Capítulo 4: Deu tudo errado

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Escuridão, dor e lágrimas. Essas eram as únicas coisas que eu sentia. Eu sabia que não era minha realidade, eu entendia que era apenas um sonho, algo paralelo ao que eu estava vivendo, mas por quê estava doendo tanto ?
- AAAAAAAAA! - acordei gritando
- Ei, você está bem? - Akira veio até mim
Eu não o respondi, fiquei sentado na cama olhando para a parede.
- Você está chorando cara... teve um pesadelo ? O que aconteceu? - ele demonstrava estar extremamente preocupado comigo.
- Eu na... eu não sei... - coloquei minhas mãos sob meus olhos tentando evitar que ele me visse chorando - Eu na... na... - puxei o ar fortemente para meus pulmões - Eu não consigo respirar...
Senti uma incrível falta de ar, meu corpo todo tremia, tudo ao meu redor não parava de girar, sentia um medo constante de algo que não existia.
- Mano - Akira colocou suas mãos sob meus ombros - Você tem ansiedade??
- Não, não tenho - cai de joelhos no chão
- Você parece estar tendo uma crise. - ele se levantou - aí meu deuses, o que se faz para ajudar alguém nesse estado??
Nesse momento os outros membros da Coorte I já haviam acordado e estavam nos rodeando para entender o que estava acontecendo. Em poucos segundos já haviam dois caras me abandonando e me trazendo água.
Eu mal conseguia falar, como poderia dizer que o fato de estarem ao meu redor estava apenas piorando toda a situação?
- Já sei - ele pegou uma moeda - Vou chamar a Carina, ela vai saber o que fazer.
- NÃO! - ao ouvir aquele nome em coração disparou muito rápido, pareceu que a dor de multiplicou em 100x - por favor, não chama ela.

Eu não sabia dizer o por que, mas a Carina era a última pessoa que eu queria ver naquele momento.

- Me desculpa cara, mas eu preciso... Não sei o que fazer.
Então ele pegou uma garrafa com água, jogou a água para cima e em seguida uma moeda de ouro
- Oh deusa Iris - ele se ajoelhou - personificação das cores do mundo e mensageira dos deuses, luz que une a terra e os céus.
- Pre-precisa... - fiz esforço para falar - Desse rolê todo, porra?
- Por favor, aceite minha humilde oferenda e me permita entrar em contato com Carina, sua filha.

~ Maluco se depender dessa deusa ai eu vou morrer de ansiedade aqui, LITERALMENTE ~

Então um arco íris surgiu em meio a moeda caída no chão, tremeliziu e mostrou a imagem da Carina...
- Meu - ela esfregava os dedos nos olhos com uma clara demonstração de sono - O que foi???
- Erick está tendo um ataque de ansiedade, o que eu faço?
- QUE? - ela acordou no mesmo instante e começou a analisar a situação - Como isso aconteceu ? Ele tem ansiedade? Não demonstrou nada no coliseu.
- Isso REALMENTE importa agora? O QUE EU FAÇO?? - Akira gritou
- Ok, leva ele para fora daí. Esse povo todo ao redor dele só atrapalha... - não consegui escutar o resto da conversa, minha cabeça estava girando à mil por hora.
Então Akira me pegou pelo braço e me puxou com tudo para fora do quartel, me jogando no chão.

~O que esse cara tá pensando? ~

- Olha, foi mal por isso, mas não tenho outra ideia.
Em seguida ele me deu um chute na barriga.

~ QUAL É A DESSE MALUCO?! ~

Ele correu até mim e saltou mirando uma voadora de dois pés na minha cara, rolei para o lado me esquivando facilmente, Akira caiu de bunda no chão, saltei para trás o fitando
- Já que quer assim, vamos nessa então.
Saltei na direção dele
Nos chocamos um contra o outro, batendo as testas, e fala sério, aquilo iria doer muito depois. Bambeamos mas rapidamente recuperamos o equilíbrio, cerrei meus punhos com toda força, ele fez o mesmo.

POMMMMM

Acertamos, socos no rosto um do outro, foi um momento bem dragon ball. Eu rolei para trás, como de costume ao levar os socos de Akira, mas ele se manteve em pé.
- Belo golpe - falou ele com aquele ar de superioridade - eu acho que... Hã?!
Suas pernas tremeram e ele caiu de joelhos. Seu rosto demonstrava total estranheza, ele claramente ficou surpreso com aquilo.
Eu já havia visto em algum lugar algo que se você acertasse um soco em alguém de um ângulo correto e com uma quantidade certa de força daria para fazer o cérebro chacoalhar e ter aquele efeito.
- Erick... - ele me chamou ainda olhando pasmo para o chão.
- Fala - me levantei.
- Eu quero muito quebrar a sua cara agora. - ele se levantou.
- E eu quero muito ver você tentando - limpei o sangue da minha boca e sorri para ele.
- EI! VOCÊS DOIS, PAREM JÁ COM ISSO! - escutei uma voz conhecida ao longe.
Carina estava vindo até nós. Ela demorou para nos alcançar, a menina era bem sedentária, cê tá doido
- Não enche... - Akira desviou o olhar
- Não enche?!? Você me liga às 3 da manhã falando que o garoto está tendo uma crise de ansiedade e do nada vocês estão saindo na porrada? Vocês são idiotas?

O Diário de um filho do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora