➳ Chapter Three

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Joshua acordou com uma mão firme repousada em sua cintura. Ainda meio sonolento, flashes da noite anterior começaram a surgir em sua mente, trazendo sensações misturadas de arrependimento e satisfação. Ele virou a cabeça lentamente, e lá estava ele, Jeonghan, o alfa que o havia acompanhado naquela noite. Dormia serenamente, com os cabelos pretos bagunçados de forma encantadora, que apenas acentuava o seu charme natural. Aquela calma, depois do furacão de emoções da noite anterior, parecia um contraste quase cruel.

Joshua fitou o alfa ao seu lado, observando cada detalhe de seu rosto relaxado. "Ele disse que ficaria... e ficou " murmurou para si mesmo, um misto de surpresa e incredulidade em sua voz. Era raro alguém cumprir promessas nesse mundo onde o dinheiro e o desejo falavam mais alto que qualquer sentimento.

Jeonghan começou a despertar aos poucos. Sua visão ainda turva foi clareando e logo encontrou Joshua a observá-lo, algo que fez seu coração bater mais rápido. "Como alguém pode ser tão lindo?" pensou o alfa, fascinado com a delicadeza do ômega à sua frente. Mesmo naquela manhã, sem os artifícios da noite, Joshua irradiava uma beleza serena que fazia Jeonghan questionar como o destino os havia cruzado.

Joshua, no entanto, não se permitia divagar por muito tempo.

— Eu vou ter que ir —  disse com a voz baixa, levantando-se lentamente da cama, como se ainda hesitasse em deixar o calor confortável daquele lugar. Começou a se vestir, cada movimento acompanhado pelo olhar atento de Jeonghan, que permanecia em silêncio, ainda imerso na imagem do ômega.

Com um suspiro silencioso, Jeonghan estendeu a mão para pegar a carteira sobre a mesa. Tirou o dinheiro que havia separado na noite anterior e, sem hesitação, ofereceu a Joshua.

— Eu disse que o dinheiro era apenas para o ômega que subisse comigo, e nada para a boate —  sua voz era firme, mas suave. — É seu.—

Joshua olhou para o dinheiro por um breve momento, o sentimento de humilhação misturado com gratidão.

— Obrigado — disse, pegando o dinheiro e colocando no bolso da calça. Sabia que precisava daquele dinheiro para o tratamento de Yeosang, e aquilo queimava por dentro. Mas era o que tinha que ser feito. — Obrigado novamente. — Murmurou, com um pequeno aceno de cabeça. Ele deu um último olhar para Jeonghan antes de abrir a porta. — Até mais, alfa.

Jeonghan sorriu de lado, observando Joshua desaparecer pela porta.

— Espero te ver mais vezes... — murmurou, mesmo sabendo que aquelas palavras eram mais um desejo do que uma promessa.

Assim que Joshua deixou o quarto, Jeonghan suspirou, sua mente mergulhando nos pensamentos que ele tentava evitar. De repente, uma voz familiar, a voz de seu lobo, Sun, invadiu sua mente.

— Vocês não podem se ver mais. — O lobo avisou, com um tom grave.

Jeonghan revirou os olhos, como quem já tinha ouvido aquilo inúmeras vezes.

— De novo com isso? — Respondeu em voz alta, mesmo sabendo que Sun não precisava ouvi-lo daquela maneira.

— Se você continuar perto dele, vai machucá-lo. — O lobo insistiu, sua voz ecoando na mente de Jeonghan.

— Por que você diz isso e nunca explica? — Jeonghan se levantou, irritado. Ele odiava os enigmas de Sun, sempre cheios de mistério e sem respostas claras.

— Você entenderá... — disse o lobo antes de sumir de novo, deixando Jeonghan sozinho com seus pensamentos.

O alfa suspirou, frustrado. Vestiu-se lentamente, tentando empurrar as preocupações para o fundo da mente. Ao sair do quarto, ajeitou os cabelos e passou pelos corredores da boate, sua mente ainda presa no que Sun dissera.

Enquanto isso, Joshua chegou em casa com passos pesados. O cansaço emocional e físico o atingia, mas ele fez questão de caminhar até o quarto de Yeosang. Ao abrir a porta, viu o pequeno dormindo, seu rosto angelical tranquilo. Joshua sentiu uma pontada de culpa e tristeza. Fechou a porta com cuidado e foi para seu próprio quarto, jogando-se na cama.

— Como você pode fazer isso, Hong Joshua? — murmurou para si mesmo, frustrado. — O remédio te deixa vulnerável, e você foi tomá-lo para atender a um alfa? Como foi burro!

Sentiu um arrepio ao olhar para o pequeno arame que estava ali, sobre a mesa. A tentação de usá-lo era forte, a dor física uma distração dos sentimentos que o esmagavam.

“Vai mesmo se cortar?” A voz de Ecplise, seu lobo de pelagem castanha, ecoou em sua mente. “Sabe que, se fizer isso, vai demorar para cicatrizar.”

Joshua engoliu em seco, ainda segurando o arame.

— Eu transei com um alfa... — Confessou, como se só agora a realidade o atingisse com toda a força.

“E recebeu dinheiro. O dinheiro que ele deu paga o tratamento do pequeno Yeo.”

— Eu preciso me acalmar... — disse, respirando fundo. — E você não ajuda.

“Ajudo sim. Agora, guarda isso.” Ordenou o lobo, e Joshua, com relutância, obedeceu.

Ele guardou o arame e sentou-se na cama, sentindo-se exausto. Algo naquele dia estava diferente. Ecplise não aparecia há muito tempo, desde que Joshua tinha 13 anos.

— Por que você apareceu? — Perguntou, mais curioso do que assustado. — Nosso último contato foi há tantos anos...

“Tenho que te orientar a fazer as coisas certas desta vez, Jisso.” Respondeu Ecplise, com um tom grave e protetor.

Joshua permaneceu em silêncio, refletindo sobre aquelas palavras. Algo estava mudando, ele podia sentir. E sabia que, de alguma forma, precisaria enfrentar tudo isso.

 E sabia que, de alguma forma, precisaria enfrentar tudo isso

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Notas da Autora
Até a próxima!

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