🌊:: onde vocês se conhecem em uma festa. P2
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𝑮𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍'𝒑𝒐𝒗𝒔.
Eu já tinha visto a s/n algumas vezes nas festas do Scooby, mas nunca tinha trocado ideia com ela. Scooby vivia falando dela, sempre com aquele jeito empolgado que ele tem de contar histórias. Mas sabe como é... Nessas festas, com tanta gente, fica difícil prestar atenção em todo mundo.
Hoje, quando Scooby falou que ela vinha, eu meio que não dei muita bola. Estava curtindo a festa, a vibe tava boa, a galera estava animada e, sinceramente, não pensei muito nisso. Mas assim que ele chegou com ela, algo mudou.
Ela não era como as outras pessoas da festa. Sabe quando alguém parece estar num lugar, mas ao mesmo tempo parece que não pertence totalmente a ele? Ela tinha essa energia. Parecia meio deslocada, como se estivesse ali mais por obrigação do que por vontade própria. E, sinceramente? Isso me intrigou.
— Essa é a s/n — Scooby falou, com aquele sorriso de quem sabe de algo que a gente não sabe. Ele sempre fazia isso, tentando unir as pessoas do jeito dele. Eu já estava acostumado.
— Oi, s/n — falei, tentando quebrar o gelo. Ela me encarou por um segundo, meio sem jeito, mas sorriu logo em seguida. Isso me fez relaxar. — Finalmente te conheço. O Scooby fala bastante de você.
Ela riu, meio desconfiada, e percebi que eu devia ter soado meio idiota. Mas não sei por quê, tinha algo nela que me fazia querer continuar a conversa. Ela parecia real, sabe? Não aquela vibe de todo mundo se conhecendo em festa e agindo da forma mais artificial possível.
Conversamos um pouco, nada demais. Mas, conforme o papo rolava, eu comecei a notar que ela era diferente. Ela tinha uma maneira de falar que me deixava mais tranquilo, como se estivesse conversando com alguém que eu já conhecia há muito tempo. Tinha uma simplicidade no jeito dela, uma autenticidade que era rara de encontrar.
Eu percebia que, aos poucos, ela ia se soltando. No começo, estava mais tímida, como se ainda não tivesse certeza se queria estar ali. Mas, à medida que a conversa fluía, a tensão foi embora. E, de repente, tudo ao redor começou a sumir. O som da música ficou mais baixo, a bagunça ao redor se misturou, e era como se só nós dois estivéssemos ali.
Em algum momento, não lembro exatamente quando, percebi que não era mais só uma conversa casual de festa. Eu estava realmente interessado em conhecer mais sobre ela. Perguntei sobre o que ela gostava de fazer, se surfava também — era uma pergunta óbvia, dado o contexto, mas ela sorriu e disse que, apesar de adorar o mar, não era muito boa em ficar de pé na prancha. Eu ri. Aquilo me fez imaginar ensiná-la a surfar algum dia. Seria divertido.
A noite foi passando rápido demais. Eu perdi a noção do tempo. Quando me dei conta, a festa já estava começando a desacelerar, e mais gente ia embora. Mas eu não tinha vontade de sair de perto dela. A conversa estava boa demais para isso.
— Sabia que você não queria vir, né? — eu disse, quebrando o silêncio confortável que se formou entre nós. Ela me olhou surpresa.
— Como assim? — perguntou.
— Você tem aquela cara de quem foi arrastada pra festa — brinquei. — Mas, por algum motivo, acho que você não se arrependeu.
Ela riu de novo, e dessa vez foi um riso mais aberto, sincero. E naquele momento, tive certeza: eu estava certo. A s/n era diferente de todas as outras pessoas que eu já tinha conhecido.
A festa podia estar acabando, mas eu sabia que essa era só o começo de algo bem maior. Algo que, de alguma forma, já estava acontecendo sem que eu nem percebesse.
Talvez eu devesse agradecer ao Scooby por isso. Talvez.