Diário de um legado de Vulcano 5: As coisas irão mudar apartir de agora

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Havia se passado uma semana desde o desaparecimento do Erick e toda a confusão no Senado; Thiago se recuperava bem e Calina logo teria alta. Indicações de um final de semana de folga tranquilo e preguiçoso, daqueles para por o sono em dia, já que o outro havia sido caótico.

Mas na manhã de sábado tive que acordar cedo.

- Ei, marido! - Marina falou ao meu ouvido. Me virei para o outro lado para fingir que não estava ouvindo, mas ela continuou - Estão te chamando lá na frente, dizem que é importante.

- Faz silêncio que eles vão embora, amor - respondi ainda sonolento mas já de mau humor - Hoje é sábado e eu não quero acordar cedo dois sábados seguidos! Quero dormir, acordar meio-dia e curtir a tarde com meu filho no parque!

Mas agora eu já estava meio acordado e conseguia ouvir as pessoas gritando lá fora:

- PUNKEEEE!!!! ACORDA, CARA!

Sabe, pode até ser que fosse algo importante, sempre tem alguma coisa importante acontecendo! É por isso que os legionários têm escala de trabalho: para ter alguém trabalhando enquanto outros descansam na sua folga...

BooOOOOoooM!

Escutei uma explosão vinda da frente da casa.

- Ah! Fala sério! - reclamei - Vocês REALMENTE não vão me deixar em PAZ, NÉ? - e com um pouco mais de ênfase - EU ESTOU DE FOLGA!!!

Talvez tenham entendido o recado, não escutei mais nada e resolvi enfiar a cara no travesseiro, quem sabe o plano do sono até o meio-dia não poderia ser recuperado?

Mas não, escutei passos pela casa e a porta do quarto se abriu:

- Amor... - Marina me chamou novamente.

Me virei para ver o que estava acontecendo e:

- Ai meus deuses! - falei com um misto de surpresa e irritação ao ver que Luan Gabriel e cinco guardas armados estavam parados, de pé no meio do meu quarto.

- Piter, poderíamos conversar um segundo? - perguntou Luan.

Nesse momento fiquei com sérias dúvidas entre meus deveres como legionário e xingar meu oficial superior. O meu sono é sagrado! E minha casa mais ainda! Não existe conversa que não possa esperar pela segunda-feira.
- Vamos lá para fora - falei enquanto me levantava

- Ei! Calma lá, Piter! Vista uma roupa!

- Vocês que invadiram meu quarto, na minha folga, logo de manhã! - estava no limite da insubordinação - Esperavam que eu estivesse de armadura? Claro que não!

- Vocẽ tem razão, peço que me perdoe por isso - ele se virou e foi saindo com a sua escolta - Te aguardo lá fora.

Me vesti de mau humor e fui para a frente de casa, passando pela sala vi que a porta estava jogada em cima da TV. Ou seja, final de semana completamente arruinado: agora teria que consertar a porta e a TV!

- O que você quer? - a pegunta soou mais agressiva do que eu gostaria - O quê precisa de toda essa urgência? Um novo ataque? Alguma nova notícia dos egípcios?

- Não.

- Então o que seria?

- Hmmm - Luan enrolou um pouco e colocou a mão no queixo - Bom, para resumir: não se intrometa.

- Não me intrometer?

Mas que bulhufas era aquilo? Me acorda cedo para me dizer que devo ficar dormindo ?

- Sei que você sabe sobre o ocorrido com a Centuriã da Coorte II, peço que não se intrometa.

- Não me intrometer.

O Diário de um filho do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora