Capítulo 29 - Chegando

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A cena parecia sair direto de um pesadelo. Eu mal conseguia processar o que estava acontecendo. Meu coração disparou, meus olhos arregalados e a adrenalina correndo pelo corpo. Paco, meu ex-namorado, tinha surgido do nada, como um predador à espreita, aproveitando o tumulto da imprensa para forçar aquele momento.

Assim que ele me soltou, recuei de imediato, sentindo uma mistura de raiva e nojo pelo que acabara de acontecer. O sorriso arrogante em seu rosto deixava claro que ele havia feito aquilo de propósito, sabendo exatamente o efeito que teria.

— O que você pensa que está fazendo? — perguntei, tentando recuperar o fôlego, a voz cheia de indignação.

Ele deu de ombros, ainda sorrindo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Só dando boas-vindas a você de volta. Senti saudades, Dulce.

Minha raiva crescia a cada palavra que saía da boca dele. Era como se ele tivesse ignorado completamente o fato de que nossa história havia terminado, e que eu estava em um lugar completamente diferente agora. Meu coração já pertencia a outra pessoa, a Anahí, e aquela atitude invasiva me parecia ainda mais repulsiva.

Os repórteres continuavam a fotografar, fazendo perguntas confusas, tentando entender o que estava acontecendo. E eu ali, ainda atordoada, tentando processar a ousadia de Paco.

— Isso foi inaceitável, Paco. Não somos mais nada. E você sabe muito bem disso — rebati, minha voz firme, mas cheia de tensão. Eu não podia deixar ele sair impune dessa.

Paco inclinou a cabeça, forçando um sorriso de inocência enquanto os flashes das câmeras continuavam a iluminar a cena. Ele estava jogando para a audiência, claramente tentando manipular a situação a seu favor.

— Do que você está falando, amor? — ele disse, fingindo confusão, com uma expressão exagerada de surpresa.

Minhas mãos começaram a tremer, tanto pela raiva quanto pelo desconforto de estar exposta em frente a tantos jornalistas. Ele estava jogando sujo, e eu sabia que isso poderia complicar tudo com Anahí. Meu estômago revirava ao pensar nas manchetes que surgiriam no dia seguinte.

— Não me chama assim, Paco — rebati, mantendo minha voz firme, embora a tensão fosse evidente. — Você sabe muito bem que não estamos mais juntos. Isso já acabou há muito tempo.

Os repórteres murmuravam entre si, suas câmeras ainda registrando cada detalhe daquele confronto. Paco, por outro lado, continuava com seu teatro, como se fosse o protagonista de uma grande peça.

— Dulce, por que está sendo tão fria? — ele insistiu, aproximando-se mais uma vez, mas dessa vez eu me afastei de imediato, deixando claro que não queria contato físico. — Você sempre me disse que não importa o que acontecesse, eu sempre teria um lugar no seu coração. Eu estou aqui... esperando por você.

Ele estava tentando me prender em uma narrativa falsa, distorcendo o passado. Eu precisava encerrar aquilo antes que a situação fugisse completamente do controle.

— Paco, chega. Não inventa histórias — eu disse, olhando diretamente em seus olhos, tentando manter a calma. — A verdade é que eu estou em outro lugar agora, com outra pessoa. Alguém que eu amo de verdade. O que você fez foi ultrapassar todos os limites, e você sabe disso. Agora, por favor, me deixe em paz.

O silêncio entre nós foi rapidamente preenchido pelos repórteres, que começaram a gritar perguntas, sedentos por mais drama. Ainda assim, Paco se aproximou para um novo beijo.

Assim que vi Paco se aproximar de novo, tentando forçar mais um beijo, algo dentro de mim explodiu. Sem pensar duas vezes, virei a mão com força e dei um tapa bem no rosto dele. O som ecoou por entre os flashes das câmeras e as vozes dos repórteres, silenciando a multidão por um breve instante.

Olá, férias - PortiñonOnde histórias criam vida. Descubra agora