09

1.4K 207 40
                                    

Diana Martinez

Final da modalidade surf nas olimpíadas de Paris.
segunda-feira
Taiti, Ilha na
Polinésia Francesa.

Finalmente o último dia, e também o mais esperado. O clima entre as pessoas do Brasil era de esperança e alegria, afinal todos estão sonhando com o ouro tanto no feminino quanto no masculino.

Ou seja, que venha o tão esperado ouro da Tati e do Medina.

A competição já iria começar para Medina avançar em busca do primeiro lugar, eu e Pedro estávamos a postos para qualquer chamado da equipe local.

— Vai Gabriel, traz esse ouro para nós! — ouço Pedro falar enquanto olhava para o mar com a cabeça encostada nas mãos que estavam juntas em forma de oração.

Eu apenas observava tudo, a bateria começou e o meu coração parecia que tinha acabado de iniciar também. Minhas pernas tremiam, meu olhar não conseguia sair dos dois surfistas no mar.

O australiano havia conseguido pegar uma onda, relativamente pequena para a maioria do que já havíamos tido em toda a competição.

E logo depois de um tempo, aos 22 minutos o Australiano conseguiu pegar mais uma onda. Mas assim que terminou, Medina começou a sua.

O que foi motivo de alegria já que estávamos há alguns minutos esperando.

6.33, foi a nota de Medina e ele assumiu a liderança.

Eu e Pedro nos entreolhamos várias vezes, nós sabíamos que o mar não estava bom e que poderíamos ter surpresas.

Mas também acreditamos e confiamos no filho de Poseidon.

Aos 17:45, o australiano consegue mais uma onda e também uma ótima nota. Com a somatória de 12.33, assumiu a liderança e deixou Medina para trás.

O mar está calmo, quase desanimado. As ondas são pequenas e difíceis, e Gabriel, conhecido por sua habilidade em surfar ondas grandes e desafiadoras, parece estar lutando para encontrar seu ritmo.

— Vai lá Gabriel! Você consegue! — sussurro para mim mesma apoiada com meu queixo nos meus joelhos, desanimada mas ainda sim um pouco confiante.

Já estávamos com nove minutos e meio no relógio. A tensão aumenta à medida que o tempo passa. Gabriel tenta várias manobras, mas as ondas não aparecem. Ele olha para o horizonte, buscando qualquer sinal de movimento na água.

— Ele é o melhor! Não pode acabar assim… Não é justo! — uma pessoa da nossa equipe solta e vejo Pedro sentar ao meu lado.

Eu estendo minha mão para ele que sorri e estende a sua também, entrelaçando nossas mãos. Por mais que ele tenha dado aquele sorriso, eu sentia seu nervosismo.

Afinal, ele estava vendo o sonho do melhor amigo ir praticamente embora…

E infelizmente foi isso que aconteceu! O tempo acabou e não veio nenhuma onda mais, o australiano venceu e avançou para a final em busca do ouro, já Gabriel, iria lutar pelo bronze agora.

Pedro me puxa ao ouvir o sinal de fim da bateria, e nós dois nos levantamos.

— Tá tudo bem… ele é incrível, ele foi incrível e sempre será incrível! — dou um abraço forte nele e nós ficamos encarando o Gabriel indo para fora do mar.

Iríamos acompanhar a semifinal feminina agora, com a Tati. Nem tudo estava perdido para os brasileiros.

Gabriel já estava no mar novamente em busca de seu bronze. Tínhamos acabado de acompanhar a Tati que estava na final, e estávamos todos felizes e animados novamente.

Ou era agora ou era agora. Não havia outra possibilidade.

Aos 30 minutos Gabriel já havia conseguido uma boa onda mas ainda não era o suficiente.

Foram ondas do adversário também que conseguiu ficar na frente de Medina por um tempo.

Aos 16 minutos Gabriel conseguiu uma boa onda, ultrapassando o Peruano na somatória e assumindo a liderança.

Eu só conseguia ficar andando de um lado para o outro ansiosa.

E novamente aos 8 minutos, Gabriel faz mais uma onda. Pedro e eu nos abraçamos de lado, e ficamos encarando o mar.

— É nossa, Di… É nossa. — Pedro sussurra no meu ouvido com a voz embargada e eu encaro ele que estava sorrindo igual um maluco e com os olhos marejados.

E realmente foi nossa. O tempo acabou, o sinal tocou, e o bronze era nosso.

Por mais que a natureza não tenha colaborado tanto como esperávamos, ela ajudou o Gabriel a conseguir sua primeira medalha olímpica.

E ele era tão incrível, que ele conseguia fazer bronze virar ouro.

De onde estávamos no barco, dava para ver bem os surfistas. Ouço todos atrás de mim, comemorarem e eu vou um pouco mais para frente ainda olhando o mar.

Vejo Medina olhando em nossa direção. Parecia até que ele olhava para mim.

Vejo o sorriso dele estampado no rosto, os olhos pareciam brilhar mesmo tão de longe.

Mas eu tinha certeza agora que ele estava me encarando.

Ele continua sorrindo e manda um tchauzinho com as mãos. Eu sorrio e faço o mesmo de volta, e dou uma piscada para ele.

Ele tinha que sair do mar para começar a final, mas antes ele pisca para mim de volta e faz um coração com as mãos.

É… eu faleci aqui mesmo.

É… eu faleci aqui mesmo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Demorei mas voltei

Tive que reviver esse momento triste, mas pelo menos aqui vai ter muitaaaa alegria no pós... ainda mais para a nossa amiga Diana né.

Tá aberta as portas para começar a temporada deles em Paris e as emoções, algo que tanto esperamos...

Aliás, postei algo no tiktok que é mais um spoiler de lançamento, só tô arrumando tudo para já arrumar uma data.

Vão comentando aí, que se tiver uma troca boa, eu posto o capítulo 10 logo logo!

Espero que tenham gostado do capítulo, votem e comentem para a autora aqui saber se vocês gostaram.

beijosssssss 🤍

SIGAM AS REDES ⤵️

SIGAM AS REDES ⤵️

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


MARÉS TRAIÇOEIRAS - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora