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𝑮𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍'𝒑𝒐𝒗𝒔
A chuva caía forte do lado de fora, e o som das gotas batendo na janela parecia ecoar dentro de mim. Eu estava deitado na cama, tentando relaxar, quando ouvi um som que me fez estremecer. Era s/n. Ela estava ofegante, com a respiração acelerada e um olhar distante.
Levantei-me rapidamente e fui até ela, que estava sentada na cama, com as mãos tremendo levemente.
— Amor, o que está acontecendo? — perguntei, preocupadamente. O medo no meu peito crescia ao ver sua expressão angustiada.
Ela não conseguia responder. Apenas balançou a cabeça e começou a morder os lábios, como se tentasse se prender aos pensamentos que a consumiam. Senti meu coração acelerar.
— Olha para mim — pedi, tentando capturar sua atenção. — Estou aqui. Você não está sozinha.
Ela virou os olhos para mim, mas ainda parecia perdida em um labirinto de pensamentos caóticos. Era uma crise de ansiedade bem mais intensa do que eu já tinha visto antes.
— Eu… não consigo… — sussurrou ela, as lágrimas começando a escorregar pelo seu rosto.
Eu me sentei ao lado dela, colocando um braço ao redor de seus ombros e puxando-a para perto. Senti que precisávamos agir rápido. A situação estava se tornando opressiva.
— Vamos fazer algo juntos — sugeri. — Tente respirar comigo. Inspire por quatro segundos… um, dois, três, quatro… agora solte o ar lentamente por seis segundos… um, dois, três, quatro, cinco, seis…
Fizemos isso algumas vezes. Ela começou a seguir meu ritmo lentamente, mas ainda havia uma expressão de terror em seu rosto. Eu sabia que precisava fazer mais.
— Sabe aquele lugar onde fomos acampar? O céu estava tão estrelado… Vamos imaginar que estamos lá agora — disse eu, tentando guiá-la para longe dos pensamentos perturbadores.
Ela balançou a cabeça levemente em resposta.
— Imagine o cheiro da fogueira e o calor do fogo aquecendo nossos rostos… Lembre-se do som da água do rio próximo e das risadas que compartilhamos sob as estrelas…
Enquanto falava, vi seu corpo começar a relaxar um pouco mais. Mas ainda havia um peso visível em seus olhos.
— S/n, se precisar chorar ou gritar… faça isso! Estou aqui para tudo — incentivei-a com sinceridade.
Neste momento crucial, ela deixou as lágrimas rolarem livremente e finalmente soltou um grito abafado na almofada. Meu coração se partiu ao ver sua dor tão clara e crua.
— Isso mesmo! Solte tudo! — disse eu suavemente enquanto acariciava suas costas confortavelmente.
Após alguns minutos assim, quando o choro começou a diminuir, ela olhou para mim com os olhos vermelhos e inchados.
— Desculpe por isso… eu não queria te preocupar — disse s/n entre soluços.
— Não precisa pedir desculpas — respondi firmemente. — Você é incrível por estar enfrentando isso. E eu estou aqui para te apoiar sempre que precisar.
A chuva continuava lá fora, mas dentro do quarto havia uma sensação de alívio crescente. Comecei a contar histórias sobre os momentos felizes que vivemos juntos: nossas viagens improvisadas e os dias ensolarados no parque.
Com o tempo e muita paciência, s/n começou a sorrir novamente entre as lágrimas. A tempestade interna dela começou a amainar aos poucos.
— Obrigada por ficar comigo — ela disse finalmente, com um suspiro profundo.
— Sempre estarei aqui — garanti enquanto envolvia seus dedos nos meus. A conexão entre nós era forte e inquebrantável.
Enquanto a tensão se dissipava e o som da chuva se tornava mais suave, um novo sentimento de esperança preenchia o ar. O calor do nosso abraço e a leveza de suas risadas começaram a iluminar o ambiente.
— A cada dia, nós ficamos mais fortes — eu disse, olhando nos olhos dela. — E juntos, podemos superar qualquer desafio.
Ela sorriu, um brilho renovado em seu olhar, como se estivesse finalmente vendo a luz após a tempestade. Sabia que, independentemente do que acontecesse, sempre teríamos um ao outro.
