Era uma tarde tranquila de primeiro de setembro quando Harry e seus amigos seguiam para o sexto ano letivo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O Expresso Hogwarts trilhava seu curso vagarosamente por entre as paisagens bucólicas da Escócia e, dentro dos vagões, os estudantes conversavam e riam em seus pequenos grupos de amigos. Num dos vagões, aquele que talvez pudesse ser considerado um dos grupos mais curiosos de Hogwarts, formado por dois Gryffindors, dois Slytherins e uma Ravenclaw, via-se envolto numa acalorada discussão:
- Como você pode querer se formar para depois voltar para a escola?
- Eu não seria mais uma aluna, Draco – Hermione tentava explicar, contendo-se para não revirar os olhos –, mas uma professora, como McGonagall, Sprout...
- Triste comparação – opinou Pansy, trançando cuidadosamente os longos cabelos loiros de Luna, que sorria tranquilamente sentada ao seu lado.
Ignorando o comentário da amiga, Hermione continuou:
- Já falei com a professora McGonagall, disse que pretendo me especializar em transfiguração e feitiços quando for para a faculdade. Ela pareceu muito contente e me ofereceu um estágio durante as férias, quando acabarmos a escola.
- Pelas barbas de Salazar, Granger, você tem potencial para coisa muito melhor.
Harry não pôde conter o sorriso ao ver como Draco inconscientemente elogiava a menina.
- Como o que, Draco? – perguntou o Gryffindor, os olhos verdes brilhando ao notar que Hermione corava sob o olhar do loiro.
- Ora, como um cargo de prestígio no Ministério da Magia, por exemplo.
- Não, obrigada.
- Vamos, Granger, a política não é tão ruim quando você aprende a usá-la.
- A usar as pessoas, você quer dizer.
- Tanto faz – Draco fez um gesto de desdém com a mão – Pelo menos no Ministério você poderia fazer coisas importantes, ou mesmo seguir com sua obsessão pela causa dos elfos domésticos...
- Eles são seres vivos, como nós...!
De repente, porém, uma explosão foi ouvida e, com um baque violento que jogou quase todos para fora de seus assentos, o trem parou de andar.
- O que foi isso? – murmurou Hermione.
- Não sei... – Harry apertou o espelho de dois sentidos no bolso. Ele estava com medo. Tom não estava ali para protegê-lo agora.
- Dementadores talvez?
- Eu não sei, Pansy, não esfriou de repente, foi apenas uma explosão... – as palavras de Draco, no entanto, se perderam no barulho de novas explosões e dos gritos angustiados dos estudantes.
- Alguém está atacando o trem!
- A Ordem Negra! – adivinhou Harry, sentido o coração apertar em seu peito – Rápido, as portas do vagão!
Hermione rapidamente lançou um elaborado feitiço que selou as portas do vagão. Do lado de fora, os gritos e explosões se faziam mais fortes, enquanto homens e mulheres encapuzados lançavam feitiços obscuros e torturavam aqueles que cruzavam seus caminhos.
- Estão atacando os estudantes... – Pansy sussurrou, abraçando uma assustada Luna, que pela primeira vez parecia consciente do mundo ao seu redor e se encolhia no colo da Slytherin.
- Os nascidos-muggles – assegurou Hermione, o rosto sério e pálido, o medo evidente em seu olhar – Se for a Ordem Negra, com certeza vieram atrás dos nascidos-muggles...
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Destinos entrelaçados
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