Nota: (1) – Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling.
(2) – Essa é uma história Slash, ou seja, relacionamento Homem x Homem, e PseudoIncest, ou seja, o casal principal possui uma relação de pseudo (falso) parentesco. Se não gosta ou se sente ofendido, é muito simples: Não leia.

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Desde o dia em que o filho mais velho de Lily e James Potter havia começado seus estudos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, três anos se passaram rapidamente, ainda que nas concepções de Tom e de seu irmão mais novo, esses três anos demoraram verdadeiros séculos para passar. Nesse meio tempo, Lily havia acreditado que o poderoso laço que unia seus dois filhos acabaria por se desgastar naturalmente deixando sua relação mais amena, isto é, menos co-dependente, ao estarem separados e na companhia de crianças de sua idade. No entanto, contrariando aquilo que a bela ruiva previra a cada dia o afeto entre os irmãos se viu cada vez maior, afeto este que fora apenas multiplicado pela saudade e pelo desejo de dividir cada detalhe de seus dias. O Espelho de Dois Sentidos, portanto, ao longo destes três anos fora uma ferramenta primordial para impedir que Harry e Tom se vissem abraços pela tristeza da separação.

Este ano, porém, as coisas seriam diferentes:

- Harry está animado para Hogwarts?

- Você não faz idéia o quanto, Remus – Lily suspirou divertida – qualquer coruja que ele vê já imagina estar trazendo sua carta e todas às vezes eu preciso lembrá-lo de que a coruja de Hogwarts só chegará depois do seu aniversário.

Remus apenas sorriu imaginando a cena descrita por sua amiga enquanto lhe entregava a travessa de vidro para que Lily colocasse os biscoitos de baunilha com gotas de chocolate que havia acabado de tirar do forno. Os dois, naquele momento, encontravam-se conversando na cozinha enquanto Lily preparava um delicioso chá da tarde para seu amigo e seus filhos, os quais estavam na sala de estar jogando vídeo game.

- Mas Tom chega a ser ainda pior – comentou ela, lançando um silencioso feitiço nas laranjas para que estas se descascassem rapidamente e assim, pudesse preparar uma jarra de suco – Está sempre falando dos feitiços que irá ensiná-lo, dos livros que pegarão na biblioteca, dos lugares em que poderão aproveitar os intervalos das aulas jogando xadrez ou lendo alguma história...

- E o que Harry diz?

- O que você acha? Ele fica ainda mais animado, os olhinhos brilhando de expectativa, enquanto ouve atentamente cada palavra do irmão. Às vezes eu penso que a escola em si é o menor interesse daqueles dois e na verdade, o que realmente importa é voltarem a estar juntos.

- Disso não restam dúvidas, minha cara Lily – burlou-se o professor – Ora, não me diga que você achou mesmo que eles fossem de distanciar nesses três anos?

- Sim, mas agora eu vejo que foi um pensamento absurdo – da porta da cozinha, Lily podia observar um sorridente Harry sentado entre as pernas do irmão, a cabeça recostada em seu peito, enquanto apertava uma seqüência de botões no controle em suas mãos. Por sua vez, Tom apoiava o queixo na cabeça do menor, com os braços a sua volta, protetoramente, concentrando-se no seu próprio personagem que continuava a matar cada um dos zumbis que aparecia na tela da TV.

- Esses dois têm uma relação fora do comum, mas que não deixa de ser encantadora – sorriu, notando a forma protetora que Tom envolvia o menor, algo natural para os dois meninos desde os primeiros anos de vida.

- Tem razão, Remus – compartilhando seu sorriso, a bela mulher colocou a jarra de suco em cima da mesa – mas diga-me, como Tom está indo em Hogwarts?

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