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Caralho, minha cabeça.

Eu já deveria saber que ficaria se ressaca, mas meu Deus.

Provavelmente no meio da noite eu tirei minha fantasia porque agora eu acordava com o sol no rosto somente de calcinha e sutiã.

Ainda com sono e os olhos fechados fui até meu banheiro para me arrumar para a escola.

Depois de pegar minha escova na pia criei coragem para abrir os olhos e enfrentar a luminosidade com meus olhos ainda sensíveis.

Puta merda.

Meu pescoço tinham três marcas roxas parecidas com...chupões.

PUTA MERDA.

Não pareciam chupões, eram chupões  que  tinham sido feitas pelo meu amigo, vizinho e companheiro de banda, Rodrick Heffley.

Merda, merda, merdamerdamerda.

Eu nunca mais bebo na vida, nunca mais, nunquinha.

Me sento no chão do banheiro, sentindo o azulejo gelado sob minha pele.

Como aquilo tinha acontecido? Tentei lembrar de tudo que tinha acontecido na noite passada, e sem muito esforço eu infelizmente lembrei.

Estava sentada no colo dele falando obscenidades em seu ouvido, se eu pudesse morrer de vergonha agora, eu morria.

-Lia! Você vai se atrasar!- Escuto minha mãe me chamar da cozinha.

- Tô indo- Respondo desesperada.

Não sei o que era pior na minha aparecia, minhas olheiras, meu pescoço ou eu mesma.

Peguei uma camiseta qualquer de gola alta, um jeans sujo e corri até a cozinha.

- Bom dia filha- Minha mãe ainda estava virada sem me ver, preparando o café da manhã- Meu Deus- Ela suspira quando me vê.- Você tá com uma ressaca danada né?

- Mãe.- Eu choramingo- Eu preciso ir pra escola?- Suplico, a última coisa que eu precisava era ver o Rodrick.

- Óbvio, eu falo pra você que suas ações tem consequências, eu falei pra você não se matar de beber, agora vai ter que ir pra escola de ressaca.- Mamãe diz enquanto serve um copo de suco de laranja pra mim.

- Mas mãe...

- Sem "mais", você vai e acabou.

Eu me sento no balcão e como a maçã e o suco que minha mãe preparou, ela se senta do meu lado, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha de maneira carinhosa.

- Lia- Ela fala chocada.

Puta merda, meu pescoço.

Ela abaixou um pouco a gola da camiseta para olhar as marcas.

- Meu Deus- Ela ria tapando a boca- Você usou os dez reais que eu te dei?- Ela pergunta achando graça.

- Mãe! Eu não transei!- Eu grito irritada.

- Calma aí mocinha, não fala comigo assim que você que tá errada nessa história toda, você só tem 17.- Seu tom se torna sério e um tanto ameaçador.

- Desculpa, eu só tô... irritada, com isso, não deveria... eu fiz merda.

Minha mãe fica séria.

- Com quem?

Eu paraliso.

- Um amigo de outra cidade da Heather.- Minto.

- Acontece filha, foi em público? - Eu confirmo- Então ninguém vai aumentar tanto a história, você acha que ele vai sair por aí falando alguma coisa?- Ela se preocupa.

PrimadonnaOnde histórias criam vida. Descubra agora