O ambiente estava tenso quando a voz fria e autoritária cortou o silêncio.
— O que você está fazendo aqui? Saia imediatamente — ordenou, sem levantar os olhos para a figura à sua frente. — O que faz aqui?
— Vim te visitar. É proibido visitar a casa do meu marido? — a resposta foi carregada de um tom desafiador.
— EX — a palavra saiu como um rosnado, com um olhar fulminante lançado ao visitante. — Ex-marido. Sua presença me irrita profundamente. Saia.
— Seu pai não diz isso, até hoje ainda sou lembrado — o tom de Hyungwon era mordaz, uma faísca de provocação em sua voz.
A raiva ferveu dentro do alfa. Com passos firmes, ele se aproximou de Hyungwon, o rosto contorcido em uma expressão de fúria contida.
— Você e meu pai são farinha do mesmo saco. Saia da minha casa antes que eu faça algo que me arrependa.
— Nos veremos, amor — murmurou Hyungwon, inclinando-se para dar um beijo. Mas o alfa, ágil como um predador, desviou-se com rapidez, evitando o contato.
Jeonghan se afastou, observando Hyungwon sair com um olhar decidido. Assim que a porta se fechou, ele correu para trancá-la com força, o som do trinco ecoando na casa silenciosa.
— Como ele entrou? Só pode ter sido aquele velho intrometido — resmungou, sua frustração palpável. — Por que meu pai sempre tem que se meter na minha vida?
Sua mente estava um turbilhão enquanto ele subia para o quarto, seus passos pesados e carregados de tensão. Lá, ele abriu uma maleta preta, revelando o brilho metálico de uma arma. Seu olhar se fixou no objeto com uma mistura de nostalgia e arrependimento.
— Faz tempo que não uso você — murmurou para si mesmo, enquanto pegava a arma e a observava. — Mas não posso cometer os mesmos erros.
Com um suspiro profundo, ele guardou a arma e fechou a maleta com cuidado, colocando-a de volta no local seguro onde estava. A angústia parecia sufocante, e ele precisava se afastar do peso que carregava.
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Enquanto isso, em um quarto iluminado pela luz suave da manhã, um ômega despertava lentamente. Seus olhos se ajustavam à claridade, e a memória dos eventos recentes vinha à tona com um peso doloroso.
— Yeo... — sussurrou, as lágrimas começando a escorregar pela sua face, um reflexo de sua dor silenciosa.
A porta do quarto se abriu com um leve rangido, e um amigo entrou, seu rosto cheio de preocupação e empatia.
— Já comecei a organizar as coisas para o enterro. Vai ser hoje — informou, enquanto Joshua se levantava para abraçar o amigo, buscando consolo nas palavras e no abraço. — Você precisa se acalmar.
— Eu perdi minha única família, Wonu — a voz de Joshua tremia entre soluços.
— Eu e mais alguns dos meninos estamos aqui com você. Fique calmo — a voz do amigo era um porto seguro em meio à tormenta.
Após algumas horas, Joshua havia deixado o hospital e estava a caminho do cemitério. O enterro seria pequeno, restrito aos amigos mais próximos, uma cerimônia silenciosa para aqueles que realmente se importavam.
No cemitério, Joshua falava com um amigo ao seu lado, a voz carregada de remorso.
— Ele me pediu para levá-lo ao médico, e eu não dei ouvidos — disse, a culpa evidente em cada palavra.
— Não é sua culpa — a resposta era um murmúrio de conforto. — Não se culpe.
— Eu devia ter cuidado dele — a dor era palpável, como uma ferida aberta.
— Calma — Jun abraçou Joshua com força. — Estamos aqui, ok?
Joshua assentiu, olhando para os amigos de Yeosang que estavam em frente ao túmulo. O corpo de Yeosang já havia sido enterrado enquanto Joshua estava no hospital. Ele expressou sua gratidão a Wonwoo e Jun pela ajuda.
Jongho, o namorado de Yeosang, se aproximou de Joshua com um olhar de preocupação.
— Você está bem? — perguntou o mais novo.
— Eu ficarei — respondeu Joshua, e Jongho fez um gesto de compreensão.
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Ao chegar em seu apartamento, Joshua se sentou em frente à porta, desabando em lágrimas. A dor parecia insuportável, um peso esmagador sobre seus ombros. Ele havia perdido toda a sua família em um massacre causado pela dívida de seu pai com mafiosos. Naquela noite fatídica, ele apenas conseguiu salvar Yeosang, enquanto se culpava por não ter conseguido salvar sua irmãzinha, que estava do outro lado da casa.
Com um olhar de profundo arrependimento, ele murmurou para si mesmo.
— Eu falhei como filho e como irmão.
Sem perceber o momento em que seu corpo se tornou frágil e cansado, ou se a tontura era causada pela perda de sangue dos arranhões em seu braço, ele desabou no chão da sala, exausto. O ômega, tomado pelo cansaço, acabou adormecendo ali, seu corpo em uma posição vulnerável e triste.
Notas da Autora
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My Love - Jihan
FanfictionHong Joshua, ou Hong Jisoo, como poucas pessoas o conheciam por esse nome, era um Ômega que trabalhava em uma boate chamada "I Love Drinks". Joshua, por ser um ômega extremamente sensível e especial aos olhos do casal de donos do estabelecimento, se...