𝙲𝙷𝙰𝚁𝙻𝙴𝚂 𝙻𝙴𝙲𝙻𝙴𝚁𝙲 𝙿𝙾𝚅'𝚂
𝐌Ô𝐍𝐀𝐂𝐎 𝟎𝟑:𝟑𝟔𝐀𝐌
Despertei de um sonho que eu não sei dizer o que significa, mas era em um mundo onde eu e Bianca tivemos que dizer adeus um a ao outro.
E agora que acordei percebi que estávamos quase nesse estágio, vê-la deitada na cama desse hospital me fez recordar das conversas que tivemos sobre quando esse momento chegasse e eu pedi tanto que não chegasse.
Bianca chegou no estágio final do seu câncer de mama, ela havia descoberto a 1 ano e meio, mas foi meio tarde, a única coisa que poderia ajudar era os tratamentos, foi horrível ver o câncer acabar com ela, mas ela parecia tão forte que eu achei que ela poderia vencer, mas com a noticia do médico dizendo que ela teve pouca evolução comparado a agressividade do câncer foi ali que eu entrei na minha realidade.
Eu veria Bianca morrer e não poderia fazer nada. Depois da noticia eu fui atrás de outros médicos, passamos por muitos médicos, mas todos nos davam a mesma resposta.
E foi ai que Bianca virou para mim e disse que aproveitaríamos nosso últimos momentos juntos da melhor maneira.
E aqui estamos nós, fizemos de tudo e antes de vir parar aqui fizemos a última coisa que ela mais queria que era me ver correr em casa.
Consegui uma vitória em casa, a melhor delas e dediquei ela para ela. Tudo que eu faria seria dedicado a ela, sempre para ela.
Ninguém tem o amanhã garantido, mas por um momento eu queria que ela tivesse.
Queria que ela tivesse tudo que quisesse, um amanhã comigo e talvez com filhos. Um casamento totalmente planejado do jeito que ela quisesse.
Meus pensamentos vão para longe quando vejo que ela está acordando. - Char, você está bem? - pergunta me olhando com aqueles olhos lindos e com preocupação.
Só então percebo que estava chorando. - Está tudo bem, com você tudo fica bem. - falo limpando meus olhos.
Vejo ela fazer um esforço para se levantar, vou até ela e a ajudo.
- Obrigada. - fala meu dando um pequeno sorrindo. - Eu sei que estava chorando pelo que vai acontecer comigo. Não vou ser hipócrita e te impedir de chorar, por que se fosse ao contrário também estaria chorando, como a boa chorona que sou. - fala me mostrando mais uma vez aquele sorriso, eu sorrio de volta.
Percebo que ela já está cansando de ficar de pé e me sento na poltrona que está ao lado da cama dela e coloco ela em meu colo.
Olho para ela e sinto meu coração falhar, me sinto feliz por poder dividir esse momento com ela, mas meu cérebro insiste em me lembrar que ela não vai mais estar aqui em algum momento.
- Hey, olhe para mim, você me tem para sempre. - ela fala como se soubesse o que meu cérebro me lembra a todo o momento. - Eu vou te amar toda noite como se fosse a minha última noite. - fala deixando um beijo em meus lábios.
Eu me afundo naquele beijo, não quero que acabe, mas ela se afasta para recuperar a respiração.
- Eu te amo. Eu te amo desde que o sol nasce até a lua ir embora. Eu amo o jeito do seu sotaque quando nos conhecemos, amo seus olhos, amo como você me olha quando saio de dentro do carro quando termino mais uma corrida, me olha como se estivesse orgulhosa de mim, amo olhar para você e ver você aqui comigo. - digo isso tudo de uma vez, quero que ela ouça pelo menos uma parte do amor que eu sinto por ela.
- Eu te amo demais, amo o jeito que me olhou enquanto dançamos naquela noite no aniversário do seu irmão. - fala deixando um sorriso brotar em seu lábios. - Amo ver você correr, amo sair com você por ai e amo principalmente pensar em nós, ver o que fizemos e o que pensamos em fazer, todos os planos que fizemos e realizamos. - ela diz enquanto me abraça.
- Eu só gostaria de te abraçar e beijar só por um momento e morrer com um sorriso, pra mim isso é o suficiente. - ela diz em meu ouvido, enquanto deixa uma lágrima cair.
- Eu não quero mais fazer isso, porque você sabe o quanto significa para mim. Você é a única coisa pela qual vale a pena continuar, você é a única que faz eu sentir que estou correndo por paixão e não por obrigação. - digo abraçado ao seu tronco enquanto a olho.
- Amor, você pode fazer isso, se tem uma pessoa que pode fazer isso é você. Não existe nada que Charles Leclerc não faça. Você controla uma carro a 300km por hora, não venha me dizer que não pode contra isso. - ela diz olhando no fundo dos meus olhos.
Quando eu ia responder ela, seus batimentos começam a acelerar, logo aperto o botão para chamar as enfermeiras, coloco ela de volta na cama, as enfermeiras logo chegam e pedem que eu saia do quarto, fico sem entender e até pergunto o que aconteceu, mas nenhuma delas me respondem ao mesmo tempo que eu saio um médico entra.
Passou-se meia hora, liguei para minha mãe e meus irmãos e claro para a mãe dela.
Logo o médico saí do quarto e vem até nós.
- A senhorita Rossi, infelizmente sofreu uma parada cardíaca e acabou falecendo. Meus mais profundo sentimentos a vocês, todos nesse hospital sabem o quanto ela batalhou para chegar viva nesse estágio. - disse com a voz baixa e totalmente carregada de tristeza.
Antes que ele saísse segurei seu braço.
- Eu posso vê-la? - pedi totalmente receoso, pois sabia a probabilidade dele não deixar.
-Infelizmente não. - É tudo o que ele me responde.
Enquanto ele sai, fui em direção a minha mãe a abracei. - Eu quero que acabe mãe. Quero que este aperto saía do meu peito. Quero ela comigo pelo resto da vida
Minha mãe não diz nada, apenas aperta mais o abraço.
- 2 dias depois -
Eu fiquei. Prometi que não precisaríamos dizer adeus, mas eu não cumpri. Nada do que eu te prometi.
Nossos filhos. Nosso casamento. Nossa família. Nada disso é e nem será real.
Precisar te dizer adeus não estava nos meus planos. Mas ninguém tem o amanhã garantido. Nem mesmo nós, nem os 𝐚𝐧𝐣𝐨𝐬 como você.
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𝐨𝐢𝐞 𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐛𝐨𝐦?
Mais um capítulo para vocês e admito esse foi mais curto que o anterior, mas é pq temas tristes me pegam muito para escrever mas decidi me arriscar, enfim espero que tenham gostado.
As músicas citadas no capítulo :
𝐃𝐢𝐞 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐚 𝐬𝐦𝐢𝐥𝐞 - 𝐋𝐚𝐝𝐲 𝐆𝐚𝐠𝐚 ( 𝐟𝐞𝐚𝐭. 𝐁𝐫𝐮𝐧𝐨 𝐌𝐚𝐫𝐬 )
𝐃𝐞𝐢𝐱𝐞𝐦 𝐬𝐞𝐮 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭á𝐫𝐢𝐨𝐬 𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐢𝐧𝐡𝐚𝐬, 𝐩𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫!🤍