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𝐒/𝐧'𝐩𝐨𝐯𝐬.
Sabe aqueles dias que você só quer ficar em casa, enrolada no cobertor, assistindo uma série qualquer e sem pensar em absolutamente nada? Pois é, essa era a minha vibe hoje. Eu não estava com a mínima vontade de sair. A semana tinha sido longa e a ideia de enfrentar mais gente, barulho e festa não me animava nem um pouco. Mas, Pedro Scooby, o dono da festa, não aceitou um “não” como resposta.
— Qual é, s/n! Vai ser épico! Vai todo mundo, não tem desculpa! — ele disse no telefone com aquela empolgação de sempre.
Eu tentei argumentar, disse que estava cansada, que minha cama parecia muito mais convidativa do que qualquer balada. Mas o Scooby, bom, ele é o Scooby. Um furacão em forma de pessoa, e quando ele quer uma coisa, dificilmente alguém consegue dizer "não" por muito tempo.
— Eu vou passar aí em 15 minutos. Se arruma e vem, não aceito outra resposta! — e desligou antes que eu pudesse argumentar mais.
Suspirei, já aceitando meu destino. Peguei um vestido simples, fiz uma maquiagem rápida e, quando menos percebi, lá estava eu na frente da casa do Scooby, que era, como sempre, sinônimo de festa insana.
A música alta já dava pra ouvir de longe, e assim que entrei, parecia que todo mundo da praia estava lá. Olhei ao redor, tentando me misturar com a galera. Scooby, como sempre, estava no centro das atenções, fazendo piada com todo mundo e rindo alto.
— S/n! Finalmente! — ele gritou quando me viu. — Vem, deixa eu te apresentar uma galera!
Antes que eu pudesse protestar, ele já me puxava pelo braço, me levando para um grupo que estava rindo próximo à piscina. No meio de toda aquela bagunça, havia uma pessoa que, mesmo no meio de tanta gente, parecia destacar-se mais. Gabriel Medina.
Sim, ele mesmo. O surfista tricampeão mundial, o cara que todos conheciam, até quem nunca tinha tocado numa prancha de surf na vida.
— Gabriel, essa é a s/n, a amiga que eu falei! — Scooby me apresentou, com aquele sorriso maroto de quem sabe muito bem o que está fazendo.
Eu senti meu rosto esquentar, meio sem saber o que dizer. Claro, eu sabia quem ele era. Todo mundo sabia. Mas nunca tinha trocado uma palavra com ele. E agora lá estava ele, me encarando com aquele sorriso fácil, como se estivéssemos numa conversa normal e não num universo paralelo onde eu era a garota desajeitada sendo apresentada para o cara mais legal da festa.
— Oi, s/n — ele disse, a voz calma e acolhedora, como as ondas no fim da tarde. — Finalmente te conheço. O Scooby fala bastante de você.
Eu ri sem graça, tentando parecer relaxada, mesmo que por dentro eu estivesse um pouco nervosa. “O Scooby fala muito, né?” pensei, tentando imaginar o que ele poderia ter dito sobre mim.
— Só coisa boa, relaxa — ele continuou, como se lesse meus pensamentos.
A gente conversou por alguns minutos, sobre nada muito importante, só papo de festa. Mas, de repente, o clima ao redor começou a sumir, como se eu estivesse num daqueles momentos de filme clichê onde o mundo desacelera e você só foca na pessoa na sua frente.
Gabriel era surpreendentemente fácil de conversar. Ele não parecia aquele cara inalcançável das revistas, era... normal. Simpático. De verdade. E, antes que eu percebesse, estava completamente envolvida na conversa. Eu, que nem queria sair de casa, agora estava ali, na festa que eu tentei evitar, trocando ideia com o Gabriel Medina como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
Talvez, só talvez, eu tivesse que agradecer ao Scooby por isso depois.
