1 - Friends

Capítulo 12

Triz suspirou, largando a caneta em cima dos cálculos e voltando o olhar para o relógio.

Já era nove horas da noite e ela estava tentando estudar desde às seis, não conseguindo se concentrar direito e sempre entrando no instagram vez ou outra.

Ela fechou a apostila que usava para estudar e deitou a cabeça sobre a mesa da cozinha, onde costumava fazer os exercícios da escola e estudar, já que ela não tinha uma escrivaninha em seu quarto.

— Triz! — Sua mãe gritou de maneira escandalosa, enquanto entrava na cozinha. — Eu preciso que você vá na conveniência ali da esquina pra mim.

Triz gemeu cansada, por que Bailey não ia? Essas coisas sempre sobravam para ela.

— O que você precisa? — Perguntou levantando a cabeça da mesa, sentindo seus cachos se moverem de uma maneira satisfatória.

Camille jogou o cartão que usava para fazer as compras de casa sobre a mesa.

— Compra macarrão e 3 cervejas pra mim — Mandou de forma despreocupada. — E se quiser, pega algum doce pra você, sei lá.

Triz assentiu, se levantando da mesa e largando suas coisas como estavam, pois imaginava que a ida até a conveniência que era tão próxima da sua casa, seria rápida.

Antes de sair de casa, Triz pegou seu moletom cinza que estava sobre o sofá e o vestiu, pois ela usava apenas um shortinho jeans e uma camiseta azul e lá fora fazia um frio considerável.

Checou se havia colocado o cartão no bolso do shorts e enfim saiu de casa.

Durante o caminho, Triz observou o céu estrelado, a maneira como a lua iluminava a noite e estava linda.

Ela amava a lua.

— Merda! — Ela exclamou quando tropeçou na calçada da conveniência.

E para sua tristeza, a conveniência estava fechada.

Como assim? Aquela conveniência costumava fechar bem mais tarde do que aquilo.

Ela não podia voltar pra casa de mãos abanando e bem que ela queria um chocolate.

Triz sabia que havia uma conveniência em uns 4 ou 5 quarteirões, mas digamos que o bairro não era um dos mais seguros para uma garota caminhar sozinha a noite.

Dane-se, nunca acontecia nada com ela mesmo e se acontecesse, não era como se fossem se importar tanto.

Ela caminhou com calma, cantarolando algumas músicas durante o caminho, até notar uma movimentação estranha naquele bairro.

Haviam muitos jovens, inclusives alguns eram da escola. Várias motos estacionavam em um clube próximo ali, onde tocava uma música eletrônica no volume máximo.

Que droga! Triz estava parecendo uma mendiga e tava rolando uma festona bem na esquina em que ela iria precisar passar. Essas coisas só aconteciam com ela. Aquela festa com certeza era do trombadinha do Nolan.

Ela só precisava passar fingindo que não estava vendo nada.

Mas não foi bem assim.

Quando ela o avistou ali, encostado na parede e conversando com uma garota de longos cabelos escuros e lisos, usando roupas lindas que valorizavam seu corpo, Triz parou de andar, chocada demais ao notar que John estava ali, numa das festas mais comentadas e mal faladas da cidade. Esse fato nem era o pior, até porque ele com certeza tocava nesses lugares, mas o que mais chocou Triz foi vê-lo tão perto de uma garota. Eles estavam tão próximos que poderiam se beijar a qualquer momento.