entra John — Triz se afastou um pouquinho, com um sorriso fraco. — Muito obrigada por vir.

1 - FriendsOnde histórias criam vida. Descubra agora