Capítulo 7: O Senado

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Me encontrava ao centro da biblioteca de Ella, com uma mesa abarrotada de livros, como os títulos direito e argumentação, o mínimo sobre direito, o livro do direito... Me peguei pensando se um canhoto poderia ler algum daqueles livros.

Carina havia ido embora após o jogo, me disse que tinha coisas a resolver em sua Coorte, enquanto ela se resolvia, eu fiquei lá estudando.
Enquanto folheava a página 67 do livro o mínimo sobre direito, percebi que estava distraindo a mim mesmo

- Sim - falei após virar uma página
- Não - respondi a mim mesmo ao virar outra
- Sim - repito a ação mais uma vez
- NÃO
- SIMMMMMM - virei umas 10 páginas de uma vez
- NÃOOOOO!!!!! - fechei o livro

Minha cabeça estava a milhão, fazendo basicamente um bem me quer mal me quer com sims e nãos, tentando entender se aquilo que ocorreu no jogo de Ella foi realmente um beijo ou não. Tá certo que ela fez aquilo para salvar minha vida, o que só me fez ser ainda mais grato, mas sei lá

Desde que recebemos acesso a todo conteúdo da biblioteca de nova Roma, me enfiei naquele lugar, fiquei horas e horas foleando todos os livros de advocacia que encontrava pela frente

Ah, por que você está fazendo isso Erick ? Eu não poderia entrar lá no tal de senado e sentar a mão em todo mundo, nem mesmo Akira fez isso, e olha que ele era mil vezes mais forte e experiente que eu. Então tive que tomar outro tipo de abordagem, algo mais passivo. A única ideia que me veio, com a ajuda de Punk obviamente, foi representar Akira como seu "advogado" no tal julgamento que eles fariam no dia de amanhã

"Ah e como você sabe que vai poder falar algo no meio desse tribunal"
Eu não sei

"Ah mas você realmente acha que vai aprender advocacia em algumas horas?"
Com certeza não

Provavelmente qualquer pessoa que escutasse minha ideia iria rir e desacreditar de mim, mas eu precisava tentar ajudar o meu amigo de alguma forma, afinal ele só estava nessa encrenca por minha culpa. E caso tudo isso não desse certo, eu estava pronto para tirar ele desse acampamento a força

Desde de que tomei essa decisão, eu não tiro a cara dos livros. Mas tinha uma coisa que não me deixava prestar 100% atenção no que estava lendo, AQUELE MALDITO BEIJO

- Oi
- EITA PORRA - cai da cadeira com o susto
Carina estava diante de mim com um pote de isopor
- Sério, por que vocês romanos gostam tanto de chegar de fininho? - a questionei percebendo um certo padrão
- Não foi de propósito - ela sorriu. Certeza que gostou de me ver capotando - Eu trouxe o jantar

Jantar ? Como assim? Já havia anoitecido e eu nem se quer percebi. Dizem que o tempo passa rápido quando a gente se diverte, no meu caso, quando sofre, eu estava ali a tanto tempo e ainda não havia conseguido achar nada que pudesse ajudar Akira a sair dessa. Decidi dar uma pausa e comer com a Caah

Ela me trouxe arroz, feijão, ovos sem gema? Quem tira a gema do ovo ? É tipo a melhor parte. E por fim, uma quantidade considerável de saladas.

Ficamos ali comendo e conversando sobre diversos assuntos, até que finalmente voltamos ao do por que eu estava ali

- E você realmente não encontrou nada ? - me perguntou ela indignada
- Não, nada que possa ajudar - respondi após enfiar um grande tomate na boca
- Entendi. Sei que até amanhã terá encontrado algo, você precisa, se não ..

Hum? Notei medo em seu modo de falar. Após aquele jogo com Ella no qual eu e Carina ficamos extremamente conectados, tanto por empatia quanto por telepatia, parecia que não havia sumido totalmente, eu ainda conseguia sentir algumas coisas em relação a ela

- Se não o que ? - a questionei
- Não é nada...
- Carina!
- É só que. Perai - a feição dela mudou completamente para um semblante de estranheza e raiva - Do que você me chamou ?
- Ham... - segurei por alguns segundos pensando se havia dito algo de errado - Carina ? É seu nome, não é?
- NÃO!!!!! - ela se levantou e gritou comigo - Meu nome é Calina, com "L", seu animal

O Diário de um filho do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora