Décimo sexto

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Naquela noite, após o show, Anahí e Alfonso chegaram em casa cansados, mas felizes. Foram recebidos pelos sorrisos e abraços calorosos de seus três filhos, que os esperavam ansiosos. Ana Paula, a mais velha, correu para os braços da mãe, enquanto os menores brincavam ao redor dos dois, como se o tempo de ausência nunca tivesse existido.

Após uma noite de carinho e brincadeiras com as crianças, Anahí e Alfonso finalmente tiveram um momento a sós. Subiram para o quarto e, envoltos na intimidade, o amor entre eles floresceu de maneira intensa. A conexão que sempre existiu entre os dois parecia ainda mais forte, e cada toque era uma reafirmação do compromisso que compartilhavam. Naquela noite, fizeram amor como nunca antes, uma entrega completa, onde todas as palavras e preocupações se dissolveram, restando apenas o puro sentimento.

A semana seguinte passou de forma tranquila, cheia de risos e a normalidade que sempre buscavam em meio à correria de suas vidas. Na segunda-feira, Anahí acordou sozinha. Sentiu a ausência de Poncho ao seu lado e, meio sonolenta, viu um bilhete na mesa de cabeceira.

"Meu amor, sinto muito por você acordar sem mim, mas eu queria te dar um presente especial para começar o dia. Vá até a varanda, aproveite o café da manhã que preparei e, à noite, vou fazer um jantar inesquecível para nós dois. Te amo, Poncho."

Anahí sorriu, sentindo o calor no coração que só Poncho conseguia despertar nela. Ela se levantou lentamente, o corpo ainda relaxado pelos eventos da noite anterior, e enrolou-se em um robe de seda. Caminhou até a varanda, onde uma mesa estava posta com muffins frescos, frutas, e uma xícara de café fumegante. O sol da manhã aquecia suavemente sua pele enquanto ela se sentava.

Ela pegou um muffin e deu uma mordida, sentindo o sabor suave e doce, mas, assim que o cheiro do café subiu até seu nariz, algo mudou. De repente, seu estômago revirou. O enjoo veio forte, tão inesperado que ela mal teve tempo de reagir.

Anahí correu para o banheiro, sua mente girando enquanto tentava conter a náusea. Apoiou-se na pia, respirando fundo, mas logo se curvou, vomitando. Sentiu-se zonza e fraca, o que a fez lembrar das tonturas que vinha tendo nos últimos dias.

"Será que...?", pensou, uma ideia começando a se formar lentamente em sua mente.

Ela lavou o rosto com água fria e olhou para o reflexo no espelho, o coração batendo mais rápido com a possibilidade que surgia. Com a mão sobre o ventre, ela percebeu que algo estava, de fato, diferente.

Anahí ficou alguns minutos encarando o reflexo no espelho, tentando processar o turbilhão de emoções que surgiam com a ideia de uma possível gravidez. "Pode ser só o ouvido... ou o estresse..." pensou, mas o enjoo, a tontura e aquele sentimento intuitivo que vinha crescendo dentro dela começaram a pesar mais. Sem saber exatamente o que fazer, ela pegou o celular e decidiu ligar para Maite, sua confidente de tantos anos.

— Amiga, preciso te contar uma coisa — começou Anahí, tentando manter a calma.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa? — Maite perguntou, preocupada do outro lado da linha.

— Acho que estou grávida — Anahí soltou de uma vez, como se, ao falar, a ideia pudesse se tornar menos assustadora.

— O quê? Como assim? Você tá com DIU, não tá? — Maite respondeu, surpresa.

— Sim, eu tô... Mas nos últimos dias eu tenho passado muito mal. Agora de manhã, só o cheiro do café já me fez correr para o banheiro. Vomitei, amiga. Não sei o que pensar.

Maite ficou em silêncio por alguns segundos, provavelmente processando a informação.

— Olha, Anahí, o DIU é super seguro, mas nada é infalível. Acho que você devia fazer um teste de gravidez só pra tirar essa dúvida. Vai que...

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