Quatro dias depois
Já haviam se passado quatro dias desde a morte de Yeosang, e a rotina de Jisoo começava a voltar ao normal, embora uma sensação de vazio ainda o perseguisse. Ele estava na boate onde trabalhava, movendo-se entre os clientes e servindo bebidas, tentando distrair-se da dor. A rotina estava quase mecânica, até que Mingyu, um dos seguranças da boate, se aproximou com um olhar preocupado.
— Jisoo Hyung, falaram para você ir ao quarto 23 — disse Mingyu, sua voz carregada de urgência.
Jisoo levantou uma sobrancelha, surpreso.
— Falaram o motivo?
Mingyu balançou a cabeça. — Não disseram, mas, se quiser, posso ir com você — ofereceu o alfa, notando a expressão preocupada do ômega.
Jisoo hesitou por um momento. O desconforto se manifestava em sua expressão, mas ele forçou um sorriso.
— Não precisa, Mingyu. Deve ser algo simples. — Saiu do balcão e se dirigiu para o corredor, seus passos ecoando em um som monótono. — Quarto 23, certo?
— Isso mesmo. Tome cuidado, Jisoo — disse Mingyu, antes de voltar ao seu posto, observando-o partir com um olhar inquieto.
Jisoo caminhou pelos corredores escuros da boate, o cheiro de álcool e perfume barato misturado ao aroma adocicado e enjoativo que lembrava de sua última experiência naquele lugar. Ao chegar na porta do quarto 23, ele hesitou. O cheiro era forte e desagradável, e uma sensação de desconforto tomou conta dele. No entanto, ele respirou fundo e bateu na porta.
Para sua surpresa, a porta se abriu sozinha, rangendo levemente, como se alguém estivesse esperando por ele. Jisoo entrou no quarto, seus passos cautelosos, e encontrou um espaço vazio. O cheiro nauseante se intensificava, e ele começou a procurar por qualquer pista de quem poderia tê-lo chamado.
Seu coração acelerou quando um barulho fraco e abafado veio do banheiro. Jisoo se aproximou, seu instinto lhe dizendo que algo estava terrivelmente errado. Ele hesitou por um momento antes de abrir a porta, e o que viu deixou seu sangue gelado. Um ômega estava caído no chão, pálido e contorcido de dor, uma cena que parecia quase surreal.
— Ah, meu Deus! — Jisoo gritou, correndo para o corpo caído. — Alguém, por favor, ajude!
A ajuda chegou rapidamente, e Jisoo foi cercado por policiais e paramédicos. Ele respondeu às perguntas com a mente em turbilhão, sua voz tremendo de preocupação e estresse. Depois de fornecer as informações necessárias, Jisoo foi liberado, mas sua mente continuava em um estado de confusão e desamparo.
Seungkwan se aproximou, seu olhar preocupado fixo em Jisoo. — Isso tudo é muito estranho. Como alguém pode morrer aqui e nós não percebemos?
— Talvez alguém tenha trazido o corpo para cá e nós não vimos — Jisoo sugeriu, seu tom cheio de incerteza.
Mingyu, ainda visivelmente abalado, falou. — Eu sempre tomo cuidado com cada pessoa que entra. Meu instinto lupus geralmente me avisa se algo está errado.
Jisoo deu de ombros, pensativo. O estresse e a falta de sono estavam começando a afetá-lo visivelmente. Seungkwan notou a expressão abatida de Jisoo.
— Você não está bem para estar trabalhando, Hyung — disse Seungkwan, preocupado.
— Eu... eu só preciso ir para casa — respondeu Jisoo, tentando se manter firme.
Mingyu, ainda preocupado com o estado de Jisoo, ofereceu.
— Quer que eu te leve?
Jisoo balançou a cabeça, sua expressão pálida e seus olhos cansados.
— Não, eu consigo ir sozinho — insistiu, levantando-se com dificuldade. Sua cabeça estava latejando e seu corpo se sentia fraco.
Ele deu alguns passos em direção à saída, mas logo começou a sentir tonturas e sua visão turvou. Antes que pudesse reagir, seu corpo cedeu, e ele desmaiou no corredor. Mingyu conseguiu pegá-lo a tempo, evitando uma queda no chão.
Jisoo foi levado às pressas para o hospital, onde foi recebido com urgência. Exames mostraram que ele estava desnutrido e com uma infecção grave, provavelmente resultado de má alimentação e estresse prolongado. O quadro clínico de Jisoo era alarmante, e os médicos trabalharam rapidamente para estabilizá-lo.
Enquanto Jisoo estava internado, ele recebeu visitas de amigos e familiares preocupados. Seungkwan, Mingyu, Wonwoo e Jun estavam presentes, cada um expressando sua preocupação de maneiras diferentes.
Jun, com seu tom irritado, dirigiu-se a Jisoo.
— Você precisa cuidar da sua saúde. Tudo isso aconteceu porque você não está descansando o suficiente — falou, sua frustração evidente.
Jisoo, com um sorriso cansado, respondeu.
— Eu entendi, Jun.
Jun continuou, seu tom crescendo em intensidade. — Entendeu? Não tá entendendo porra nenhuma! E olha que o taehyun e a Hua, que tem 5 anos, é mais responsável que você. — Comparou com seus filhos, sua voz carregada de exasperação.
— Amor, vamos manter a calma. Tenho certeza de que Jisoo Hyung entendeu. - tentando acalmar a situação, interveio
— Eu sei que se preocupa, Jun. Obrigado. - olha para Jun com gratidão.
Jun, sem ceder, insistiu.
— Você morando sozinho não está funcionando. Deveria voltar a morar com a gente.
Jisoo tentou protestar.
— Wonwoo, diga ao seu marido que não sou uma criança. Aliás, sou mais velho que ele.
Jun retrucou.
— É exatamente por isso que você não está escutando ninguém.
Jisoo revirou os olhos, exausto com a discussão.
— Quero dormir um pouco — disse, fechando os olhos e tentando se acomodar na cama.
Wonwoo, com um olhar compreensivo, puxou Jun para fora do quarto.
— Vamos deixar Jisoo descansar — disse, guiando seu marido para fora.
Jisoo respirou fundo, seu corpo cansado e sua mente carregada de culpa e desespero. Ele se lembrou de quanto tempo havia negligenciado a si mesmo e como havia se deixado levar pelos problemas.
— Talvez eu mereça morrer — pensou, enquanto o sono o envolvia. Ele mergulhou em um descanso perturbador, seu estado de saúde e seu estado mental se confundindo em uma névoa de sofrimento e arrependimento.
Notas da Autora
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My Love - Jihan
FanficHong Joshua, ou Hong Jisoo, como poucas pessoas o conheciam por esse nome, era um Ômega que trabalhava em uma boate chamada "I Love Drinks". Joshua, por ser um ômega extremamente sensível e especial aos olhos do casal de donos do estabelecimento, se...