A noite era um misto de euforia e tensão. A Red Bull Racing comemorava mais uma vitória de Max Verstappen, mas para Eliza, a engenheira de corrida do piloto, o sorriso no rosto mascarava a tempestade em seu coração. Ela sabia que Max era inacessível. Ele estava com Kelly Piquet, uma mulher deslumbrante e carismática, que dominava o círculo social da Fórmula 1 com graça.
Max, porém, sempre fora diferente com Eliza. Entre as análises de telemetria, estratégias de pit stop e conversas ao rádio, havia um vínculo que transcendia o profissional. Eles compartilhavam olhares que duravam um segundo a mais, palavras ditas com uma suavidade que não se usava no paddock. Mas nada podia ir além daquilo. Não enquanto ele estivesse com Kelly.
Após a corrida, Eliza deixou a garagem mais tarde que o habitual. Enquanto todos festejavam no hotel, ela dirigia sozinha por uma estrada escura e sinuosa. A exaustão e os pensamentos tumultuados a distraíram por um momento – o suficiente para que um carro em alta velocidade cruzasse o sinal vermelho.
O impacto foi devastador.
Na manhã seguinte, o paddock estava em choque. Horner chamou Max ao seu escritório para dar a notícia.
- Eliza sofreu um acidente ontem à noite. Está no hospital em estado crítico. - disse o chefe de equipe.
Max sentiu o mundo desabar.
- Ela está... vai ficar bem? - A voz dele tremia, o rosto pálido.
- Ela precisa de sangue. É raro, tipo AB negativo, e a unidade de doadores está sobrecarregada. - explicou Horner. - Estamos pedindo ajuda entre os mais próximos.
Foi nesse momento que a realidade o atingiu como uma colisão no muro. Kelly era a única pessoa próxima com o mesmo tipo sanguíneo.
Max correu até a suíte de Kelly como um homem à beira do desespero. A possibilidade de perder Eliza fazia seu coração pesar como chumbo. Kelly abriu a porta, ainda usando um robe de seda, a expressão de curiosidade tingida de ceticismo.
- Kelly, eu preciso de sua ajuda. - começou Max, com a voz trêmula.
- Isso já ficou claro na última mensagem de Horner. É sobre sua engenheira, não é? - A frieza na voz dela era cortante.
Max engoliu seco.
- Ela precisa de sangue. É raro, AB negativo, e você é a única pessoa próxima que pode doar. Por favor, Kelly. Isso pode salvar a vida dela.
Kelly cruzou os braços, analisando-o.
- Salvar a vida dela? Ou salvar algo mais que você não quer admitir?
- Não importa o que eu sinto! - ele respondeu, com raiva. - Isso não é sobre mim. É sobre ela. Ela é parte da nossa equipe, e não vou deixá-la morrer sem lutar.