Capítulo 8 - Ano passado - Parte 4

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Acordei no meio da noite e estava coberta com um cobertor bem quentinho. Sorri ao perceber todo o carinho que Anahí teve comigo. Depois de me fazer dormir, ela ainda teve o cuidado de me cobrir.

Olhei para o lado e, mesmo em meio à escuridão, vi que ela estava do outro lado da cama, a uma grande distância, dormindo de costas para mim. Doce ilusão imaginar que dormiríamos abraçadinhas. Mas também, o que eu estava pensando? Ela era minha ídola! Como ela dormiria abraçadinha com uma fã? Ainda que ela quisesse me "subir" de nível, eu poderia ser classificada como uma amiga. E... mesmo que ela me considerasse uma amiga, o que me levava a imaginar que ela ficaria agarrada comigo?

Mas... Por que eu estava pensando tudo isso? Eu estava ficando louca?

Respirei fundo, tentando acalmar meus pensamentos. Talvez minha mente estivesse apenas exagerando as coisas, alimentando expectativas irreais. Anahí já havia feito tanto por mim, e eu não queria que esses pensamentos complicassem nossa amizade que estávamos construindo.

Aproximei-me um pouco mais dela, sem invadir seu espaço, apenas para sentir sua presença reconfortante. Fechei os olhos, aproveitando aquele momento de proximidade silenciosa, e prometi a mim mesma que não deixaria minhas fantasias interferirem. A gratidão por tudo o que estava vivendo era mais importante.

Fechei os olhos, a mente finalmente em paz. O som da chuva ainda caindo lá fora era como uma canção de ninar, e a ideia de ter Anahí tão perto de mim tornava tudo ainda mais especial. Adormeci novamente, desta vez com um sorriso no rosto, agradecendo silenciosamente por aquele dia perfeito.

Devido a todas as minhas loucuras fantasiosas, tive um sonho com a Anahí. Nele, estávamos deitadas, e ela me beijava no rosto por muito tempo, até que depositava um beijo nos meus lábios. No sonho, eu estava muito feliz com aquela aproximação. Talvez fosse a saudade que eu sentia dos beijos dela no meu rosto.

A sensação era tão real, tão palpável, que meu coração parecia explodir de alegria. Sentia a maciez dos lábios dela, o calor do seu corpo próximo ao meu, a ternura em cada toque. Era um momento de pura conexão e felicidade, algo que eu sempre imaginei, mas nunca pensei que pudesse sentir tão intensamente, mesmo que em um sonho.

Quando acordei, o quarto ainda estava escuro e silencioso. A lembrança do sonho era tão vívida que precisei de alguns momentos para me recompor e lembrar onde estava. Olhei para o lado e vi Anahí, ainda dormindo tranquilamente. Um sorriso se formou em meus lábios ao perceber a intensidade dos meus sentimentos por ela.

Deitei-me novamente, abraçando o travesseiro e deixando a sensação do sonho envolver-me mais uma vez. Talvez fosse mesmo a saudade dos beijos dela no meu rosto, mas, mais do que isso, era a profunda admiração e carinho que eu sentia por Anahí. Fechei os olhos, esperando que o sono me levasse de volta para aquele lugar de sonhos onde tudo parecia possível. E quem sabe se tornasse real? Não. não... Não era para se tornar real!

De manhã, acordei com a voz suave da Anahí em meu ouvido e com um leve carinho dela no meu rosto, deslizando seu dedo em minha bochecha.

Aos poucos fui despertando, e tive medo de que ainda fosse um sonho. Mas não, era real. Eu realmente sentia seus dedos em minha pele e sua voz carinhosa em meu ouvido. Ainda que seus carinhos não fossem iguais aos do meu sonho, não posso negar que aquilo também já me deixava em êxtase.

— Bom dia, dorminhoca — ela disse, com um sorriso terno.

Abri os olhos devagar, tentando me ajustar à luz suave do quarto. Anahí estava sentada ao meu lado, olhando para mim com um brilho carinhoso nos olhos. Seu toque era tão suave, tão gentil, que eu mal conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.

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