Capítulo 15: Adeus

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Após nocautear Thiago, minhas forças se esvaíram, meu corpo pesou e cai no chão.

Sabe aquilo que dizem, sobre sua vida passar diante seus olhos quando está prestes a morrer ? É verdade, talvez seja um ato involuntário e desesperado do nosso subconsciente, tentando se manter preso a vida de alguma, mas se tem algo que posso confirmar, é que esse fenômeno realmente ocorre.

Cai de cabeça para baixo no chão, perdendo completamente a visão do que acontecia com o corpo de Thiago que estava desacordado boiando nas águas do Tibre

A primeira coisa que me veio em meu deslumbre, foi a primeira memória que tive do acampamento júpiter, a primeira vez que o vi. Era uma visão privilegiada, afinal eu estava vendo todo o acampamento enquanto caia em queda livre. Na vez que isso ocorreu ao vivo, eu não prestei muita atenção, afinal, uma coisa que não comentei, tenho muito medo de altura, só me preocupei em gritar. Mas agora, relembrando aquele momento, conseguia prestar atenção em diversas coisas que não vi antes, para começar, o acampamento era belíssimo, dava para ver todo o acampamento lá de cima, a via principalis, nova Roma, as colinas, o campo de Marte e entre outros locais, mas uma coisa que me chamou atenção enquanto eu caia em câmera lenta, foi ela, Calina estava lá em baixo junto aos outros legionários correndo em direção ao garoto meteoro que caia do céu. Ela pareceu se acanhar por um segundo e se afastar dos outros legionários, então aconteceu,
Calina começou a brilhar lá em baixo, um brilho intenso que era composto por diversas cores vinha direto da palma de suas mãos, mas parecia que ninguém estava prestando atenção nela, todos olhavam para mim. Me lembro de ter fechado os olhos enquanto caia pela primeira vez e acordar no chão, isso não iria acontecer agora. Me mantive de olhos abertos para tentar entender como eu havia sobrevivido aquela queda. Eu tinha diversas teorias, ser filho de Zeus e ter sei lá, flutuado, os romanos ter alguma tecnologia que deixava o gramado fofo como uma cama elástica, eu ter o fator de cura do Wolverine, mas eu com certeza não imaginei que teria sobrevivido graças a ela...

Quando estava prestes a me emborrachar no chão, um círculo de luz se fez em minha frente, ele era colorido, igual a um arco íris
Então cai diretamente na esfera
Eu disse que manteria os olhos abertos não foi? Menti, quando entrei naquele clarão, acabei os fechando inconscientemente. Quando percebi que estava novamente com os olhos fechados, me forcei a abri-los. Quando o fiz, a primeira coisa que vi foi, luz, mas não uma luz forte e agressiva, era algo calmo, pacífico. Eu continuava caindo, mas agora não tinha a visão do júpiter, era como se estivesse em uma dimensão paralela, toda rosa, roxa, azul, verde, aquele lugar tinha todas as cores ao mesmo tempo que não tinha nenhuma, eu via literalmente a cor que queria no céu, ou chão, não sei dizer, o que era aquilo. Enquanto eu flutuava por aquele lugar estranho, comecei a reparar em coisas que estavam lá, cidades, prédios e até mesmo castelos flutuantes, havia uma verdadeira sociedade naquele novo universo.

- Que merda é essa ? - falei surpreso

Então repentinamente aquela esfera brilhante surgiu novamente. Fiquei levemente triste por perder aquela nela visão quando cai dentro da luz

PLOFT

Meti a cara na grama. Levantei a cabeça e vi Calina me fitando

- ENTÃO FOI VOCÊ - gritei, mas nenhuma voz saiu

Por um segundo havia me esquecido que aquilo era uma lembrança

- Do-droga... - falei agora em plena consciência me lembrando de que estava morrendo em uma caverna na puta que pariu

Tic

Escutei um pingar em minha frente

Tic Tic

Acredito que agora meus sentidos estavam ficando cada vez mais aguçados, afinal estava ali a um bom tempo, porém não tinha reparado que tinha uma goteira no teto, o que deveria ser óbvio, afinal aquela caverna era abaixo do Rio Tibre

O Diário de um filho do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora