Garota do Século

Meu admirador secreto - Parte III

Eu estava muito confusa! Um cara que eu nunca tinha visto na vida me puxa, fala que sabe quem é a pessoa que está me "admirando" e que vai me levar até ela? Ok, tem algo muito errado nisso.

- Tudo bem, mas quem é você? – disse assustada.

- Gabriel e sou novo aqui, mas conheço seu admirador secreto e ele quer te ver. - disse ele.

- Mas tem que ser agora?

E foi nessa hora que o professor apitou e gritou pedindo para eu me juntar ao grupo, e, quando me virei para dizer ao Gabriel que não poderia ir , ele havia sumido.

Fui para aula, tentei esquecer isso e pensar que tudo não passou só da minha imaginação.

No intervalo e na saída tentei encontrar o Gabriel, mas nem sinal dele.

Fui para casa a pé pensando nisso e ficava cada vez mais curiosa para saber quem era Gabriel, mas mais importante, quem era meu admirador secreto.

Quando enfim cheguei em casa, subi as escadas correndo sem ouvir o que minha mãe dizia. Fui para o meu quarto já entrando no Facebook para encontrar alguma pista desse menino.

Procurei por todo lado: amigos em comum, grupos da escola, até naqueles joguinhos que todo mundo é viciado, mas não achei nada.

Enquanto estava batendo minha cabeça no teclado de tanta raiva, mamãe entrou no quarto dizendo:

- Filha querida, não faça isso, sua testa é tão bonitinha...

- Prometo parar se encontra o Gabriel. – respondi com meu rosto entre as teclas.

- Ah, sabia que tinha garoto envolvido. – disse mamãe com "aquele" sorrisinho.

Quando estava prestes a dizer a ela que não tinha nada a ver e contar toda história, ouço o barulho que uma mensagem tinha chegado, e quando levantei a cabeça para ver quem era... o Rafa, (sim aquele Rafa que era o cara mais gato da escola) tinha me chamado.

Ele começou dizendo "oi" e todo aquele início de conversa bem monótono. Depois de uns 5 minutos de muita enrolação ele acabou dizendo:

- Eu sempre te achei muito linda e não tinha coragem de te dizer isso no meio de todo mundo, então deixei aquele bilhetinho no teu armário para nos encontrarmos a sós.

Ok, na hora meu queixo caiu, mas é claro que era mentira, né? Eu sei que meu lado totalmente pessimista estava falando agora, mas qual é? O cara mais bonito do colégio mandando bilhetinho secreto para uma menina de aparelho, com um corpo nem tão escultural assim e que não era nada popular? Só podia ser piada!

Quando eu pensava no que responder, aquele "digitando" não saía da conversa, ou seja, ou ele estava escrevendo uma bíblia, ou escrevendo e apagando várias vezes, mas tinha alguma coisa para dizer.

Ignorei totalmente os elogios que ele escrevia, porque sentia que tudo isso não passava da maior mentira do mundo, até que ele me solta essa bomba:

- Manu, eu realmente não sabia como te dizer tudo isso, mas essa é a verdade, a gente pode se encontrar amanhã para conversar pessoalmente?

E foi aí que fiquei sem resposta, porque não sabia se quando amanhã chegasse, ele não estaria lá ou até estaria só que com a sua gangue para me soltar palavras que ninguém nunca imaginou que existissem.

No dia seguinte, assim que passei pelo portão do colégio, Rafa estava ali parado a poucos metros, com aquele cabelo bagunçado e com o sorriso que só ele tem, olhando bem para mim.

Andei até ele, mas mantive uma distância segura, e esperei enquanto ele inspirava fundo e com uma cara de quem estava pensando nas palavras certas.

- Garota do Século. – disse ele em meio a um suspiro finalizado com um sorriso e covinhas.

- Espera, o que isso significa?

- Significa que você é a melhor garota que existe, não só na escola, como no mundo todo.

- É uma pena que você tenha falado isso tão tarde. Vou para a Califórnia com meu pai daqui alguns meses e...

- Larga a Califórnia e fica aqui comigo.

Depois dessas palavras, pensei que apareceriam câmeras e coisas do tipo me dizendo que tudo isso não passava de uma pegadinha, mas nada aconteceu e pelo jeito que ele falava parecia real.

Resolvi o convidar para almoçar comigo depois do colégio (uma semana atrás vi num filme em branco e preto que isso dava certo), para continuar com esse "lance". Mesmo que eu me arrependesse depois quando ele me trocasse por alguém mais bonita, pensei que uma experiência não faria mal a ninguém.