Diário de um Legado de Vulcano 2: Tudo isso é muito estranho

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Na manhã seguinte, Akira foi até minha casa me acordar de manhã bem cedo para investigarmos a região do Pequeno Tibre.

De acordo com Akira, ele havia passado a noite na enfermaria com Calina esperando Thiago acordar, e foram recompensados por isso, ele realmente acordou e contou tudo que aconteceu: ele e o Erick estavam procurando as Parcas para conseguirem informações sobre o passado do novato, porém foram atacados pelos egípcios. É, a história é curtinha assim mesmo, porque logo no começo da luta Thiago levou um golpe que o apagou (e provavelmente mais um monte depois desse) e só se lembra de acordar na enfermaria.

E, mesmo curta, eu acredito que essa história é toda a verdade? Não mesmo! Existem muitas inconsistências nela, para começar:

Thiago e Erick nunca foram próximos;
Os magos não tem motivo para atacar um acampamento mais forte;
O...

- Hein? - insistiu Akira, interrompendo meus pensamentos.

- Hã? Oi? - respondi ao voltar para a realidade.

- Você está pronto ? - me questionou ele enquanto estávamos diante as margens do lago

- Sinceramente? - respondo meio irritado - Tive que acordar às 5 da manhã em uma folga. Eu não estou pronto para absolutamente nada.

Tap

Akira pousou a mão sobre meu ombro

- Pronto ? - questionou novamente

- Sim - respondi resignado, acho que ele não escutou quando respondi da primeira vez. Pelo jeito era mais uma daquelas situações em que só existia uma resposta certa.

Nossos corpos ficaram envoltos por uma névoa escura, e em poucos segundos, que pareceram uma eternidade de náusea, tormento e dor, estávamos dentro de uma caverna.

Lá era muito escuro, porém diferente do que se espera de uma caverna, não era um breu completo, as paredes tinham um certo brilho azulado (magia? Fungos bioluminescentes igual reinos subterrâneos de RPG? Depois vale a pena investigar). Com a ajuda dessa iluminação fraca, pude reconhecer que era o local exato em que Erick havia feito uma mensagem de Íris com Calina: um corredor grande, com estalactites no teto e o tom das rochas era algo que pendia para o azul escuro.

Seguimos o túnel por alguns minutos até sermos bloqueados por uma parede imensa.

- Não tem nada aqui! - comentou Akira indignado.

- Acho que tem um pouco mais que nada - apontei para um bando de itens jogados em um canto da caverna.

Lá estava toda a armadura que eu havia dado ao Erick: elmo, braçadeiras, peitoral, espada, entre outros itens. Fui até o amontoado de peças para recuperar a armadura. Podia examiná-las melhor nas Forjas do Acampamento.

- Ei, Punk! - Akira chamou minha atenção - Veja isso!

Ele estava apontando para algo próximo ao paredão de pedra. Quando cheguei perto, pude ver rastros de escuridão no exato formato de um corpo no chão. Me agachei para examinar melhor, mas no momento em que fui tocar na mancha fui interrompido.

- Acho que não é uma boa ideia tocar nisso - falou Akira em pé do meu lado - Não sabemos que tipo de resquícios que a magia dos egípcios pode deixar.

- Com certeza - me afastei.

Não havia sinal do corpo de Erick, mas naquela sombra negra caberia facilmente um cadáver. Existia uma alta possibilidade deles terem sumido com as provas.

- Tem vestígios de sangue por toda parte - falei - Vamos levar um pouco para confirmar a procedência, mas considerando que estou vendo a armadura largada nessa caverna, não resta dúvidas que Erick esteve aqui.

- Mas por que os magos tirariam a armadura e levariam apenas o corpo?

- Não sei... - diferente das partes da armadura, as peças dessa história estão bem difíceis de encaixar...

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